Quatorze

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A minha renda materna provinha de uma hipoteca de 60 mil francos sobre uma casa que eu nunca vira

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A minha renda materna provinha de uma hipoteca de 60 mil francos sobre uma casa que eu nunca vira. Tudo o que sabia, era que no fim de cada trimestre o contador de meu pai me entregava setecentos e cinquenta francos.

Eu não contei a Harry sobre a minha intenção de repassar aquela renda para ele, pois eu estava convencido de que o garoto recusaria. Então aproveitei o dia em que meu namorado foi a Paris para acertar com um leiloeiro detalhes da venda dos seus bens e fui até o escritório do tal contador para informá-lo que gostaria de transferir minha renda para Harry Styles. Depois de lhe dar meus dados pessoais, o senhor não opôs objeções ao meu pedido e respondeu que no prazo de dez dias a documentação estaria pronta e eu deveria voltar para assiná-la.

Após cumprirmos nossos compromissos voltamos radiantes para Bougival, elaborando mil planos e projetos para o nosso futuro juntos. Parecia que, enfim, todos os nossos sonhos seriam realizados.

Oito dias depois, estávamos almoçando quando Nina avisou que Bernard, meu criado, estava à porta e pedia para falar comigo.

— Senhor – cumprimentou assim que mandei que entrasse. — Seu pai chegou a Paris e pede que vá encontrá-lo imediatamente em sua casa.

Eu tinha ciência que por aqueles dias ele iria me visitar e, embora a notícia da sua chegada não tivesse me surpreendido, eu tive subitamente um mau pressentimento.

Harry parecia ter tido a mesma impressão, porém fez o possível para disfarçar e com um pequeno sorriso se despediu de mim, implorando que eu não demorasse para voltar.

Ao chegar em casa, encontrei meu pai sentado em meu escritório mexendo em alguns papéis e compreendi, pela maneira que me encarou quando entrei, que a nossa conversa não seria fácil.

— Oi pai, quando chegou? – interpelei o abraçando assim que se colocou em pé. — Lamento não estar aqui para recebê-lo.

— Oi filho, cheguei ontem a noite – respondeu sucinto voltando a sentar-se. — Precisamos conversar. – Ele avisou sem rodeios e eu respirei fundo.

— Estou ouvindo.

— Vou te fazer algumas perguntas e espero sinceridade da sua parte.

— Não tenho o hábito de mentir. – Retruquei, não gostando do seu tom de voz.

— É verdade que está vivendo com um garoto chamado Harry Styles? – respondi que sim e ele continuou: — E sabe que ele é um michê, Louis? – novamente confirmei, não me deixando abater pelo seu tom acusatório. — Então é por causa dele que deixou de visitar sua família durante o verão?

— Sinto muito pai, sei que errei em não ir para sua casa conforme o combinado, mas não pude deixá-lo sozinho – expliquei esperando empatia da parte do homem que me criou. — Harry está muito doente e eu o amo demais para não estar ao seu lado quando precisa de mim.

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