Capítulo 7.

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Já se passavam das três da madrugada e Alyssa ainda havia voltado para o quarto. Talvez estivesse realmente com raiva de mim ou apenas fodendo com o namorado para recompensa-lo.

Estava sem sono pois havia dormido o dia inteiro, então para ocupar minha mente e evitar besteiras eu decido organizar minhas roupas no armário, já que elas ainda estavam na mala. Amanhã seria um longo dia e só de lembrar disso me deixa cansada. Meus pensando são interrompidos quando ouço o barulho da porta sendo aberta. Era ela, Alyssa. A garota abre a porta e apressadamente adentra o banheiro. Posso ouvir choros vindo lá de dentro.

—Hey Aly, você está bem? -Indago dando leves batidas na porta.

—Me deixa em paz sua desgraçada, saia daqui! -Ordena.

—Olha só, eu não queria te deixar mal com aquilo, foi uma brincadeira! -A porta se abre e dou de cara com a menina.

Seu rosto estava começando a ficar roxo e havia sangue seco saindo de seu nariz, seu rosto estava inchado. Não apenas pelo seu choro, mas também por outra coisa. Em resumo... A garota estava toda machucada.

—Que porra... O que é isso Alyssa?! -Pergunto com cara de espanto.

—Não é nada Billie, apenas me deixe em paz.

—Foi ele não foi? AQUELE FILHO DA PUTA FEZ ISSO CONTIGO ALYSSA?!

—Não! Eu apenas caí.

—Haha, e você acha que eu nasci ontem não foi? Alyssa acorda! Ele agrediu você, como você ainda está com esse cara?!

—Eu o amo.

—Sai daí, me deixa cuidar de você, princesa.

—Billie... Por favor, não faça nada.

—Sente-se na cama, vou ver o que eu tenho pra te ajudar com isso.

—Tem um kit de primeiros socorros na gaveta da Jude...

Ando até a gaveta e procuro. Após achar eu me direciono até a garota e sento-me ao seu lado para começar a tratar.

—Porra Lyssa, o que aconteceu? Me conta a verdade.

—Ele surtou perguntando se eu tinha algo com você e bom... Você sabe.

—Eu sinto muito Lyssa, você não merece isso. Nenhuma mulher merece isso.

—Ai, está doendo Billie. -Grunhe.

—Não pode deixar ele livre disso, precisa contar pra alguém.

—Não tem nada que eu possa fazer, Bill. Os pais dele têm uma certa influência aqui, são amigos do Haely, e você deve saber como que ele é. -Suspira.

—Eu vou te ajudar.

—Billie você não vai fazer nada não é? -Choraminga manhosa.

—Não meu bem, eu não irei fazer nada.

—Eu estou com muita dor Bill. -Me olha lastimavelmente.

—Você quer maconha?

—O quê?! -Indaga com uma expressão siderada.

—Não me leva à mal, é só pra passar na sua dor.

—Vai passar mesmo Billie? -Me olha.

—Claro que vai bobinha, eu prometo. Me leva em algum lugar escondido, você deve conhecer algum.

—Porra não acredito que vou ter que fazer isso. -Ri.

(...)

—Você tem luz? -Pergunto para a garota que estava entrando debaixo da arquibancada.

—Trouxe meu celular.

—Porra que injusto, por que você tem celular sendo que aqui nem é permitido?!

—Vantagens de ter um pai da polícia. -Se gaba.

—Olha, a maioria das pessoas acaba se engasgando com a fumaça na primeira vez, mas relaxa porque é bem normal. Com o tempo você pega jeito.

—Não vou precisar pegar jeito de nada Billie, não tô fazendo isso porque quero, é super errado isso e eu até deveria te denunciar. Mas tô com dor, então essa é a primeira e última vez que eu uso isso.

—Então tá né...

—Vai logo, me ensina.

—Não tem segredo, apenas puxe o ar e deixe chegar nos seus pulmões, espere alguns segundos, mas em hipótese alguma prenda a fumaça, e se conseguir soltar a fumaça pelo nariz é porque tragou certo.

—Ok. -A garota faz o que eu disse e consegue liberar a fumaça pelo nariz. —Porra. -Tosse. —Eu consegui Bill!

—Pois é, quem diria.

Ficamos algum tempo conversando enquanto a garota ainda fumava.

—Chega Lyssa. -Falo tirando o back de seus dedos.

—O quê? Por quê? Eu nem acabei.

—Não é recomendado fumar tudo assim de primeira, então vamos pro quarto. Você vai tomar um banho, comer algo e ir dormir, entendeu?

—Billie você não é minha mãe pra me dizer o que fazer! Além disso ainda nem bateu.

—Pode ter certeza que bateu sim, vamos logo Alyssa.

—Aí que inferno!

Levo a garota de volta ao quarto e a ajuda a tirar suas roupas para tomar um banho.

—Billie?...

—Fala.

—Obrigada. -Agrade e logo após se tranca no banheiro. Iria ficar acordada para conferir que depois ela fosse dormir, o dia seria cheio mas não podia deixá-la assim.

(...)

—Você sabe onde tem comida por aqui? -Perguto ao vê-la sair do banheiro com sua toalha enrolada no corpo. Tão linda.

—A Louise esconde umas besteiras, na última gaveta da cômoda.

—Sinto muito Louise.

—Por que fez isso? Você deveria me odiar.

—Eu odeio, mas não podia te deixar daquele jeito. Agora pare de falar besteiras e coma, você precisa dormir.

—Ok.

A garota se direciona para o armário, pega um pijama, veste e logo se senta em sua cama para comer depois dormir. Aproveito que estava quieta eu vou tomar meu banho.

—Billie, vem aqui. -A garota fala com a voz mole assim que me vê sair do banheiro.

Me direciono até a mesma, ficando do lado de sua cama.

—Me dá sua mão.

—Pra quê? -Pergunto confusa.

—Billie... -Ri. -Me dê sua mão.

Faço o que foi pedido e a mesma rapidamente leva minha mão até seu seio apertando o mesmo.

—O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO PORRA?! -Pergunto retirando rapidamente minha mão dali.

—Billie por favor, sei que você quer.

—Olha Alyssa, não sei quem você tá pensando que eu sou mas eu realmente não sou assim e não vou fazer isso. Vá dormir agora. Isso já passou dos limites.

978 Palavras.

Quarto K-12 - Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora