5. Quando o gatilho não é puxado

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Londres, 1960.

Era uma noite tempestuosa quando os olhares de Min Yoongi e Kim Taehyung se encontraram pela primeira vez. O jovem jornalista tinha um apreço palpável por admirar coisas bonitas, e naquela noite, Kim Taehyung era a visão mais bela que seus olhos já tiveram o prazer de avistar.

O rapaz de cabelos em um tom de castanho claro, vestido em um terno branco e com um sorriso vivaz naqueles lábios finos foram o suficiente para que Min esquecesse da esposa que deixara em casa. Tragou o cigarro, enviando fumaça para dentro dos pulmões e sorriu.

E quando seus olhos encontraram os dele, a sensação que se aponderou de todo seu corpo lhe destruiu por completo. Sentia-se em paz, pela primeira vez em anos seus pensamentos não o atormentavam como gritos desesperados de pessoas que se perdem em algum lugar ruim. Nada era ruim quando estava perdido no transe que era os olhos de Taehyung. 

ㅡ Belíssima noite, Sr. Min.ㅡ A voz carregada de doçura invadiu os ouvidos de Yoongi, que virou seu corpo na direção do dono daquele som deleitoso e sorriu.

ㅡ Está certo, Sr. Kim. É uma noite memorável mas se me permite a ousadia, como sabes meu nome? ㅡ Diferente de si próprio, Min achava que nunca tinha revelado seu nome para o jovem herdeiro.

O Haword mais novo deu uma risada.  E Min Yoongi pôde jurar que aquela risada seria sua cura. 

Mal sabia ele que, dependendo da dose, aquilo que curava também tinha o poder de matar.

ㅡSeu nome é muito comentado por aí, Sr. Min. Sendo amigo do infame Kim Namjoon, o que esperava? ㅡ A feição divertida atrelada ao um sorriso brincalhão levava Yoongi a crer quem em seus olhos estava a mais esbelta obra de arte que já tinha visto.

E logo ele, que nunca foi um apreciador dos seus amantes, se deixou levar pelo brilho daqueles olhos castanhos, pelo sorriso exuberante e pela forma que ele se portava. Gracioso. Como um maldito cisne branco, Taehyung Haword era puro e majestoso.

ㅡTemo que tenhas razão. Sendo acompanhante de Namjoon, é impossível passar despercebido por Londres. ㅡ Sorriu, tocando sem querer, ou quase, nas mãos grandes e douradas de Kim.

E o que se sucedeu dali em diante foi como uma reação em cadeia: Logo, Yoongi arrancou Taehyung do mar e fofoqueiros que já se perguntavam o motivo da proximidade de ambos e o levou até seu pequeno apartamento, engolindo sua boca com um beijo repleto de urgência. 

Era como se precisasse sentir o gosto da língua de Kim sob a sua para continuar respirando, como se o ar que soprava em seus pulmões fosse feito de uma única matéria: Taehyung Haword. Com um movimento brusco, tocou o rosto primoroso com as pontas dos dedos, com receio de que ele acabasse se partindo sob seus toques. O que Min Yoongi não tinha conhecimento era de que, entre eles dois, seria Taehyung que faria o papel de baluarte.

Uma fortaleza segura, que jamais o deixaria cair, que lhe seguraria em seus braços e arrancaria toda a pertubação que havia em seu âmago. 

E quando o ar foi necessário, encerraram o beijo olhando nos olhos um do outro. E foi isso que assustou Min Yoongi, porque enquanto todos que passavam em sua vida olhavam para ele, Kim Taehyung via através dele, enxergava além das orbes taciturnas e do sorriso exausto.

Kim Taehyung lhe enxergava.

E aquilo o apavorava profundamente.

E quando aquelas mãos pálidas percorreram seu corpo por todos os cantos, Taehyung teve certeza de que jamais iria ansiar por outro toque, não quando o pau de Yoongi lhe preenchia com tanto afinco e aqueles olhos ferinos estavam direcionados a si.

Amour Interdit • minimoni •Onde histórias criam vida. Descubra agora