Amour Interdit • minimoni •

22. Quando sexo é afeto

#escritor devasso
Londres,1960

Os dias que se seguiram foram carregados de beijos roubados, encontros tarde da madrugada e conversas profundas ao pé do ouvido. Ainda que tivesse um certo receio do que estava fazendo, com o tempo, Jimin permitia que a confiança e sensação de pertencimento o moldassem, tornando os momentos ao do escritor muito mais do que apenas pecados e desvios de rota.

Era importante o modo como Namjoon o abraçava quando o magnata estava assentado no meio de suas pernas, como sempre dava um jeito de o levar para os campos, uma parte rural de Londres na qual podiam ver com clareza a lua brilhando. Para a esposa, dizia que fazia pequenas viagens a trabalho para o interior londrino, sempre trazendo bons presentes para ela e sua filha quando voltava, além de levar a pequena para passear e tomar chá com bolinhos em meio às reuniões e compromissos de seus dias. Vivia uma vida dupla, uma em que precisava ser pai, esposo e provedor, além de um chefe implacável e investidor nato.

E outra na qual era beijado com veemência, onde sentia seu corpo queimar por um homem e dividia conversas profundas ao lado dele, além de vez ou outra, dividirem também os lençois. Mesmo com aquela intimidade de dormirem juntos a cada viagem que faziam, Namjoon e Jimin jamais tiveram um toque sexual, somente beijos e roçar de mãos e nada mais. O escritor já estava impaciente, ansiava pela ideia de tocar aquele corpo, cobri-lo com o seu e o tomá-lo para si, mas sabia ser paciente e não iria contra os limites de Jimin. Se o magnata não queria aquele tipo de toque, o respeitaria.

Estavam em uma embarcação pequena que a família de Dominic herdou dos antepassados. Era bonita, com pinturas requintadas nas paredes e uma pequena adega em seu interior, munida por vinhos caros e alguns queijos que Park comprou especialmente para a viagem. Do lado externo, lençois estavam espalhados e com isso, jaziam deitados observando as estrelas, o corpo de Dominic por cima do escritor, as mãos grandes do outro tocando seus cabelos loiros com uma delicadeza que sequer sabia possuir.

ㅡGosto de mirar as estrelas assim, de perto. ㅡ A voz melodiosa irrompeu do silêncio, fazendo Namjoon ter um leve sobressalto.

ㅡSinto o mesmo, ainda mais em sua maravilhosa companhia.ㅡFoi sincero. A tempos sabia que aquilo que havia construído com Jimin não era mais sobre desejo ou conquista, não sabia do que se tratava e com toda certeza não havia pressa alguma de descobrir, se é que há algo para descobrir.

Dominic se levantou, virando o corpo em um ângulo em que pudesse ficar de frente para o escritor, uma das mãos indo em direção ao rosto másculo do outro, selando seus lábios em seguida.

ㅡ Falas com tanta tranquilidade, me pergunto se a condenação que ronda o meu coração, não assola o teu...ㅡEra um questionamento pertinente, segundo as métricas do escritor. Sorriu, o puxando para si de modo que ele estivesse em seu colo, a bunda farta em cima de seu membro.

ㅡA muito que meu coração não é perturbado pelas normas sociais, meu magnata. O seu também deveria parar de permitir ser.ㅡ O beijou, dessa vez com certeza e muita força, o puxando para si como se a qualquer momento Dominic fosse fugir de si. Dominic cedeu, perdendo-se naquele corpo maior abaixo do seu, as mãos firmes em sua pele, o sorriso intenso vidrado em sua direção, o desejo pingando-lhe os olhos.

Namjoon sorriu a visão de Jimin salivando por ele, beijando o rosto bonito de maneira casta, as mãos se aventurando pela pele alva, retirando suas roupas de modo que estivesse apenas de calça, a barriga lisa sendo alvo dos olhares de Kim. É bonito ver Jimin despido, não só pela sensualidade do momento, como também pela forma como ele cedia gradualmente a seus encantos.

ㅡEsse é o momento em que me pedes para parar, Jimin. Ter seu corpo sob meus braços e não poder te levar para a impureza dos meus lençois é quase um pecado. Por deus, peça que eu pare, e eu paro. ㅡ Sussurrou baixo, sendo respondido apenas com um beijo profundo, o qual desestabilizou a si. Dominic estava lhe dando aval para que explorasse seu corpo, nunca haviam chegado até a essa parte, não sabia como proceder.