O horário de visitas no hospital já havia terminado, mas uma mulher conseguiu esgueirar-se sem ser percebida e entrou na sala dos médicos. Havia apenas um deles, dormindo como um santo e roncando como um porco, perfeitamente preparado para o plantão da noite.
A mulher apanhou um avental de médico, vestiu-o, retirou cuidadosamente o estetoscópio pendurado no médico adormecido, colocou-o no próprio pescoço e saiu sem um ruído.
***— Onde está a ficha da paciente do 412?
— Está aqui, doutora...
— Quero ver.
A encarregada do andar entregou a prancheta à mulher. Estava tudo anotado. A substância tóxica já havia sido descoberta. Ela leu o que precisava e jogou a prancheta sobre o balcão.
Pegou o elevador até o subsolo, onde ficava a farmácia do hospital.— Boa noite, doutora... — cumprimentou o sonolento atendente.
A mulher perguntou de um medicamento, um nome inventado na hora, algo bem complicado.
— Hum... não sei, doutora. Posso verificar na lista.
— Pois verifique.
— Deixe ver... não, não temos esse medicamento em estoque, doutora.
— Veja na administração se há algum pedido de compra. Preciso do medicamento até amanhã.
— Um instante, doutora. Vou telefonar para a administração. Talvez o plantonista possa informar alguma coisa.Enquanto o atendente discava, a mulher, às suas costas, percorreu as prateleiras. Foi rápido encontrar o que precisava. Quando o homem desligou, ela já pusera um pequeno frasco e uma
seringa de injeção no bolso do avental.— Desculpe, doutora, mas não há pedido de compra para esse medicamento.
— Droga de hospital! Está bem, eu me viro de outro jeito. Obrigada, assim mesmo. – diz saindo do estabelecimento
— Às ordens, doutora.
***
Na porta do quarto 412 havia uma placa onde estava escrito "VISITAS PROIBIDAS POR ORDEM MÉDICA." Mas, àquela hora da noite, ninguém ficava de plantão pelos corredores para fazer cumprir as ordens das placas. Assim, a mulher de avental andou sem problemas pelo corredor e abriu a porta silenciosamente.
***O corpo de Veronica estava inconsciente na maca do hospital, ligado a todos os aparelhos que podia se imaginar e com o som dos batimentos tranquilos. Como podia uma menina tão bonita se achar tão inferior, qualquer um que entrasse ali e a visse, se admiraria com a beleza da menina dormindo.
— Boa noite, Isabel. Como é? Está melhorzinha?
Ela abriu os olhos ao ouvir a voz. Apesar da escuridão quase total, Verônica reconheceu o vulto da professora, recortado contra o teto do quarto. Sentiu seus pés gelados e pôde ouvir o som de seus batimentos aumentarem, mas não exageradamente.
— Oh, vejo que você ainda está fraca! Mas isso vai passar. Sabe? Eu fiquei preocupada com a história do bombom. – com as mãos enluvadas, começou a mexer nos fios de cabelo soltos na testa de Verônica – É... você me deixou preocupada. Ninguém sobrevive à linamarina. Ninguém sobrevive ao cianureto. Mas você não comeu o bombom, não é? É uma pena... Você poderia ter evitado tanta preocupação, tanto sofrimento...
Verônica tentou gritar, e a língua se enrolou, os músculos não responderam. Mas ela ouvia tudo, e enxergava o suficiente para aumentar o próprio terror.
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Os Olhos Errados - Vughead
FanficAh! O amor à primeira vista! O amor de aparências, o amor q Veronica sentiu ao ver um lindo jogador musculoso de cabelos ruivos. Mas também, é o amor que Veronica sentiu após tanto beber e olhar em seus lindos olhos... ela estava apaixonada. Mas ser...