Cap 1

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O ano era 2006 quando eu adotei a minha filha. E sim, as pessoas me julgaram, a mídia me crucificou na época. Afinal, como pode um homem de 30 anos, mimado, bêbado e inconsequente querer adotar uma garota?

Os únicos que ficaram do meu lado, que também eram os únicos que eu podia chamar de amigos, foram o Rhodey, a Pepper e o Happy. Eles sabiam que eu estava me esforçando ao máximo pra parar com a bebida, com as drogas e também com as noites de amnésia alcoólica com qualquer mulher ou homem que aparecia na minha frente.

E pela Riri eu realmente havia mudado. Pela Riri eu seria um homem melhor.

Ela tinha 7 anos quando a adotei, os pais haviam sofrido um acidente na viagem de volta para a Califórnia. O pai dela era um amigo antigo, eu havia investido em alguns de seus projetos na época que ele trabalhava pra mim, e foi assim que fiquei sabendo da Riri.

Bom, o início da nossa convivência foi conturbado, turbulento. Demorei muito tempo até finalmente conquistar a confiança da garota, mas quando ela começou a me ver como sua figura paterna, o brilho nos olhos dela, aquilo não tinha preço. E então eu me sentia no dever de proteger aquela garota, de ser a figura paterna que qualquer criança merecia, ser o melhor pai pra ela. Estar sempre lá quando ela precisasse, para o que fosse.

Meu objetivo era me esforçar ao máximo pra não decepcionar a Riri, mas tudo foi por terra quando em 2008, eu fui sequestrado no Afeganistão. Fui estúpido de ir até aquele lugar, fui tão idiota que minha própria bomba explodiu do meu lado e deixou meu peito cheio de estilhaços.
Neste capítulo maluco da minha vida eu saí da caverna como um herói, saí transformado. Fui transformado pela realidade e pela perda do homem que salvou minha vida. E com esse homem eu aprendi que deveria sacrificar tudo por minha família, porque no fim era só isso que importava.

"Eu sou o Homem de Ferro."

Mais uma coisa estúpida que ousei fazer e que me trouxe muitas consequências. Eu entrei para os Vingadores e revezava o tempo entre ser pai atencioso, dono de uma super indústria e ser líder do grupo de heróis mais poderoso da Terra.

E ainda cometi a grande burrice de me apaixonar por Steve Rogers.

No início o relacionamento foi lindo, mas foi depois de 1 ano e alguns meses que eu percebi que Rogers não era muito do tipo que colabora.
Steve viu Thor me segurando pelo pescoço, quase me sufocando, e não fez absolutamente nada. Ele também podia ter pelo menos considerado a ideia de criarmos uma barreira pro mundo, afinal, nós éramos apenas humanos e não estávamos preparados para enfrentar deuses ou alienígenas.

E aí teve a maldita Guerra Civil.

Meu namorado, que estava junto comigo há 3 anos, que me conhecia há 5, simplesmente decidiu ficar do lado de Wanda Maximoff, a mesma mulher que me torturou e me fez ter ilusões horríveis. A mesma mulher que por pouco não causou uma tragédia no nosso grupo.

Ele também não concordou em trabalhar junto com o governo, ele não tinha entendido que isso podia evitar catástrofes do nível Loki, ou Sokovia.

E ele sabia da morte dos meus pais, havia protegido o homem que matou meus pais, mentiu pra mim por todo aquele tempo. E pra finalizar com chave de ouro, ele ainda resolveu lutar comigo… Por pouco, mas por muito pouco mesmo ele não me matou, mas ele quebrou meu reator, que é o que me mantém vivo. Rogers me deixou abandonado no gelo pra morrer.
É, o relacionamento não deu certo.

Mas eu ia superar, afinal eu sou o Tony Stark, eu tenho que superar as coisas. Eu sempre supero.

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04/ 06/ 2018

-Você tem certeza disso? Ele é 2 anos mais novo que você, filha. —Disse enquanto observava a garota se maquiar para o baile da escola do Peter. -E ele é… Meio perdido.

Sim, o pirralho teve a audácia de convidar a minha filha pro baile.

