- 𝑙𝑖𝑡𝑡𝑙𝑒 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑟

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ONDE A IRMÃZINHA DO GAROTO ACHOU ENGRAÇADO ASSUSTAR VOCÊ.

━━━━━━ S/N ━━━━━━

Diário de intercâmbio #2
9:10 AM.

Após o pequeno incidente que tivemos com a casa, acabei conhecendo meus avós, no caso, meus avós da família que me acolheu. Eles deixaram ficarmos lá o tempo que fosse necessário para reconstruir a casa, e eles amaram a minha presença.

A minha avó disse que foi no Brasil uma vez, mas ela era muito pequena para lembrar-se claramente, mas ainda tinha memórias do Cristo Redentor com todo o seu esplendor. Enquanto a mesma dizia que lembrava-se apenas de uma das maravilhas do mundo moderno, meu avô disse que se lembrava das viagens pelos cantos do país.

Ele disse que tem um amigo do Brasil, em Belo Horizonte, e também provou muitas comidas da Bahia, sobrevoou o Amazonas, fumou ao lado dos sulistas do Rio Grande do Sul e viu de modo breve, mas marcante, as belezas do Mato Grosso. Ainda bem que lembro-me das aulas de geografia.

— Que saudade deles... — passo as fotos que havia tirado com a câmera e escuto um barulho de pedras na janela — Ué... — digo abrindo a mesma e não vejo ninguém.

Respiro fundo e fecho a mesma, quando viro-me, escuto novamente a pedrinha, mas dessa vez, havia sido jogada mais forte que antes, fiquei com receio que quebrasse a janela. Então, abro novamente a mesma.

— Quem é o palhaço? — pergunto para a neve que caía — Olha aqui, peço gentilmente para não encher a minha paciência! — falo e fecho novamente a janela, escutando agora uma bolinha de neve ser jogada na janela.

Então, tá se divertindo? Vamos ver o que engraçado agora. Abro a janela e coloco uma boneca com um moletom, escondendo o rosto da mesma para não ser reconhecida. Coloco a mesma de uma forma que ela cairá para frente caso alguma coisa bata nela, e para o grande final, coloco um sachê de ketchup em sua cabeça, com impacto estouraria... Conto com isso.

Desço às escadas, os olhares são acompanhados pelos meus pais que dão de ombros, achando que apenas iria ver a neve. Escondo-me do lado da casa e uma garota aparece jogando bola na boneca, fazendo a mesma cair para frente e o sachê explodir, fazendo uma enorme mancha vermelha no chão, observo o olhar de desespero da menina.

Agradeço até hoje eu ter gasto minha mesada nessa boneca tamanho real, tenho medo dela...? Um pouco, mas ela me serve para muitas coisas.

— Por favor acorda! Eu nunca mais faço nada disso, por favor! — pede a menina limpando as lágrimas que ameaçavam cair e apareço ao seu lado, fazendo ela se assustar.

— Então, agora vai parar de assustar os outros —pergunto sorridente a menina que encara-me incrédula.

— Cara... Isso é muito pesado para uma criança de onze anos! — fala me olhando e encaro ela.

— Com onze anos, eu estava comendo terra! É isso que você deveria fazer! Não ficar por aí assustando os outros — rebato a menina, que agora me encara estranha.

— Por que diabos você quer que eu coma terra...? Não! Porque você estava comendo terra na minha idade? — pergunta indignada.

— É uma figura de linguagem menina!

— Que figura de linguagem mais estranha, então! — responde.

Errada ela não está, e aposto que eu não idade dela também não comia terra, talvez... Não me lembro. Reviro meus olhos e peço para a mesma ir para a casa, e por algum milagre a menina me obedece.

Encaro o que tinha feito para assustar a garota, não pensei no trabalho que teria para arrumar tudo, porquê eu tive que ter essa ideia estúpida!?

━━━━━━ END ━━━━━━

𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐂𝐀𝐌𝐁𝐈𝐒𝐓𝐀 | ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ ᵐᵒʳᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora