───── 04, traíra

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[𝐋𝐢́𝐯𝐢𝐚 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐚𝐝𝐞,
𝐧𝐨 𝐫𝐞𝐬𝐭𝐚𝐮𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞.]

Quando eu abri a porta, ele estava sentado ao lado de fora, me encarando. Surpreendentemente, Antony estava razoavelmente atraente. Eu senti meu coração bater mais rápido, um misto de curiosidade e nervosismo.

— Satisfeito? Nem demorei. – Eu falei em tom de deboche, tentando esconder a agitação que crescia dentro de mim. Andei ao seu lado, e minha mente estava cheia de pensamentos tumultuados sobre o que estava prestes a acontecer.

— Eu tô te esperando desde as 19:30.

— Você me confirmou as 20:00, então você que se adiantou demais. Eu certamente demorei só 10 minutos. – A troca de palavras, embora aparentemente trivial, estava carregada de tensão. O silêncio incômodo no carro só aumentava a expectativa.

Dentro do carro, a ansiedade tomava conta de mim. Eu queria que ele dissesse para onde estávamos indo, queria saber o que esperar. Mas Antony preferiu manter o mistério, e isso só alimentava minha curiosidade. A cada minuto que passava, eu me questionava sobre a decisão de aceitar esse encontro.

— Por que você me odeia? — Antony quebrou o silêncio, sua voz soando mais suave do que eu esperava.

Essa pergunta mexeu comigo. Eu tentei articular uma resposta, mas o nó na minha garganta mostrava que talvez eu mesma não soubesse exatamente o motivo. O olhar dele buscava compreensão, e por um momento, vi algo diferente nos seus olhos.

— Eu só não concordo com algumas atitudes suas e nunca escondi isso de ninguém, porque eu só sou sincera sobre o que penso de você. – Minha resposta foi mais uma tentativa de justificar meu comportamento do que uma explicação verdadeira.

— Para de fugir da pergunta, Lívia! Você me odeia sim. Eu sei que eu sou um babaca às vezes, mas é com os outros. Com você, eu nunca fiz nada. Você sabe muito bem disso!

As palavras dele ecoaram na cabine do carro. Pela primeira vez, olhei nos olhos dele de uma maneira diferente, buscando entender além do rótulo que havia atribuído a Antony.

O restaurante era chique e frequentado por celebridades. O ambiente, com a presença de paparazzi, adicionava uma pitada de glamour ao encontro. A sensação de ser observada estava presente, mas ao mesmo tempo, eu me via curiosa sobre o que o futuro reservava.

— Eu quero saber que desculpa você vai dar pra mídia quando essas fotos forem ao ar. Eu acabei de te humilhar em um programa ao vivo, você me chamou de cadela e nos odiamos! – Minha preocupação com as consequências crescia, mas Antony parecia levar tudo com mais leveza. – Vão pensar que a gente tá junto, que merda.

— Vão, mas eu não posso fazer nada para desmentir. – Antony respondeu, e eu cruzei os braços, ainda processando a situação.

Sentar à mesa, mais distante dos olhos curiosos, trouxe um alívio momentâneo. A conversa fluiu de maneira inesperadamente agradável. Antony, longe das câmeras, parecia uma pessoa diferente.

— Você caiu igual cocô – Ele tentou descontrair, relembrando um momento engraçado da minha infância.

— Eu nem lembrava mais disso. Esse dia foi tenso. E pra você é fácil falar, não foi que caiu de uma bicicleta rápida daquele jeito. – Eu respondi, e pela primeira vez, rimos juntos de forma genuína.

— Pra uma hater minha, você é engraçada, chatona. – Antony brincou, e o apelido começava a soar mais como uma brincadeira amigável.

— Você não é tão ruim, Traíra. – Falei, surpreendendo a nós dois. Uma onda de descontração preencheu o ar.

— Para de me chamar de traíra! – Ele brincou, e percebi que a tensão inicial estava se dissipando.

— É o que você é, não é? – Falei, me aproximando dele. A proximidade trouxe uma energia diferente, e eu podia sentir nossas respirações se misturando.

— Mentira da mídia. – Ele respondeu em tom de brincadeira, mas havia algo nos olhos dele que me intrigava.

Nos afastamos pela chegada da comida, e Antony pediu caviar. O gesto, ao mesmo tempo luxuoso e despretensioso, era uma representação do mundo em que ele vivia. Aceitei confiar nele, pelo menos na escolha gastronômica.

A conversa continuou fluindo, e Antony revelou um lado mais descontraído e divertido. Seus comentários sarcásticos e brincadeiras criaram uma atmosfera leve, e eu me peguei rindo genuinamente.

— Que errado, Sr. Santos, acabei de fazer 18 e já me oferecendo álcool... – Eu brinquei, fazendo referência ao vinho que ele havia pedido.

— A Srta. Andrade agora pode!

— Ah, é?! Se um fulano chamado "Richarlison" souber... – Ameacei, rindo, mas a tensão anterior já não estava mais tão presente.

— Nem me fale, ele me mata! Mas enfim, chega de falar do seu irmão! – Antony trocou o tom sério por um sorriso, mudando o foco da conversa.

Na verdade, íamos parar de falar, mas ele acabou de mandar mensagens pra mim. "O Neymar chegou na mina e disse assim..." - Ele leu em voz alta, mas parou de ler sorrindo malicioso.

— Eu preciso fazer isso com você! – Ele falou ainda sorrindo. – Oi, eu sou o Gui.

— Ué, que Gui? – Eu perguntei rindo, mas receosa com a resposta.

— O guiado por Deus pra te fazer feliz, rs. – Ele continuou, e nós dois caímos na risada.

— Não é possível! — Continuei a rir com ele. – Tinha que ser o Neymar, mano!

O clima entre nós estava mais descontraído, e eu me pegava interessada nas histórias de Antony, esquecendo momentaneamente os dramas da entrevista. A noite, que começara com tensão e incertezas, agora se desdobrava em risos e gestos amigáveis. Eu me surpreendia ao perceber que, apesar de todas as diferenças, Antony era alguém com quem eu conseguia compartilhar momentos divertidos.

xoxo, vi.

───── Olá caros leitores de DAIHY, passando pra avisar que essa história esta sendo reescrita e a cada capítulo novo em que eu organizar, irei postar de imediato, assim, vocês sempre terão novos capítulos. (VOTEM, COMENTEM E BJS)

𝗗𝗘𝗔𝗥 𝗔𝗡𝗧𝗢𝗡𝗬, 𝗜 𝗛𝗔𝗧𝗘 𝗬𝗢𝗨Onde histórias criam vida. Descubra agora