-O Peter é fofo, pai, eu gosto dele. —Engasguei com a frase, fazendo a garota rir. -E foi você quem disse pra mim aproveitar as férias de verão antes de voltar pro MIT.

-É, eu lembro que eu disse isso, mas… De repente eu estava pensando em algum cinema, ou parque aquático com as amigas… Não um baile do ensino médio com o pirralho.

-Quer que eu volte a sair com Scott Summers?

-Não!

Gritei desesperado, vendo a garota cair na risada de novo enquanto se levantava e vinha até onde eu estava.

-Sabe, já que eu vou a um baile como acompanhante. Você bem que podia tentar ir jantar com algum acompanhante… Já tá na hora de você arrumar alguém, pai.

-Muito espirituoso da sua parte, mas eu dispenso. Não estou afim de namorar nem nada do gênero.

-Você é um careta, sabia?

Balancei a cabeça em negação, com um sorriso de canto, e então me desencostei do batente da porta e tirei uma caixinha preta do bolso. Riri me olhou curiosa enquanto eu abria a caixa, e ela abriu um sorriso assim que peguei o colar que havia comprado pra ela. Um colar prateado com um pingente de um coração.

-Coração de Ferro. — Falei guardando a caixa no bolso e abrindo o colar. -Deixa eu colocar.

-Pai, é lindo… Obrigado.

Coloquei a jóia na mais nova, e ela se virou de volta pra mim e me abraçou bem forte, permanecendo ali por alguns segundos.

-Olha, eu só quero que você tenha juízo nesse baile, ok? Eu confio em você.

"Senhor, talvez você queira ir até o elevador."

A voz da Sexta-feira ecoou pelo último andar da torre, que era onde estávamos, me fazendo franzir o cenho pro teto.

-É o Peter, ele tem o jeito excêntrico dele de chegar nos lugares. —Riri disse caminhando pelo corredor e indo pra sala da cobertura, e eu fui atrás.

-O Parker que fique abusando da minha paciência pra ver o que acontece. —Resmunguei ficando ao lado da mais nova e vendo a porta do elevador abrir. -Mas o que?

-Stark!

Um homem vestindo um quimono azul escuro, com uma capa vermelha e um colar esquisito estava no elevador. Estava visivelmente cansado e com alguns cortes em seu rosto, e os olhos vermelhos e inchados, como se tivesse chorado por horas.

-Quem é você? —Perguntei enquanto empurrava Riri pra trás com o meu braço. -Como chegou aqui?

-Não achei que meu plano fosse dar certo. —Ele sussurrou deixando uma mão no abdômen e usou a outra para se apoiar na parede e sair do elevador. -Por um momento achei que tinha tomado a decisão errada.

Coloquei a mão no meu relógio, ativando a luva de ferro e deixando o propulsor ligado, apontado para o intruso.

-Amigo, você deve ter errado o endereço. Eu não cuido de estranhos, quem faz isso é um cara de 40 e poucos anos que mora em Westchester com outros mutantes esquisitos.

-Tony, eu vim aqui atrás de você. —Ele afirmou se esforçando pra levantar as mãos em sinal de rendição. -Eu sei que é estranho, mas… Você vai ter que me escutar.

-O que você quer? —Perguntei em tom firme, sem abaixar a mão, mas virando o rosto rapidamente pra ver a mais nova. -Por que você está aqui na minha torre?

-Eu tô aqui porque… Eu vim aqui pra… Salvar você, Stark. Eu vim salvar você.

Franzi o cenho abaixando a mão, o estranho fez o mesmo e engoliu em seco enquanto me observava.

-Ahhh… Eu cheguei em má hora? —Era a voz de Peter, e ele estava na sacada, de terno e com um corsage na mão. -Eu espero não estar atrapalhando.

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Fala, galera! Tudo bem com vcs?

É, estou aqui com mais uma história, mais um casal pra entrar na minha lista.
Dessa vez eu vou pegar a história do filme "Vingadores: Guerra Infinita", mas vão ter detalhes do Universo Marvel como um todo.
Eu espero que vocês gostem, obrigado por terem lido e até o próximo capítulo! :)

* Todos os personagens são da autoria da
Marvel Comics.

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