P. O. V. Simon
Quando perfuro no primeiro lugar, ouço o grunhido de dor se formando na garganta de Wilhelm, que automaticamente agarra minha perna como ponto de apoio
Aos poucos, vou fazendo ponto atrás de ponto, as vezes ele aperta minha coxa, mas não sempre
— Você está indo bem, Wille! — Digo o incentivando
Ele dá um leve sorriso, mas continua com o rosto tenso, e eu continuo meu trabalho
— Você tem um cheiro bom! — ele solta aleatoriamente e eu sinto meu rosto corar um pouco, assim como o dele
— E sim, eu vou morar aqui o ano todo — digo para o desfocar um pouco da dor — foi uma das exigências da minha mãe para o meu pai, ela disse "já que você vai mandar o menino pra sei lá quantos mil quilômetros daqui, eu exijo que você pague uma vida ótima pra ele, no mínimo" — digo, imitando a voz dela — não que meu pai seja o tipo de cara que ouve o que a mulher diz, geralmente ele ignora ou faz algo pior, mas ela foi esperta, pediu isso em público, então ele não poderia negar nem fazer nada, pra não queimar a fita dele!
— Realmente, muito inteligente — ele responde mais descontraído
Ao terminar o último ponto, digo me afastando para olhar
— Prontinho Wille, falta só limpar
— Ufa — ele diz, soltando o ar e relaxando um pouco o corpo tenso — pode me dar um tempo antes disso?
— Com certeza, vou limpar essas coisas e já volto então, não saia daí
— Pode ter certeza que não vou a lugar algum — diz rindo e eu rio também
Pego as gazes, restos de fio, agulha e outras coisas para serem descartadas, ajeitando tudo o que estava fora do lugar e fazendo tudo com calma para dar tempo a Wille. Depois, volto para limpar a sutura
— Posso? — pergunto me aproximando
— Pode — ele responde me olhando
Com cuidado, pressiono levemente a gaze com Soro, limpando os últimos resquícios de sangue e fazendo ele apertar os olhos
— Argh, está latejando!
— É normal, vou te dar alguns remédios para isso passar, e a cicatrização vai ser rápida se você não fizer nada grave
— O que seria "grave"?
— Ah, pular de paraquedas, beber muito álcool, cair e bater a cabeça de novo, esse tipo de coisa — ele ri novamente e eu continuo — aliás, se você quiser tomar um banho, fique a vontade, só não pode deixar cair água ainda, por mais tentadora que seja a ideia
— Banho? Não precisa, já estou indo pra casa!
— Casa? Você está com um corte na testa! Não é no braço, nem na mão. Eu preciso olhar isso, te dar remédios e ver se não aconteceu nada mais grave! Você é meu primeiro paciente, não quero que meu primeiro paciente morra
— Credo Simon, não vou morrer não, mas depois dessa, nem vou falar mais nada — ele diz rindo — só não faço ideia do que falar para minha mãe, ela vai explodir de preocupação se eu não voltar!
— Você não pode contar pra ela?
— Se eu contar, ela vai querer te pagar
— E eu não vou aceitar, é simples!
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Writing my (love) story
FanfictionYOUNG ROYALS || A WILMON STORY "Estar vivo não quer dizer viver. E como viver se eu não posso ao menos Me escrever?" ✈ Um intercâmbio indesejado obriga Simon a voar para longe do pouco que tinha e que amava, e o faz mudar o rumo da história que não...