Lullaby

25 5 0
                                    

Jhulie Bittencourt

FLASHBACK

Massion Of Bittencourt — 14h47min PM.

– Filha?

Levantei minha cabeça e sorri de lado para a minha mãe, a mesma suspirou adentrando ao quarto, pondo um pano que antes ocupava suas mãos em cima da minha cama. Franzi a testa observando sua feição cansada, mas não estava como todos os dias longos de trabalho... Havia algo a mais a incomodando.

– Será que a gente poderia conversar um pouco?

Assenti fechando o livro e o pondo ao meu lado na cama.

– Pode dizer!

– Eu só queria pedir desculpas.

Ri fraco confusa.

– Desculpa de que, mãe?

– Jhulie, você sabe que você é a filha que qualquer pai pediria a Deus, não sabe?

– Mãe... O que a senho...

– Me desculpe por não ser a mãe que você merecia que eu fosse, porque eu não posso deixar que o que vai acontecer aconteça, mas... — suspirou fechando os olhos com força – É algo que nem eu mesma posso impedir, porque eu estou envolvida... E nós duas, somos grandes vítimas disso tudo. Eu queria poder lhe pegar e nós poderiamos fugir disso tudo agora mesmo, mas eles...


– Algum problema, Antonella? — meu pai surgiu de repente da porta do meu quarto e vi minha mãe arregalar os olhos e engolir a seco.

– Não! Nenhum.

– Há bom. — disse estreitando os olhos.

Okay, mas o que estava acontecendo aqui?

– Tudo bem, pequena? — meu pai perguntou sorriso e sorri de lado ainda confusa com todo o papo da minha mãe e me levantei caminhando até ele e o abraçando.

– Só um pouco confusa, o que a mamãe quis...


– Esqueça o que sua mãe disse! — disse me soltando – Ela só está com aqueles papos dela de insegurança.

– Mas ela disse algo do tipo "eles", eles quem pai? — perguntei querendo respostas, por que sempre tinham que esconder as coisas de mim?

– Esqueça, Jhulie! — disse bruto. – Volte a estudar!


Assenti fitando o chão e suspirei assim que a porta se fechou.

FLASHBACK STOP. . .


Presídio Of Alcatraz — 09h23min AM.

Minhas pernas tremiam tanto que eu imagina que se talvez aquele monte de guarda não estivesse me segurando eu já teria caído no chão, minhas mãos estavam suando e meus pulsos estavam fortemente presos pelas algemas.

– Foi bom te conhecer, Bittencourt!


– É ruim que eu não vou poder aproveitar dessa sua boquinha!

– A gente se vê no inferno, patricinha!

– Vai com Deus, garota!

As presas gritavam diversas coisas e eu apenas me sujeitava a tentar de alguma forma não escutar. Comecei com passos lentos a descer a escada de ferro, meus tornozelos estavam presos e uma corrente o ligava até a algema em minhas mãos para que eu não fugisse.

Cell 23Onde histórias criam vida. Descubra agora