Presidio Of Alcatraz — 14h37min.
Jhulie Bittencourt
1º Dia.
Caminhei pelo pátio de cabeça baixa, o sol estava coberto por nuvens, deixando assim um clima ainda mais frio do que já estava, meus braços abraçavam meu corpo enquanto todas as outras mulheres tinham mais o que se preocupar do que prestar atenção em mim.
Sentei no banco mais distante que havia ali e inclinei minha cabeça, fechando minimamente meus olhos ao olhar pro céu fechado. Prendi meu cabelo em um nó e passei os olhos por todas as pessoas que haviam ali, e franzi o cenho ao ver Wendy se aproximar de onde eu estava.
– Sabe Bittencourt, você deveria ter sido mais esperta quando tentou se matar! — falou irônica ao parar na minha frente – Você devia, sei lá, ter pego a arma que matou seus pais e dado um tiro dentro da boca, ou sei lá.
Wendy soltou uma risada em seguida e travei meu maxilar, me levantando, por mais que ela fosse mais alta que eu, ela conseguia ficar inferior a mim com o olhar que eu a fitava.
– Eu nunca entendi o seu ódio repentino por mim, Wendy, e sabe, agora eu entendo! Você tem inveja. Você sempre teve! Inveja de mim, do dinheiro que eu já tive, da vida que eu já levei, do meu cabelo, do meu corpo... Você tem e sempre teve inveja. E esse é pior sentimento que uma pessoa pode ter! — Wendy me encarava incrédula, enquanto eu jogava todas as coisas que eu sempre guardei em mente, na sua cara – E sabe o que é pior? Você sabe que eu não matei meus pais, você sabe que eu nunca os mataria, e mesmo assim, me atormenta com piadinhas e indiretas. Se eu tiver que morrer depois de amanhã, eu morro de consciência limpa.
– QUEM VOCÊ ACHA QUE É PRA INSINUAR ESSAS COISAS? — disse alto atirando os olhares de algumas mulheres ao nosso redor.
– Eu não estou insinuando, eu estou afirmando!
O rosto de Wendy estava vermelho de raiva, e no segundo seguinte senti uma mecha do meu cabelo ser puxada com força, me fazendo gemer de dor.
– Então eu acho que você devia calar essa boca, pirralha! — murmurou cínica.
Antes mesmo que eu tivesse noção do que fazer, empurrei seus ombros para trás a fazendo dar alguns passos para trás soltando meu cabelo.
– Não toque em mim com essas mãos imundas, Wendy!
– Por que, patricinha? — riu sarcástica – Tem medo de apanhar?
Senti meu rosto ser virado com força e arder de uma forma fora do comum. Wendy havia me dado uma bofetada. Mas não, isso não iria ficar assim.
Segurei em seus cabelos e joguei o máximo de peso que eu pude a fazendo cair no chão, lancei mais um forte tapa em seu rosto, o deixando avermelhado.
– Isso é pra você aprender a não tocar em mim. — disse enquanto Wendy me encarava perplexa.
Lancei mais um tapa bastante forte em seu rosto, sentindo meu coração bombear rapidamente me deixando inquieta com aquilo.
– Isso é por todos os dias que você me atormentou aqui dentro.
Wendy tentava se debater, porém o fato de eu estar em cima dela, enquanto distribui fortes bofetadas em sua bochecha a fazia não conseguir sair do lugar. Fechei meus dedos e atingi seu rosto com um soco. Por deus, como eu havia conseguido fazer aquilo? Peguei em seus cabelos e os agarrei com força, escutando uma gritaria por parte das outras mulheres que estavam ali.
– QUE MERDA ESTÁ ACONTECENDO AQUI? — escutei a voz rouca que toda hora me invadia e dois braços forte me agarrarem pela cintura me tirando de cima de Wendy, que era levantando por Ryan. – VOCÊS ESTÃO EM UM PRESÍDIO, NÃO LÁ FORA ONDE PODEM FAZER A MERDA QUE QUISEREM!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cell 23
RomanceSua cabeça estava baixa enquanto o juiz decretava a sua sentença. Seu olhar brilhava de inocência, suas mãos tremiam em seu colo enquanto pagava por um crime que não cometeu. Um delegado preso aos encantos de uma presidiária. Um homem com seus valor...