E agora? (Deryl Dixon e Jesus)

Confissões (23)

Daryl não podia mais evitar; ele precisava tomar banho. Ele estava olhando para o teto pela última hora, desde que acordou e descobriu que Paul havia sumido. Daryl não poderia culpá-lo muito. As coisas estavam tensas entre eles quando acordaram da soneca pela primeira vez.

Ele não pôde evitar. Quanto mais ele pensava em como Paul tinha acabado de seguir em frente e se oferecido para algo assim, mais sombrio seu humor se tornava. O fato de todos terem decidido que ele era quase inútil só piorava as coisas.

Não adianta ficar pensando nisso por mais uma hora cheirando a merda.

Levantando-se da cama, ele caminhou pelo chão, fazendo um balanço de sua condição. Ainda havia uma exaustão e fraqueza persistentes, mas ele se sentia mais humano do que quando saiu da febre esta manhã. Logo estaria escuro, ele supôs. A luz natural estava desaparecendo, deixando para trás sombras. Daryl juntou alguns suprimentos para levar ao banheiro, assustando-se quando Paul entrou no quarto enquanto vasculhava as gavetas em busca de roupas limpas.

Daryl olhou por cima do ombro para encontrar Paul franzindo a testa para ele. "O que?" ele perguntou sem cerimônia.

"Você está fora da cama,"

"Não posso ficar parado para sempre," ele respondeu secamente.

Paul atravessou a sala até ele. "Você vai tomar banho?"

Daryl relutantemente assentiu. Paul estava tentando ser legal, mas isso só o estava agitando mais. Ele não estaria com esse maldito humor se Paul o consultasse sobre merdas importantes.

"Deixe-me ajudá-lo", disse Paul, tirando as roupas das mãos de Daryl sem pedir. Daryl o encarou, pegando-as de volta. As sobrancelhas de Paul arquearam. "Maduro."

Daryl o ignorou, indo em direção ao banheiro. O resto da casa estava quieto. Pouco tempo atrás ele tinha ouvido a voz de Rick.

Paul o seguiu, seguindo logo atrás. Quando Daryl foi fechar a porta do banheiro atrás dele, o pé de Paul obstruiu a ação.

"Maduro", ele cuspiu, jogando a palavra de Paul de volta para ele.

Paul abriu caminho para dentro e fechou a porta com um clique suave, trancando-a. "Parece que você está prestes a cair, não estou arriscando que você desmaie no chuveiro porque você é teimoso demais para pedir minha ajuda."

Não havia como ele admitir o quão fraco seu corpo ainda estava, não enquanto eles estavam no meio de uma discussão. Foi mesmo uma discussão? Merda, ele não sabia. Ele não disse nada e começou a se despir. Se Paul não tinha nada melhor para fazer do que vê-lo tomar banho, então isso era problema dele.

Nu, ele ligou o chuveiro, esperando até que a água esquentasse. Ele bloqueou a tontura, entrando no cubículo, ciente do olhar preocupado de Paul rastreando cada movimento seu. Pelos próximos minutos ele tentou se manter em pé, praguejando quando o frasco de xampu escorregou de suas mãos e caiu no chão com um baque.

Antes que ele pudesse se abaixar para pegá-lo, Paul estava entrando na baia sem um pedaço de roupa nele. Silenciosamente, ele pegou o xampu e esguichou uma quantidade generosa em sua mão. Ele ensaboou no cabelo de Daryl, ficando encharcado sob o fluxo constante de água.

Apesar de sua frustração em relação a Paul, Daryl se inclinou em sua carícia gentil, a atração de ser incomodado demais para ele superar. Ceder a esse sentimento era tão natural quanto respirar quando ele estava com Paul. Não havia nada de sexual na forma como Paul o tocava. Era reconfortante, terno, mas também competente e prático.

Era Paul.

Daryl se deixou cuidar, fechando os olhos enquanto lavava o cabelo. Feito isso, Paul passou para a tarefa de ensaboar o corpo por trás enquanto Daryl apoiava as mãos contra os ladrilhos molhados. As mãos de seu amante patinaram em sua pele em movimentos suaves, limpando a sujeira de sua doença.