9

57 5 19
                                    

Pedras. Havia muitas pedras no caminho por onde eu caminhava.

Meu vestido parecia mais pesado que o habitual, e eu sinceramente não me recordava de como havia chegado àquele caminho. Contudo, eu não estava sozinha. O próprio rei estava ao meu lado, com um sorriso atencioso, ajudando-me.

Tudo ficará bem... — ele disse com uma certeza que me fez suspirar aliviada, compreendendo que aquele era o caminho para casa, para Bergamo.

E eu sorria, até que, por acaso, olhei para minha mão e percebi que estava acorrentada a ele, com correntes que brilhavam em um tom vermelho, o que me fez imediatamente entrar em pânico ao sentir que ele me puxava como se eu fosse um animal.

— Majestade, não! Isso não está certo... — apavorada, tentei confrontá-lo sobre o que era aquilo. Mas ele apenas sorriu e me respondeu com sua voz mais gentil.

— Não há com que se preocupar. Estou no controle de tudo, minha noiva.

Naquele momento, desesperei-me ao ver o homem ao meu lado continuando a me arrastar por aquele caminho.

Solte-me agora! Você não pode fazer isso comigo! Aleksander, solte-me...

Assim, desesperei-me ao ponto de tentar correr para o outro lado, chutá-lo e empurrá-lo. Mas ele rapidamente me imobilizou com o mesmo sorriso gentil e assustador.

Então, com o peito doendo, fechei os olhos e roguei aos céus — Ajudem-me!

De repente, com um piscar de olhos, eu estava em um bosque ouvindo minha voz em eco "Ajudem-me...". E rapidamente percebi que vinha de uma caverna escura, situada sobre um monte escorregadio e estreito de pedras.

E eu não sabia o motivo, mas senti uma urgência de chegar lá o mais rápido possível. Ao alcançar a entrada, ouvi a voz que era minha começar a mudar, transformando-se em um apelo masculino, pedindo ajuda.

Não era o rei; ele já tinha desaparecido da cena em que eu me encontrava. No entanto, a voz masculina me atraiu.

Me ajudem... — sua voz estava tão fraca e vinda de um canto escondido que senti a necessidade de ir até lá.

Quando estava prestes a ouvir seu pedido mais de perto e me aproximar naquele lugar escuro, um puxão me tirou da caverna.

Então, sentei-me rapidamente sobre os lençóis na cabana do rei e percebi que tinha acordado de um sonho.

— A voz masculina... eu a reconhecia de algum lugar. Mas de quem seria?

Perguntando-me isso, com as mãos na testa, forcei-me a lembrar. E estava tão concentrada no sonho que me assustei ao ouvir passos perto daquela cabana.

Assim, por uma pequena fresta, vi dois soldados conversando enquanto tentavam arrumar o que parecia ser uma fogueira.

Não sei como o rei lidará com ela. Mas eu não consigo. Sério, não acho nada disso divertido, Lorran...

Você é um tolo, Kal! — Lorran riu enquanto tentava acender a lenha — É a vida dela ou a sua, qual você prefere?

Ela não tem culpa de nada, Lorran...

Decide logo! — Lorran riu dele, e Kal fez uma careta e suspirou.

É óbvio que escolho minha vida.

Ao ouvir isso, um arrepio percorreu imediatamente a minha nuca.

Sobre o que eles estavam falando? De quem eles queriam causar esse mal?

Coroa de Chamas e FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora