Writing my (love) story

15 - Segredo

      P. O. V.  Wilhelm

    — Nossa, estava MUITO bom — digo

    — Não sei, ainda estou processando, acho que faltou tempero, faltou o tchan brasileiro

    — Eu amei, principalmente o pudim

    — Você tem que experimentar o da minha mãe então, se você já gostou daquilo, vai se apaixonar pelo dela

    — Não vejo a hora de experimentar então, você vai ter que me levar para o Brasil

    Simon para o carro na frente da garagem da minha pequena casa

    Pego minhas coisas na sacola de papel e saio do carro. O cacheado também sai

    — Mais uma vez, obrigado pela sua ajuda, por tudo isso

    — Wille, você sabe que...

    Corto sua fala com um abraço apertado, e ele retribui da mesma forma. Seu rosto ficava próximo aos meus ombros por conta da diferença de altura, o que me dava a oportunidade de sentir o cheiro do seu cabelo. Parecia... leite de coco! É maravilhoso

    O calor transitava facilmente entre nossos corpos, como se estivéssemos em harmonia na respiração, nos impulsos nervosos, até na circulação sanguínea

    E na verdade, eu acho que estávamos

    Tudo gera uma vontade muito estranha de ficar aqui até a eternidade

    Mas, infelizmente, a eternidade durou muito pouco

    Nos soltamos um do outro e ele volta a olhar para mim

    — Tudo bem, tudo bem senhor Wilhelm — ele diz se afastando mais um pouco — eu... é... tenho que ir lá, se não posso me atrasar!

    — Com certeza, bom plantão, dr Simme

    — Boa recuperação, Wille, se cuide no bar hoje. Se precisar de alguma coisa, me ligue!

    — Okay, obrigado — digo sorrindo e ele sorri também, já se virando em direção ao seu carro e deixando uma distância preenchida

    Preenchida pelo vazio

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  P. O. V.  Simon
   
    Durante o plantão, não paro de pensar em Wilhelm

    São perguntas demais

    Qual foi o gatilho para aquela crise gigante? Será que ele está melhor? Será que ele vai ficar bem naquele bar? E se ele desmaiar de novo? Será que alguém vai reparar no ferimento? Ele vai tomar os remédios certos na hora certa e ...

    — Simon Eriksson, volte para a realidade agora! — Ayub diz enquanto me cutuca

    — Hã? Eu estou é... Pensando

    — Ok, está bem claro, mas tenta não fazer isso enquanto você contém uma hemorragia!

    É, ele tem razão, não é o melhor momento para se pensar em um garoto

    Na verdade, não estou pensando -assim- em um garoto, só estou preocupado e... Simon, calado!!!! Me repreendo silenciosamente e tento focar na cachoeira de sangue saindo do paciente em minha frente

    — Cara, o que foi isso? — Rosh pergunta depois de limpar suas mãos

    — Acho que nunca vi tanto sangue assim,
     fiquei feliz por não ter passado mal — respondo incrédulo