Presídio Of Alcatraz — 16h53min.
Jhulie Bittencourt
Mexia em minhas mãos de forma inquieta, eu sentia o olhar de Wendy sobre mim, mas apenas me coloquei a tentar ignorar. Eu devia me levantar e dizer umas poucas e boas para ela, porém, eu era tola e imbecil demais para tomar coragem.
Eu tinha medo que ela partisse para cima de mim quando eu começasse a falar, eu já havia sido machucada internamente o suficiente, para me machucar ainda mais fisicamente.
Uma das guardas que havia ali caminhou em passos medianos até mim me encarando tediosamente.
– Bittencourt, tome banho por ultimo! Espere todas saírem, aí você já pode ir se banhar.
– Mas... por que? — perguntei confusa franzindo a testa.
– São ordens, cale a boca e obedeça!
Abaixei minha cabeça de súbito fitando meus pés enquanto via a mesma policial de antes caminhar para fora dali.
Suspirei olhando para os lados e as pessoas pareciam tomar banho ainda mais lentamente naquele dia. Mas com o tempo o vestiário foi se esvaziando.
Engoli a seco, sentido um breve arrepio ao me lembrar de como terminou a última vez em que fiquei nesse lugar sozinha. Balancei a cabeça me livrando desses pensamentos e caminhei até meu armário tirando minha toalha dali.
Encarei o teto fechando meus olhos com força em seguida, eu me sentia angustiada naquele dia, saber da morte de Blaine e que o verdadeiro assassino dos meus pais estava a solta e no mesmo lugar que você era terrível.
Andei lentamente até uma das cabines ao escutar a porta se fechar denunciando que a ultima presa que havia ali já havia saído e coloquei minha toalha no branquinha que havia logo ali, fechando a porta da mesma em seguida.
Soltei meu cabelo do rabo de cavalo que estava colocando a liga em meu punho e comecei a lavar os fios longos e castanhos tentando levar toda minha frustração junto com a água.
Justin Bieber
– Já estão todas nas celas?
– Sim, senhor! Menos a Bittencourt como o senhor pediu. — respondeu uma das guardas e assenti lentamente.
– Vão fazer a vigilância da ala feminina, vou ficar esperando ela sair.
As guardas se olharam desconfiadas.
– Preciso conversar com ela sobre a briga com Khalil. — falei sério, eu não deveria estar me explicando para elas, mas também não queria ficar escutando murmúrios de desconfiança sobre nós dois.
Se caso chegasse a Marie...
Eu não gostaria nem de imaginar.
Eu amo a minha esposa, por mais que eu a traísse pra cacete, eu a amo! Ela foi a única mulher que eu quis algo sério, que eu tive vontade de pedir em casamento, e não foram poucas a quantidade de garotas que já passaram pela minha vida, mas Marie tinha uma forma apenas dela de me conquistar, de conseguir tudo que queria apenas com um olhar.
Mas Jhulie apareceu, e não, eu não a amo! Mas ela estava me deixando louco, eu não conseguia pregar o olho a noite imaginando como ela deveria estar. Eu temia o bem estar dela aqui dentro, eu queria cuidar dela. E toda vez que ela se aproximava com aquele jeito que apenas ela tinha eu sentia uma vontade avassaladora de toca-la ou apenas senti-la perto.
E eu não conseguia imagina-la matando alguém, por Deus só de olhá-la você já saca que a menina não tem coragem de matar nem se quer uma formiga. Os olhos dela exalam inocência e delicadeza, como um ser como aquele seria capaz de matar os próprios pais? Eu não entendia.
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Cell 23
RomanceSua cabeça estava baixa enquanto o juiz decretava a sua sentença. Seu olhar brilhava de inocência, suas mãos tremiam em seu colo enquanto pagava por um crime que não cometeu. Um delegado preso aos encantos de uma presidiária. Um homem com seus valor...