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"Uau, não acredito que finalmente vou conhecer o famoso Bilbo Bolseiro", brinquei.
"Seus pais eram pessoas realmente incríveis. Eles eram os únicos amigos que eu tinha." Ele parecia ficar sufocado quando essas palavras escaparam de sua boca.
"Bilbo?"
"Sim, Adina?"
"Os meus pais... se foram?" Perguntei sem dificuldade. No fundo, eu realmente não queria saber a resposta.
"Não, não que eu saiba, pelo menos. Eu não sei onde eles estão, o que me assusta ainda mais", ele suspirou. Um momento de silêncio caiu entre nós. Eu poderia dizer que nós dois estávamos pensando em onde eles poderiam estar. "Eles eram uh, eles são boas pessoas. Com certeza.. Eu sinto falta deles", disse ele em breve.
"Eu gostaria de conhecê-los bem o suficiente para sentir tanta falta deles. Toda vez que eles voltavam para casa de alguma missão nova e bizarra, eles me contavam tudo sobre isso com detalhes imaculados. Eu ouviria por horas. A única coisa é que eles fariam as malas imediatamente depois para encontrar outro. Eles nunca ficaram. Eu não os conhecia, só conhecia as aventuras deles", expliquei. Uma sensação de ardor se desenvolveu no meu coração.
"Você sabe que quando você era muito pequeno, me disseram para cuidar de você? Até que você pudesse praticamente lidar consigo mesmo. Sempre me pediram para acompanhar você. Mas você praticamente cresceu por conta própria. Eu não tenho nenhum crédito nisso. Isso era tudo você", ele riu.
"Sério? Eu sempre soube que tinha alguém cuidando de mim. Eu nunca soube que levaria tanto tempo para finalmente conhecê-los", disse com um sorriso. Conversamos por horas, andando pela floresta sem fim. Bilbo me contou tudo sobre meus pais. Ele me disse como eles me amavam demais para me colocar em perigo, mesmo que isso significasse que eu tivesse que crescer sozinho. Eu ainda não conseguia encontrar perdão por me deixar para trás todos os dias, mas encontrei uma pequena quantidade de compreensão. Se você ama alguma coisa, você faz sacrifícios. Eu só acreditei que não era justo comigo. Comecei a perceber que conhecia Bilbo melhor do que conhecia minha mãe e meu pai.
Depois de horas e horas assistindo infinitas árvores passarem, encontramos um lugar para acampar durante a noite. Nós nos instalamos perto de uma borda de montanha com floresta atrás dela. Dois anões estavam encarregados de fazer um incêndio, o que eles fizeram rapidamente. Nós nos abaixamos ao lado do fogo para nos mantermos aquecidos da noite fria. Minha conversa com Bilbo continuou.
"Você me lembra muito dos seus pais. Parece-me que você tem o coração de um lutador", disse Bilbo com o fogo fraco piscando em seus olhos castanhos. Eu acenei com a cabeça e sorri. Naquele momento, eu nem tinha certeza de como responder a nenhuma das informações sobre meus pais. Eu simplesmente não sabia o que pensar deles. Eu continuava querendo perdoá-los, mas sabia que não poderia.
Ao longe, de repente ouvimos gritos terríveis que acordaram alguns dos anões. Eles perfuraram o ar fresco da noite e tocaram pelas montanhas. Meus olhos se arregalaram e meu coração começou a pegar seu ritmo.
"O que isso poderia ter sido?" Eu perguntei, tentando não deixar minha voz tremer.
"Esses, minha querida, seriam orcs", disse um anão chamado Balin. Ele era um anão mais velho com uma longa barba branca e nevada. Seus olhos me mostraram que ele havia acumulado muita sabedoria ao longo de seus anos. "Eles estão nos caçando desde o momento em que começamos esta jornada. Eles são criaturas assassinas que não mostram misericórdia."
Eu não conseguia afastar meus olhos da direção de onde o barulho estava vindo, mas não conseguia mostrar que estava com medo. Esses anões pareciam estar arriscando suas vidas e eu decidi seguir o exemplo.
"Por que eles estão atrás de nós?" Eu perguntei.
"Há muito tempo. Tínhamos uma casa", começou Balin. "Nosso reino era poderoso através do governo do avô de Thorin, Thror. Nós, anões, minamos a montanha dentro da qual vivíamos. Um dia, um anão encontrou o coração da montanha durante a mineração. Um belo e hipnotizante pedaço de pedra que recebeu o nome de Arkenstone. Na época, os elfos e nós, anões, vivíamos em paz, mas não durou muito mais. Os elfos alegaram que roubamos as jóias de suas terras, mas sabíamos que nosso rei não faria nada do tipo. Um dia, um dragão feroz atacou nossa casa. Todo o reino irrompeu no caos. Quando nos voltaram para os elfos em pedir ajuda, eles nos dispensaram. Thranduil, o rei elfo, afirmou que não queria arriscar a vida de seu povo. Nosso reino não havia mais, e o Arkenstone estava perdido. Anões e elfos não se associam até hoje por essa mesma razão. Após o incidente do dragão, Thror tentou recuperar o reino anão de Moria, que havia sido invadido por orcs. O líder orc, Azog, desejava acabar com toda a linhagem Durin. Ele começou decapicando o rei, Thror. Thrain, o pai de Thorin, foi levado a uma dor louca e desapareceu. A raiva de Thorin cresceu e ele decidiu assumir o próprio rei orc. Ele não empunhava nada mais do que um galho de carvalho como escudo. Thorin continuou a lutar até cortar o braço de Azog com o balanço de uma espada perdida que ele tão felizmente encontrou. Azog soube naquele dia que a família Durin não pereceria tão facilmente. Derrotamos nosso inimigo naquele dia, mas não houve celebração. Restavam apenas alguns de nós, dificilmente o suficiente para dar uma festa, eu diria. Nós olhamos para Thorin como nosso rei e foi aí que nossa busca começou. Thorin acredita que, se reivindicarmos o Arkenstone novamente, só então podemos reunir os reinos anões novamente. Embora tenhamos um longo caminho a per ir."
"O que aconteceu com Azog?" Perguntou Bilbo.
"Ele morreu de seus ferimentos há muito tempo", respondeu Thorin, assustando os anões que ele estava atrás.
O silêncio caiu em todo o grupo por vários momentos até que todos eventualmente voltaram ao que estavam fazendo antes de Balin começar a história. "Então, me diga", murmurei silenciosamente, tentando mudar o assunto duro. "Quais são os nomes dos nossos guerreiros viciosos?" Eu perguntei olhando para Bofur. Eu me encostei contra uma pedra.
"Bem, indo da esquerda para a direita, temos Thorin, Dwalin, Balin, Dori, Nori, Ori, Oin, Gloin, Bifur, Bombur, Fili e Kili", explicou Bofur. Meus olhos estudaram cada anão, percebendo características únicas para aplicar a cada um. Meus olhos viajaram pela fileira até chegar ao fim. Encontrei olhos com o último anão, aquele que eles chamavam de Kili. Ele tinha ombros largos e braços e pernas fortes, assim como os outros. Seus olhos eram um marrom profundo com a cintilação de fogo brilhando por dentro. Eles estavam ligeiramente escondidos pela franja que cobria sua testa. Seu cabelo era longo e escuro, mas ao contrário dos outros, ele tinha uma barba muito mínima, tornando seu rosto jovem e um pouco inocente. Ele mostrou um sorriso tímido. Foi um sorriso tão puro que você não pôde deixar de devolvê-lo.
