Amour Interdit • minimoni •

16. Quando convites são feitos

#escritordevasso

Londres,1960

Quando Florence soube que estava grávida, uma felicidade radiante lhe tomou. Primeiro, sentiu os enjoos costumeiros de uma gestação, depois sentiu os pés incharem com o passar dos dias e quando não aguentava mais as dores e enjoos, solicitou que o médico da família fosse até a residência Clifford para examiná-la.

Com apenas alguns minutos de exame e análise, o homem lhe deu a notícia que mudou sua vida. Florence estava grávida. Quando contou ao marido, pôde ver os olhos pequenos brilhando em sua direção enquanto um sorriso adorável despontava de sua boca. Agora, anos depois, Florence sentia que embora a gravidez de Rosalina houvesse sido um marco importante para o relacionamento do casal, agora eles haviam esfriado novamente. Dominic não comparecia em sua cama, sempre dando desculpas de que precisa resolver assuntos da empresa ou escondido em seu escritório escrevendo por horas a fio.

Sentia falta de seu marido, ainda que soubesse que em momento algum de suas vidas enquanto casal tivera a atenção dele por completo.

Desperta de seus devaneios, Florence sentou-se na cama, percebendo a ausência de Jimin, o que já era corriqueiro na vida da mulher. Com um suspiro, se pôs de pé, olhando seu reflexo no espelho e gostando da forma como os fios ondulados e dourados desciam como uma cascata em seus ombros. Certa vez, Seokjin lhe dissera que seus cabelos eram bonitos tal qual ouro e que o homem que os pudessem tocar era o mais sortudo de todos. Ela não poderia continuar mentindo para si mesma: ficava balançada a cada gracejo e elogio que saiam dos lábios gentis de Kim Seokjin, balançada a cada conversa na qual ele mantinha os olhos atentos presos nela e o modo como ele sempre dava um jeito de pedir para entregarem flores em sua casa.

Ela estava sendo cortejada e sabia o quão errado aquilo poderia ser. É uma mulher casada, de boa família e com uma linda filha para criar, e por mais que Kim Seokjin nunca tenha passado dos limites decentes, ela sabia que não poderia continuar alimentando aquilo. Não era correto e Florence não havia sido criada para isso.

Mas o que fazer quando sente prazer em ser apreciada? O que fazer quando sente uma queimação em seu peito a cada visita ou buquê deixado em sua casa?

Antes de ser mãe e esposa, Florence era uma mulher e se deliciava com os olhares furtivos, os sorrisos doces e a gentileza expressa por Seokjin em cada atitude. Sabia que uma hora ou outra aquela situação pesaria para si, mas era quase inevitável se envolver na teia de afeto que o homem lhe oferecia.

Oh céus, aquilo não acabaria bem.

♣️

Semanas de encontros furtivos se passaram até que Yoongi e Taehyung estivessem conversando com naturalidade. O que parecia um diálogo entre dois estranhos que jamais dividiram os lençóis, agora aparentava estar tomando as rédeas novamente. Naquele fim de tarde em específico, o jornalista e o herdeiro conversavam sobre trivialidades.

Ambos sabiam que não era sobre aquilo que queriam discorrer, mas nenhum deles conseguia verbalizar o que de fato desejavam. Taehyung estava dominado pelo orgulho, ao passo que Yoongi temia retroceder. Ele ainda mantinha a ideia de que acabaria por atrasar a vida do amado, e por isso continuava distante o suficiente para que não se perdesse naqueles olhos tigrescos e lábios convidativos. Mas em seu íntimo, o jornalista sabia que era quase impossível.

Como poderia resistir e ignorar os sentimentos que ainda habitavam em seu peito, e se transmitiam para todo seu corpo. Sua pele reagia à presença de Taehyung, arrepiando a cada toque não tão acidental assim, seus lábios salivavam a cada vez que a boca de Kim se movia, ansiando por um selar delicado e doce.