Capítulo 7

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Contém gatilhos, morte, pensamentos suicidas. Quem for sensível por favor espere o próximo capítulo

[...]

Jeongguk caminhava fraco, as pernas vacilantes, a garganta seca, desesperado por uma gota de água, o frio batendo em seu corpo molhado, a visão já estava turva pelas dores latentes que sentia em todos os músculos, em cada canto de seu corpo doía e implorava por uma cama quentinha. Jeon imaginava acordando desse pesadelo em sua casa, deitado em sua cama com seu filho do seu lado, ambos juntos e seguros, mas também desejava tanto que o capitão na qual arriscara sua própria vida para lhe salvar estivesse vivo em algum lugar.

Sua embaçada visão conseguiu projetar um cachorro ao longe, que latia e abanava o rabo, como se estivesse feliz demais em o ver, era só o que faltava agora, estaria delirando? O que? Um cachorro sobreviveu a um tsunami e estaria ali lhe esperando e lhe avisando que tinha um lugar para se aquecer e que tudo daria certo no final?

Definitivamente estava delirando, alucinando, talvez estivesse morrendo e todo esse tempo que achou que estava caminhando estava apenas delirando, porque jurou ouvir a voz grave e rouca do capitão Kim. Em seus olhos cansados, conseguiu ver um deslumbre, um borrão ou apenas um vulto de algo correndo e gritando em sua direção, mas finalmente seu corpo cedeu a dor e ao cansaço, tudo o que pode ver a seguir foi a escuridão.

[...]

Taehyung estava derrotado, a garotinha, Wendy, que lutou por sua vida fervorosamente havia acabado de falecer, ela havia perdido muito sangue, estava fraca e suas perninhas totalmente esmagadas, mas ela não podia morrer, sem esse motivo de luta, o Kim não tinha muitas forças de sair dessa vivo, ele mesmo estava cansado demais de tudo isso. Enrolou o corpinha da menina em um lençol, bem embaladinho e colocou em cima do balcão do local em que estava há algumas horas. Voltou a se sentar na cama dali e suspirou, olhou para os seu canivete em mãos, se tirasse sua vida? A dor passaria certo?

Enquanto sentimentos e pensamentos de autodestruição passava por sua mente, enquanto o grande capitão que um dia fora, ia morrendo aos poucos, a cadela que estava deitadinha na cama, triste pelo falecimento de sua dona, apenas saltou da cama, correndo para fora da loja de conveniência, latindo desesperada, Taehyung conseguia ouvir as patinhas do grande cachorro batendo contra o pouco que restou do asfalto que prendia ainda um pouco de água, franziu o cenho, o que aquele ser estava vendo para estar tão agitada daquela forma.

O Kim suspirou e guardou o canivete no bolso, se levantou da cama, expulsando aqueles pensamentos terríveis que tomaram conta de sua mente. Caminhou para fora da loja e arregalou os olhos, incrédulos com o que estavam vendo.

— Jeongguk? — Sussurrou apenas para ter certeza de que não estava ficando louco — Jeongguk?! — Dessa vez gritou para o homem que parecia totalmente desorientado.

Passou a caminhar em direção ao Jeon, mas acabou por correr ao ver Jeongguk simplesmente perdendo as forças das pernas, conseguindo o segurar a tempo, antes que ele fosse em direção ao chão.

— Você está vivo! — Murmurou e acabou sorrindo, grato por o ver realmente vivo, apesar de claramente esgotado.

O levantou nos braços, tirando força da onde não tinha, pois além de maior que si, o homem era musculoso e estava desmaiado, fazendo seu peso dobrar.

[...]

Hyunjun parecia cada vez mais febril, remédio algum fazia diminuir a temperatura da criança. Seokjin já estava se descabelando novamente, enquanto observava o menino todo molinho deitado na cama, ele suava frio e chamava pelo pai, mesmo que estivesse dormindo, o pequeno corpinho todo molhado de suor.

Tsunami the endOnde histórias criam vida. Descubra agora