14. Quando passeios são feitos

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Leiam as notas finais!

Londres, 1960

O gosto amargo do café sem açúcar vertia nos lábios pequenos do jornalista,a xícara fumegante estava disposta na mesa repleta de papéis enquanto vincos se formavam na testa do homem. Min Yoongi tentava a todo custo concentrar-se na matéria que precisava entregar para seu chefe naquele final de semana, contudo, os pensamentos intrusivos não lhe deixavam em paz. Pensava em Taehyung e como ele estaria, se já o havia perdoado e se ainda sentia algo por si.

Já passara algum tempo desde a última vez que vira o herdeiro, e em seu peito crescia a vontade de vê-lo outra vez. De cheirar-lhe os fios castanhos e beijar os lábios bonitos e desenhados, de sentir o aroma doce de seu pescoço e deliciar - se na quentura do corpo de seu homem. Sentia falta do pertencimento que os braços do outro lhe proporcionam. Sentia saudades de Taehyung. Suspirou de maneira cansada, percebendo que não conseguiria terminar a matéria naquela noite, seus pensamentos estavam turvos demais para isso.

Bebericou o que restava de seu café e foi até a janela do pequeno escritório, apreciando a luz da lua e pensando em como Taehyung estava naquele momento.

Do outro lado da cidade, amarrotado em seus lençóis caros de seda, Kim Taehyung tinha um charuto nos lábios, a fumaça espessa era expelida pela boca fina e os cabelos estavam espalhados no travesseiro. Três dias. Exatos três dias que o herdeiro não saia dali, totalmente contra os pedidos e ordens de seus pais, Taehyung mantém-se preso em casa, os pensamentos à flor da pele e lágrimas sendo expulsas de seus olhos tigrescos.

Não era mais sobre saudade. Não apenas isso, quando Yoongi se foi, Taehyung não perdera somente o homem que ocupava seus lençóis e seu coração, não perdera apenas um amor, mas seu único amigo. Levando a vida que leva, Kim não tem oportunidade de criar laços, de criar conexões, então Yoongi fora, por algum tempo, o mais perto que já tivera de um amigo.

Porque não era apenas sobre sexo e Taehyung sabia. Porque Yoongi fazia carinho em seus cabelos e lhe cheirava o pescoço, porque Yoongi era sua segurança em dias ruins.

Suspirou, prendendo o charuto entre os dedos e deixando a mão pender para fora da cama, abriu os lábios e deixou a fumaça sair, deixando o quarto com um aspecto turvo. Mas Kim não importou -se, apenas fechou os olhos e tentou não afogar-se no torrencial de pensamentos que o turbinaram.

Contudo, falhou.

♣️

As linhas de expressão presentes na testa do magnata evidenciaram o quanto ele estava tenso naquela situação. Fazia mais ou menos duas horas que analisava minuciosamente tudo que Jeon lhe passara sobre os balanços financeiros, e a cada vez que examinava cada papel novamente, tinha certeza de que de fato não era apenas uma queda de lucros. Estavam sendo roubados.

Mas, por quem? Era isso que Dominic precisava descobrir.

Suspirou, bebericando uma xícara de café que sua secretária havia deixado para si mais cedo. O líquido quente descia pela garganta, revigorando o magnata e dando-lhe força para continuar aquela investigação. Sua empresa é seu bem mais precioso e ele jamais permitirá que alguém a destrua.

Permitiu-se um descanso mínimo, afastando-se da mesa de sua sala e caminhando calmamente por toda extensão do lugar. Por um descuido, sua mente o levou até os perigos de pensamentos vazios.

Sua mente o levou a Kim Namjoon.

Ardilosamente, o escritor invadiu seus devaneios, com os olhos intensos e fogosos, os lábios carnudos e a pele dourada, provocante, na opinião de Jimin. Era provocante demais que Kim desfilasse por aí com o riso fácil e respostas curtas, certeiras, era provocante demais que ele simplesmente o olhasse de maneira tão quente. Provocante demais que o escritor devasso o incendiasse por completo.

Amour Interdit • minimoni •Onde histórias criam vida. Descubra agora