Capítulo 25.

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|Aviso: Algumas pessoas têm dificuldade de entender do que se trata aquele tipo de texto que coloco no começo de alguns capítulos, quando eu uso as fontes -desta forma-

Esse tipo de texto significa uma conversa que ainda vai acontecer, algo do futuro, como se a história em que a Billie está vivendo estivesse retratando algumas lembranças do passado, justamente as lembranças da sua adolescência.

Espero ter esclarecido a mente de vocês.

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Duas semanas haviam se passado, dizer que o colégio estava igual, seria uma grande mentira. Porém, tudo estava parecendo voltar ao seu normal, finalmente.

-Billie, eu tava pensando aqui... O que acha de passarmos esse fim de semana na casa de praia do meu pai? -Alyssa sugere animada.

Ultimamente, devido ao luto nós duas tínhamos nos aproximado. Sentia que finalmente aquele clima estranho por causa do James tinha passado.

-Por que não vai com suas melhores amigas?

-Nossa, você sendo uma estraga prazeres como sempre.

-Cara, foi mal, tá? É só que sei lá...

-Tudo bem, você não precisa ser rude, é só me dizer que não quer ir.

-Olha esquece o que eu falei, tá? Eu quero ir, de verdade, acho que isso pode dar uma aliviada na tensão. Afinal, perdemos uma pessoa importante para nós duas.

-Você tem certeza que quer?

-Eu tenho.

-Beleza, amanhã eu vou pra casa pra casa organizar minha mala então.

-Eu também vou... Olha, você e seu pai não são tão próximos, não é?

-É... somos bastante afastados na verdade, mas eu amo muito o meu pai, queria que isso mudasse de alguma forma.

-Vai avisar para ele que nós vamos?

-Na verdade não, não é como se ele se importasse muito comigo ultimamente.

-Eu acho que você devia avisar pra ele sim, porque vai que acontece alguma coisa, sei lá...

-Desde quando se importa com isso? -Alyssa fala irônica.

-Por que você gosta tanto de me tratar como um bicho? Parece que no seu ponto de vista eu não tenho sentimento algum.

-De-desculpa, Billie, eu não fiz pra te ofender. -Alyssa gagueja, sem saber o que falar.

-Esquece isso, é assim que todos me vêem de qualquer forma.

-Eu não te vejo assim!

-Esquece, Alyssa.

-Desculpa.

(...)

Arrancam minha alma, de dentro para fora. Nunca fui feliz, e nunca vou ser. Na minha vida, atos de felicidade são difíceis de acontecer.
Eu não sei o porquê, mas quando sinto algum resquício de felicidade tardia, sinto uma culpa que poderia me dissipar.

Tudo o que sinto dentro de mim é uma raiva exaustante, fingindo ser durona de identidade, mas na realidade sou tão fraca que quase não me sinto.

Depois daquele leve desentendimento no quarto (que levou algumas horas de tensão entre nós), Alyssa e eu tínhamos chegado na casa de praia, que apesar de ficar em outra cidade, não era tão longe.

Durante o percurso não trocamos uma palavra, estava tudo estranho e eu sabia que era por minha causa, mas não sabia o motivo de eu estar assim.

Eu queria chorar, fugir até que não me achassem nunca mais, porém, na esperança de que ainda procurassem por mim, em algum lugar do mundo...

Não sabia o motivo de tanta melancolia e poesia repentina nos meus pensamentos, mas acho que pela primeira vez em muito tempo, senti a necessidade de ser acolhida. E eu nem sei o porquê.

-Billie, vai ter muito tempo para olhar o Mar, venha logo, não fique aí segurando essas malas.

-Foi mal, eu tava em uma dissociação.

-Novidade. Venha logo.

Alyssa e eu entramos com nossas malas para dentro da casa que mais parecia uma cabana. Era aconchegante e mesmo que não fosse luxuosa, era linda.

-Eae, gostou? -A menina fala logo após colocarmos todas as malas em um cantinho.

-Aqui é bem daora, é aconchegante.

-Amanhã podemos entrar no Mar, se quiser.

-Amanhã? -Indago.

-Sim, por quê?

-Por que não hoje?

-Billie -A menina ri. -Está de noite já, chagamos cansadas, a água tá gelada e... -Corto as falas da garota.

-Eu gosto do Mar, gosto do frio, gosto da noite e não estou cansada da viagem... -Falo leve.

A menina ri e olha pela janela da cabana, onde seus olhos vão de encontro ao Mar, que ficava em frente a casa.

-Você venceu...

-É minha especialidade. -Digo convencida.

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-Ela sonhou a primeira vez comigo naquela cabana.

-E como foi esse sonho?

-Ela nunca me contou. -Rio nasalmente.

-Como se sentiu no começo dessa relação de vocês?

-Culpada, bastante culpada.

-E por quê?

-Porque isso aconteceu pouco tempo depois de Judith falecer. Porém ao mesmo tempo que a culpa me consumia, a dúvida também. Antes de Jude e eu nos envolvermos, ela sempre tentava de certa forma me empurrar para Alyssa.

-Como assim? Pode explicar melhor?

-Lembro que em uma festa que ela me convidou, ficou o tempo todo tentando fazer com que eu ficasse com Alyssa, até nos mandou fazer uma brincadeira chamada "7 minutos no paraíso", que era basicamente nos deixar trancadas em um armário por 7 minutos, e o desafio que Alyssa pegou foi tentar me fazer gozar nesses 7 minutos. Ela também fazia vários comentários sobre Alyssa ser minha princesa... Coisas do tipo.

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863 Palavras.

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⏰ Última atualização: Aug 13 ⏰

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