Vingt-Trois

157 26 18
                                    

— Harry? – Murmurei

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


— Harry? – Murmurei.

Minha boca parecia não querer obedecer aos comandos do cérebro e as palavras se recusavam a sair. O mundo havia parado a minha volta enquanto eu olhava incrédulo para o garoto que me encarava fixamente e com lágrimas escorrendo abundantemente pelo seu rosto.

Ele usava apenas uma túnica vinho que ia até pouco acima dos joelhos, combinando perfeitamente com sua pele branquinha e com o verde brilhante dos seus olhos. Seus cabelos estavam mais curtos e deixavam em evidência seu rosto angelical. Desci o olhar pelo seu corpo e pareceu-me que ele estava mais magro e consideravelmente mais frágil do que a última vez que o vi. Quanto mais eu olhava para o garoto, mais eu perdia o fôlego diante da sua beleza.

— Harry... – repeti baixinho. — Como? eu... você...

Chacoalhei a cabeça para recobrar a minha lucidez, certamente devia estar delirando.

— Meu lindo príncipe. – Ele cortou com a voz embargada e correu até mim.

Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, Harry se jogou em meus braços e juntou nossas bocas. Minha mente estava em branco devido ao choque de vê-lo ali, vivo e saudável. Eu sabia que precisava de respostas urgentes, porém sua respiração me atingiu e, ao sentir seu hálito fresco eu fechei os olhos, reconhecendo aquele cheiro adocicado que fazia arrepios correrem por minha coluna, então simplesmente o empurrei contra a árvore e assumi o controle, mergulhando minha língua com desespero em sua boca, lambendo-a, sentindo seu gosto e o fazendo ofegar em meus braços.

Pressionei uma das pernas entre suas coxas e ele jogou involuntariamente os quadris para frente, se esfregando em mim como se sua vida dependesse daquilo. Conforme nos beijávamos e nossas mãos tocavam cada parte alcançável do corpo alheio, nossos gemidos se tornavam consideravelmente mais altos e se misturavam aos estalos das nossas línguas molhadas que se entrelaçavam com saudades.

Depois de longos minutos saboreando a boca viciante dele, um resquício de sanidade me atingiu e eu me afastei abruptamente vendo que um fio de saliva ainda nos mantinha conectados.

Limpei a boca com o punho e dei mais alguns passos para trás, com a respiração totalmente desregulada. Harry tentou se aproximar novamente, mas levantei a mão em sinal de negação.

— Não se aproxime. – Foi a única coisa que consegui dizer ao sentir uma leve tontura me atingir.

— Louis, está tudo bem. Sou eu. – Disse, arriscando dar alguns passos para frente.

— Não, você... não é.. – senti como se minha língua estivesse enrolada pois era praticamente impossível falar algo que fizesse sentido. — Isso não é real. Você não está aqui de verdade.

Esfreguei os olhos com força, o que só piorou o meu mal estar. Minhas vistas ficaram embaçadas e eu tive que fazer um esforço para manter-me em pé.

Sunflower Field | l.s Onde histórias criam vida. Descubra agora