Capítulo 13.

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—Gira! Gira! Gira! -Todos da roda gritavam para o garoto girar a garrafa. Estávamos jogando a tal brincadeira dos 7 minutos no paraíso, onde os participantes que foram "escolhidos" pela garrafa iriam juntos para o armário cumprir um desafio que seria sorteado.

—Billie e... Alyssa. -Ele fala.

A garota estava em minha frente então imaginava que isso iria acontecer.

—ISSO CARALHO! -Jude grita animada. —EU QUE VOU RETIRAR O DESAFIO! -Fala puxando a caixa de madeira para si e retirando um papel.

—Eae?! -Uma garota loira platinada grita.

—Alyssa... Você tem 7 minutos pra fazer a Billie gozar. -Gargalha.

—Haha, claro. -Diz irônica. —Eu não vou participar dessa merda.

—Nem eu. -Digo.

—Foda-se, não estraguem a brincadeira, entrem lá logo. Vocês não precisam fazer nada demais, mas se desistirem vai ter punição. -Fala Jude.

—Porra Jude, cê é chatona hein. -Digo me levantando e indo em direção o armário. Sinto o olhar pesado de James cair sobre mim. Sim, ele estava lá e surpreendentemente ele não abriu a boca. Logo em seguida Alyssa se dá por vencida e levanta também.

—Eu definitivamente não vou te comer. -A garota diz cruzando os braços assim que entramos no armário.

—Cala a boca, não quero que você me coma, você nem deve saber chupar uma buceta.

—O quê?! Quem cê pensa que é pra falar isso?

—Então quer dizer que você come buceta? -Rio.

—Não foi isso que eu quis dizer porra. Olha, esquece beleza? -Diz perceptívelmente envergonhada pela sua entonação.

—Como você está? O que rolou entre você e aquele babaca? -Mudo o assunto.

—Ele ficou com outra garota, de novo. Mas dessa vez ele não se desculpou, apenas me culpou por não ter dado atenção o suficiente pra ele, cê sabe; ainda não consegui terminar definitivo. Mas ao mesmo tempo eu não quero mais ter nenhum tipo de afeto ou contato com aquele nojento.

—Que idiota. -Rio nasal.

—Mas e você?

—Ah, sei lá eu tô normal. -Dou de ombros.

—Porra Billie, fala logo.

—Eu tô normal ué. É só que tive a triste notícia de que meu pai foi solto, ele já está em casa e isso muda tudo. Talvez eu saia do colégio.

—Ah não... Poxa, mas por quê?

—Assuntos de família.

—Confesso que comecei a te suportar, não queria que fosse embora assim do nada.

—Não sou uma pessoa que você vai querer por perto, então deveria agradecer.

—Hum... -A garota fala e senta-se no chão. Esperamos os malditos 7 minutos em pleno silêncio mortal até que nos chamassem.

—Podem sair. -Alguém grita do lado de fora e assim nós fizemos.

—Deu certo? -Jude pergunta.

—Depois dessa não me masturbo nunca mais. -Falo tediosa.

Jogamos mais algumas rodadas e assim o jogo acaba. Todos voltam a aproveitar a festa normalmente.

Eu me sentia totalmente deslocada naquele local, e não é que eu não goste de festas... É só que eu sentia que aquele pessoal não era o MEU pessoal. Eu não podia escapar porque teria que ir andando, mas também não podia ficar no meio daquelas pessoas. Então decido subir as escadas que davam para o segundo andar onde não havia ninguém e decido entrar em um dos quartos.

Conforme me aproximava do primeiro quarto, comecei a ouvir barulhos estranhos vindo do mesmo, então decido abrir de uma vez a porta.

Puta idiotice.

Me deparo com Alyssa em cima de James enquanto ele tapava sua boca.

—Aí meu Deus! -O garoto grita assim que me vê e a garota olha para trás se assustando, saindo rapidamente de cima do rapaz.

—Billie, o que você tá fazendo aqui?!

—Eu não acredito nisso, Alyssa. -Rio. —Você é muito filha da puta mesmo.

—O quê?! Por que tá falando isso de mim? Você está louca? -A garota faz uma cara de choque.

—Você é uma puta que gosta do que esse babaca faz, você gosta de tudo que ele faz contigo, não é? Gosta quando ele grita contigo no meio de várias pessoas te deixando constrangida, gosta de ser xingada e humilhada, gosta de apanhar, não é? NÃO É ISSO QUE VOCÊ GOSTA?! -Grito.

—Billie... -A menina fala assustada com minhas falas.

—VOCÊ GOSTA DE APANHAR? É ISSO QUE VOCÊ GOSTA?! -Grito indo rápido em direção a garota que se encontrava sentada na cama e puxo seus cabelos levando ela em direção ao chão.

—PARA BILLIE! PARA COM ISSO VOCÊ TÁ ME MACHUCANDO!

—CALA PORRA DA SUA BOCA! -Pressiono sua cabeça contra o chão

—JAMES POR FAVOR TIRA ELA DAQUI. -A garota tenta olhar para o rapaz que estava apenas parado na porta olhando tudo aquilo em choque sem mover um músculo.

—Eu só não acabo contigo porque eu não sou que nem esse filho da puta, e também porque você é bonitinha demais pra ter o rosto acabado. -Solto o cabelo da garota e me levanto encarando a mesma.

—Você é doente. -Fala entre lágrimas enquanto ainda estava na mesma posição. —Não me procura nunca mais, não fala mais comigo, não tenta ser a porra da minha amiguinha porque isso não vai rolar! Pede transferência de quarto, porque se você não pedir eu mesma peço. -Fala se levantando.

—Alyssa... Porra me perdoa. -Falo me dando conta do que acabará de fazer.

Eu não posso deixar essa garota simplesmente escapar assim, onde fica toda a porra do plano que eu sonho em realizar há anos?!

—Sai daqui, não quero mais te ver. -Fala friamente.

—Ok. -Digo me retirando do quarto e logo após me retiro da casa.

Era tarde da noite, as ruas estavam vazias e assustadoras. Por conta do clima extremamente frio; neblinas se formavam no meio das ruas deixando tudo mais esquisito.

Continuando andando por longos minutos até que chegasse em minha casa.

965 Palavras.

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