- 𝑠𝑘𝑖𝑝 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠

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ONDE VOCÊ E SUAS AMIGAS (SEM QUERER) MATAM AULA

━━━━━━ S/N ━━━━━━

Diário de intercâmbio #70
9:10 AM.

A loira observa impaciente o menino distante. Louie teve a maravilhosa ideia de matar aula junto com os seus amigos, mas acabou tudo dando errado, pois uma menina viu o mesmo sair, achou que ele estava com algum problema e veio nos comunicar sobre.

— Se quiser podemos vender ele — Jay comenta e a encaramos — Foi só uma sugestão.

— Eu preferia que ele estivesse passando mal de verdade — Mirelle fala — Eu não acredito nisso!

— Realmente, rídiculo isso — concordo com ambas as meninas. 

Na minha opinião, não há nada demais você matar aula, contanto que não afete os outros ao seu redor e você saiba lidar com as consequências dos seus atos, se for desse jeito, está tudo bem, mas como esse não é o caso, sinto uma sincera vontade de matar o acastanhado.

— Assim; nós vamos ficar aqui assistindo de longe ou vamos fazer alguma coisa? 

— Eu não sei, nunca matei aula — informo para a menina — Por que essa cara de espanto? — pergunto para Mirelle.

— N-Nada... É-É que tipo, você nunca matar aula é uma surpresa — gagueja — Comparado a todas as coisas que você já fez aqui, matar aula seria algo normal... Para você.

— Como é!?

— Isso aí eu tenho que concordar — Jay diz e a olho — O que? É verdade! Eu achava que matar aula era uma coisa rotineira para você — justifica.

— Eu estou com vocês todos os dias... TODOS OS DIAS! — enfatizo.

— A gente achava que o motivo é por você ser um de um país diferente, por isso não matava aula aqui nos Estados Unidos.

— ... Eu não vou perguntar qual o problema de vocês duas, mas eu sei que vocês tem muitos — digo as meninas, nenhuma das duas discordam disso.

O menino que observamos parece estar se divertindo muito com os outros, sinceramente, sair da escola deve ser algo divertido para ele, já que quase nunca o vejo saindo no horário de almoço dos alunos.

Ele é alguém dedicado, extremamente dedicado; fora que, mesmo com raiva de admitir isso, ele também é uma pessoa bonita, então, não é que ele não saia por falta de convite, mas sim, pelo seu comprometimento com o nosso colégio.

— LOUIE! —  grito o nome do menino e sinto as meninas me puxarem —  O que foi? —  pergunto.

— Ficou doida!? Isso era para ser uma missão secreta! — reclama a garota de pele escura. Encaro os seus olhos castanhos que agora estão com lentes esverdeadas.

— Você acha mesmo que eu saí da minha escola para ficar em pé, olhando alguém fazer alguma coisa...? — questiono — Você só pode achar que eu sou uma doida ou uma completa imbecil!

— Às vezes você exagera — ouço uma voz masculina atrás de mim e viro-me — O que vocês três estão fazendo aqui? — pergunta Louie.

— É uma pergunta deverás interessante... O que estamos fazendo aqui Mirelle? — pergunto para a menina.

A loira fica segundos olhando o menino, ela deve estar pensando no que responder, mesmo que não adiante de muita coisa agora. Até um cego perceberia isso.

— Olha, mas que saco viu! — exclama a menina e a encaramos — Uma garota veio em nossa direção e disse que você estava com problemas, como boas amigas que somos, seguimos você! Agora, agradeça — pede Mirelle.

— Agradecer? Vocês estão fora da escola!

— É porque você é um holograma 'né? — rebato impulsiva — Desculpas, continue.

O menino suspira, visivelmente preocupado com a situação, estranhamente, estou achando que ele é responsável... Isso é tão esquisito e apaga uma imagem muito concreta que tinha da sua pessoa.

— Vocês saíram há quanto tempo? — pergunta e respondemos — Vocês disseram para alguém justificar a falta de vocês.

— Tinha que fazer isso? — pergunto e ele assenti.

— Olha, vocês tem que arranjar uma desculpa, caso contrário, daqui 1 hora seus pais vão receber uma notificação que vocês não apareceram na escola! — explica.

Respiro fundo tentando manter a minha calma, olho ao meu redor e vejo apenas prédio com mais prédios. Poderia ligar para minha mãe e dar uma desculpa, mas estou com meu celular descarregado e não me lembro o número da mesma sem olhar no aparelho; depois disso, eu vou aprender.

O menino estava salvo diferente de nós, já que um dos seus amigos irá acobertar ele e os outros, por isso que permanece tranquilo. Depois de uns pequenos minutos pensando no que iria fazer e observando os prédios ali, percebi que um deles me parecia familiar.

— Aquele prédio ali — aponto — É aonde Miguel estuda? — pergunto a Mirelle.

— Olha... Eu acho que sim... Ah, S/n! — me chama enquanto corro em direção ao lugar.

Para pensar quando estou fazendo prova meu cérebro é lento, mas quando é para pensar em uma forma de passar ilesa por matar aula consigo me transformar em uma gênia. Continuo correndo em direção ao lugar até que finalmente chego, aos poucos, meus amigos aparecem atrás de mim.

Não há seguranças aqui, o que é um erro fatal considerando que eles moram nos Estados Unidos, mas penso nisso outra hora. Caminho para o corredor e peço o celular de Louie, já que era o único com créditos e ligo para o moreno.

O que você quer? — pergunta o menino. Quanto amor pelo meu amigo.

— Amor, nossa, que fofo! 

S/n!? O que você está fazendo com o celular do Louie? E porque está me ligando? — interroga. Digo ao menino que irei responder todas as suas perguntas, mas que no momento, era para ele me escutar sem falar muita coisa.

Explico que estou na academia que ele estuda e que deveríamos nos encontrar em algum lugar do espaço, assim, eu poderia ligar para minha mãe, já que ele tem o contato da mesma. Miguel não questionou muito e disse que mandaria a localização da biblioteca, pois era lá que ele estava agora.

Miguel aconselha ir pelas escadas de emergência, assim ninguém nos veria. Depois de alguns minutos subindo as escadas, chegamos ao andar da biblioteca e entramos na mesma, encontrando o moreno sentado em uma poltrona que tinha ali.

— Mãe! — falo quando a mais velha atende a minha ligação — Eu estou te ligando para dizer que eu não estou na escola... Calma... M-Mãe, não é por isso... Posso falar!?

Minto para mulher dizendo que o moreno precisou da minha ajuda para algo muito urgente, me senti mal por estar mentindo, porem sinto que não terá tanto efeito. Depois de minutos conversando com a mesma, ela desliga e entrego o celular ao menino.

— Olha-

— Não, não vamos falar disso aqui, falamos disso em casa. Agora, você terá que sair daqui, eles uma hora podem descobrir. Cuide-se, hermosa.

O menino se despede dando um selar rápido em minha testa, depois me abraçando carinhosamente e voltando para sua sala. Viro-me e os meus amigos que encaram chão, acho graça disso. Pegamos o mesmo caminho para sairmos da academia. Eles realmente deveriam investir em segurança.

━━━━━━ END ━━━━━━ 


𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐂𝐀𝐌𝐁𝐈𝐒𝐓𝐀 | ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ ᵐᵒʳᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora