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— Onde Harry está? – Foi a primeira coisa que perguntei à Prudency quando cheguei em sua casa

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— Onde Harry está? – Foi a primeira coisa que perguntei à Prudency quando cheguei em sua casa.

— Na casa dele com o conde Marcel. – Respondeu e eu me pus a andar de um lado para o outro pela sala sentindo o ciúme me consumir.

— O que foi Louis, está nervoso?

— Está zombando de mim, Prudency? – indaguei irritado. — Acha que é fácil ter que esperar que o conde saia da casa de Harry para que eu possa ir vê-lo?

Ela me observou por alguns segundos antes de servir uma taça de vinho e me alcançar.

— O que eu acho é que você não está sendo razoável, meu amigo – a mulher afirmou com calma. — Compreenda que Harry não pode simplesmente se indispor com ele. O conde Marcel lhe dá muito dinheiro e o garoto tem muitos gastos, além de muitas dívidas – a encarei surpreso, eu não tinha ciência sobre as dívidas do michê. — O duque Armand o ajuda também, mas Harry não se atreve a explorar o velho pedindo todo o valor que necessita.

Depois dessa breve explicação a mulher preencheu novamente sua taça e foi sentar-se em uma banqueta de frente para mim.

— Harry está muito envolvido com você, Louis, entretanto nós três sabemos que seus sete ou oito mil francos de pensão não são suficientes para mantê-lo. Infelizmente meu caro, seu dinheiro não bastaria sequer para pagar o tratamento – eu abri e fechei a boca, não encontrando palavras para retorquir. — Se quer um conselho, aceite Harry como ele é, um garoto bonito e espirituoso. Seja seu amante por um mês ou dois, lhe dê flores, bombons e camarotes, mas não crie expectativas de um futuro juntos e, por favor, não faça cenas de ciúmes.

Naquele momento eu já tinha o coração afundado em desilusão, minhas mãos suavam e sentia um gosto amargo na boca e mesmo assim prestei atenção nas próximas palavras de Prudency

— Você sabe perfeitamente bem que Harry não é um modelo de virtude, ele nunca o iludiu quanto a isso – sua voz se mantinha firme e seu semblante sério. — Louis me escute, você tem o michê mais desejado de Paris, ele o recebe em um quarto magnífico, está sempre perfumado e coberto de jóias e não te cobra nenhum franco para aproveitar tudo o que tem para oferecer e mesmo assim você não está contente. Que diabo você quer mais?

Suspirei pesaroso, e mesmo envergonhado, fui obrigado a concordar.

— Eu sei, eu sei. Tens razão Prudency, contudo é mais forte do que eu. A ideia de outros homens o tocando me deixa louco, só em pensar que nesse instante seu amante está...

— Em primeiro lugar – a mulher cortou meu desabafo. — Você realmente sabe se o conde ainda é seu amante? Ou apenas um pobre coitado que Harry enrola porque precisa do dinheiro? – ela revirou os olhos ao notar minha descrença. — Vou te contar uma coisa que talvez te deixe mais tranquilo – acenei com a cabeça intrigado. — Desde que te conheceu, Harry manda Nina dispensar o conde Marcel todas as vezes que ele bate em sua porta, alegando que o garoto está muito doente para recebê-lo. Mas hoje o rapaz insistiu tanto para vê-lo que Harry foi obrigado a aceitar sua companhia no teatro, todavia tenho certeza que não permitirá que o conde visite sua cama.

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