───── 05, escuridão

989 56 3
                                    

este capítulo contém gatilho (tentativa de aabuso/assédio), se não se sentir confortável pule ao próximo capítulo.

[𝐋𝐢́𝐯𝐢𝐚 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐚𝐝𝐞,
𝐧𝐨 𝐫𝐞𝐬𝐭𝐚𝐮𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞.]

Decidimos sair do restaurante, mas os flashes persistiam, intensificados pela atmosfera alegre e pelos sorrisos da noite. As pessoas nos abordavam para fotos, autógrafos e até questionavam se éramos um casal, uma pergunta que eu prontamente neguei. Contudo, na porta do restaurante, nos deparamos com a ex-noiva de Antony, criando um silêncio constrangedor. Ele me encarou com um misto de vergonha e desconforto enquanto ela se aproximava, agarrando a gola de sua roupa e quase o beijando.

— Oi, Antony... – ela se dirigiu a ele com um sorriso cínico, ignorando completamente a minha presença. A cena era incômoda, e eu tentava disfarçar meu desconforto.

Ela continuou a se dirigir a ele, fazendo comentários sobre sua aparência e relembrando

 presentes dados por ela. Antony, por sua vez, mantinha uma expressão de descontentamento, mas não a afastava. Optei por ignorar o constrangimento, sorrindo e dando as costas, decidida a não prolongar aquela situação.

Ao me afastar, suspirei fundo, buscando me distanciar da agitação do restaurante. No entanto, a presença dela ainda reverberava em meu incômodo. Ver Antony naquele contexto fez a ilusão momentânea desmoronar, trazendo-me de volta à realidade. Ele era o mesmo Antony de sempre, pronto para me trocar na primeira oportunidade.

Precisava ir embora, mas estava sem wifi, com pouca bateria e sem carro. Ao desbloquear o celular, deparei-me com a foto que tiramos. Antony a havia postado nos stories com a legenda "A belíssima Srta. Andrade.". Desliguei o celular e continuei a andar, agora por uma esquina escura, iluminada apenas por um poste distante.

Antony, preocupado, enviou mensagens questionando minha localização.

"Aonde você tá?"
"Aparece logo, só fui resolver uns B.O. com ela, Livia!"
"Você entrou em uns becos aí e sumiu, aparece!!!"
Antony.

"Eu não sei aonde eu tô, tá tudo escuro."


"Me manda sua localização agora, você já viu a hora? É perigoso você sozinha."
"Se acontecer qualquer coisa com você, não vou me perdoar..."
"Por favor, manda logo."
Antony.

¡ Localização enviada

"Pronto."

Eram 2h30 da manhã, e, embora Antony estivesse correto sobre o horário e os possíveis perigos de estar sozinha, minha desconfiança em relação a ele persistia. Certamente, ele estava ocupado demais com ela para perceber que eu já estava distante do restaurante. O que teriam conversado? Ela, atraente e mais velha, personificava o padrão da mulher de jogador perfeita.

"Livia, que merda!!! Não tô te achando!"
"Espera, mas fica de olho, tô atrás de você."
Antony.

A noite, que começara tão promissora, agora se tornava uma jornada solitária por ruas escuras e desconhecidas.

Vi um homem de preto se aproximando, fui em direção a ele feliz e me acalmando imaginando que era o Antony, mas quando me aproximei vi que não era bem quem eu pensava, era um homem de preto com cara de desejo me observando atentamente, meu coração gelou e eu travei.

— Procurando alguém? – ele me investigou. Eu ligeiramente disse que não e tentei ir embora. – Espera aí, moça... Não terminei. – eu voltei a andar mas ele puxou meu braço forte, ele agarrou meu queixo e me obrigou a olha-lo. – Está com os olhos vermelhos, lágrimas... Alguém te abandonou sozinha nessa rua escura? – ele sussurrou com um sorriso mal-intencionado e eu me balançava, tentando me soltar.

Ele soltou meu queixo e eu virei o rosto, evitando olhar pra ele. Ele pegou meu segundo braço e me virou de frente a ele. Eu aguentei o máximo que pude lutando contra ele, mas ele era mais forte que eu. Ele passou a mão pelo meu corpo lentamente, aproveitando a cada mínima curva do meu corpo enquanto dizia palavras apavorantes. Eu berrava chorando assombrada, mas parecia que ninguém me ouvia, a rua estava como um deserto. Ele persistia passando a mão em mim até que ele direcionou um pano branco ao meu rosto, me sufocando. Eu senti o mundo parar e de repente tudo apagou. Eu ainda consegui ouvir alguém gritar meu nome e, dessa vez não era o Antony.

SOLTA ELA AGORA. – a voz gritou enquanto eu fechava os olhos lentamente contra minha vontade, vendo a sombra daquela pessoa se aproximando.

xoxo, vi.

───── Quem será que era?!

𝗗𝗘𝗔𝗥 𝗔𝗡𝗧𝗢𝗡𝗬, 𝗜 𝗛𝗔𝗧𝗘 𝗬𝗢𝗨Onde histórias criam vida. Descubra agora