12

55 3 0
                                    


Quando a luta começou, eu mal conseguia respirar. Não fazia ideia de como libertar um homem que, além de estar acorrentado, encontrava-se ensanguentado no centro da arena.

Era uma loucura... tudo ao meu redor parecia uma tremenda confusão. E por um instante, apenas fechei os olhos.

Um soco de direita, depois quebre a coluna desse desgraçado! Vai lá, 16! — ouvi alguém gritar atrás de mim.

Quando abri os olhos, o gigante estava sobre Mikail.

Na areia, o príncipe tentava se esquivar, usando a corrente para prender o pescoço do gigante. Mas este continuava a desferir socos em cada parte do corpo do príncipe que conseguia alcançar, atingindo-o na costela. O grito de dor de Mikail quase me levantou, se não fosse o general me segurando.

— É melhor se controlar...

— Ele é um príncipe. Você tem noção disso?!

— Para o Reino do Sul, ele está morto... — o general riu, voltando sua atenção para a luta — E não foi você a culpada? Pensei que quisesse assistir a isso, princesa Ayme.

Foi por isso que me deixaram entrar? Porque eu fiz um favor a eles ao afastar Mikail da liderança dos bárbaros, certo?

— Isso não está certo. Se ele é do Sul, eu e o rei somos quem deve puni-lo. Tire-o de lá.

Naquele momento, ouvi quase toda a arquibancada murmurar de desgosto. Foi quando vi Mikail se livrar do gigante e se afastar, salvando-se.

— Que autoritária você é, princesa. Sabe que não está em seu território. E nem é bem-vinda aqui, então como ousa tanto assim, hein? — perguntou-me o general, sorrindo como se conversasse com outra presa prestes a morrer na arena.

Olhei ao redor e vi Talles do outro lado, sentado e sangrando, sob a vigilância de dois soldados. Uma cena que me fez querer gritar de desespero, mas ainda assim mantive a calma exteriormente.

— Você sabe por que estou aqui. Eu quero Mikail. — respirei fundo e continuei falando ao general — Eu o responsabilizo pelo inferno que passei nesta ilha e no Reino do Sul. Ele me pertence.

Tentando uma nova abordagem com o general, engoli em seco quando ele examinou meu rosto — O que está pensando?

— Meu rancor e desespero são ainda piores que uma espada. Não concorda?

Repeti algo que ouvi do irmão de Mikail. Para minha surpresa, isso interessou o general, que me analisou seriamente — Entendo você. Mas temos motivos semelhantes, princesa. Então isso não...

200 moedas estrangeiras da Ásia, o que me diz? Não ajudaria a expandir tudo isso aqui? — ofereci rapidamente — O líder de vocês não precisaria de muito dinheiro para construir outra fortaleza após derrotarem os bárbaros? Por que incomodar o líder e não usar esse dinheiro que estou oferecendo?

Seus olhos brilharam como se eu tivesse tocado em seu ponto fraco.

— Boa tentativa... — ele piscou e chamou um soldado — Obrigado pela visita, tirem-na daqui.

Dois soldados rapidamente me retiraram dali enquanto eu resistia, mas percebendo a inutilidade da resistência, decidi ir calmamente, rogando aos céus por uma saída, até que, por um reflexo, vi alguém voar pelo centro da arena.

PUFF

Ao ouvir isso, não houve um só homem nas arquibancadas que não se levantou para ver o gigante de número 16 caminhar em direção ao Mikail caído.

Coroa de Chamas e FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora