Amour Interdit • minimoni •

4. Quando o escritor se perde

Londres, 1960

A revolução industrial na capital inglesa trouxe diversas mudanças no funcionamento das grandes metrópoles, como, por exemplo a máquina a vapor. Não alheio a essas mudanças, Jimin Dominic Clifford implementou em sua empresa as tais máquinas, modificando desta forma as relações empregado e trabalhador, não que fosse algo que o magnata tivesse total conhecimento. Para Park Jimin, a alienação provocada pelo sistema fordista nas empresas automobilísticas, não era um problema considerável. De que importaria para o patrão que seus empregados não soubessem sobre o processo produtivo? A ignorância é a base do capitalismo.

Com um suspiro cansado, o homem analisava os papéis em suas mãos, neles continham os balanços do mês relativos aos lucros e as despesas que teriam. Jimin era um homem organizado, presava pelo bem funcionamento da empresa e pela garantia de que tudo correria da maneira mais majestosa possível.

ㅡSr. Clifford? Mandou me chamar? ㅡA voz era de Jeon Jungkook, o mais novo acionista da empresa.

O rapaz vestia um terno escuro, combinando com os cabelos também escuros e os olhos negros profundos.

ㅡSim, Sr. Jeon. Pedi que vinhesse para fazer-lhe uma proposta que imagino ser do seu agrado. ㅡ Deu um sorriso gentil e pediu com um movimento sutil das mãos que sentasse a sua frente.

O rapaz logo obedeceu, sorrindo para o loiro de maneira contida.

ㅡ Estou curioso, Sr. Clifford, o que seria essa tal proposta?

ㅡ Por favor rapaz, não sejamos tão formais. Me chame de Dominic, é suficiente. ㅡ Passou os dedos pelos fios loiros e sorriu.

Jungkook assentiu.

ㅡ Então, Dominic. O que há para mim?

Jimin deu um sorriso arteiro, recostando o corpo forte na cadeira acolchoada de modo imponente.

ㅡ Jungkook, tudo bem chamá-lo assim? ㅡO mais novo assentiu. ㅡ Quero que trabalhe comigo.

O rapaz arregalou os olhos, notavelmente surpreso com aquela proposta.

ㅡMe perdoe a indelicadeza, mas por que está interessado na minha presença aqui na empresa? Que benefícios isso trás para o senhor?

A pergunta de um milhão de dólares, Jimin sabia que seria feita e estava ansioso para dar um resposta a altura.

ㅡ Quero instaurar relações comerciais com o clã dos Jeons, Sr. Jungkook. E a melhor maneira de conseguir isso é ter o filho mais novo deles comigo, não acha? ㅡ Ergueu uma das sombrancelhas, fazendo Jungkook se arrepiar por completo. Park Jimin exalava uma fúria, um ardor quase que criminal e ele se segurou para não tocar-lhe a pele suave do rosto bonito, em especial os lábios vermelhos e convidativos.

Engoliu em seco e assentiu.

ㅡ Vejo que já tem todo o plano em mente, Sr. Dominic. ㅡ Estalou a língua no céu da boca e sorriu.

ㅡSou um estrategista, Jungkook. Eu sempre tenho os planos em mente. ㅡO olhar a si direcionado era faminto e ele quase cedeu. Quase caiu no perigo daqueles olhos cor de mel e sorriso sincero e quase uniu a boca vermelha com a sua.

Porque Jeon Jungkook não gostava somente de mulheres e ele já sabia disso a muito tempo.

ㅡ Um bom jogador nunca revela seus segredos e você acaba de me revelar os seus. Não acho que seja tão habilidoso assim, Dominic.ㅡ Alfinetou, sorrindo ladino enquanto tamborilava os dedos sob a mesa, arrancando um sorriso do loiro.

ㅡ Não te revelei meus segredos, jovem Jungkook, apenas o meu modus operandi. ㅡ Pescou um dos papéis com os dedos. ㅡ Essa é sua primeira tarefa, Sr. Jungkook.