Antony - Treino

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Nome: Lorena Schmidt dos Santos 
Idade: 17 anos 
Pai: Antony Matheus dos Santos (imaginem ele mais velho, com 35)
Mãe: Eloisa Maria Schmidt (dona de uma loja virtual de roupas)

Eu estava na véspera do meu primeiro jogo no Manchester, eu sabia que era boa, mas mesmo assim, a estréia me pegou de jeito, eu pensei em todas as possibilidades para aquilo dar errado, eu estava no meu quarto na casa do meu pai, eu não conseguia ...

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Eu estava na véspera do meu primeiro jogo no Manchester, eu sabia que era boa, mas mesmo assim, a estréia me pegou de jeito, eu pensei em todas as possibilidades para aquilo dar errado, eu estava no meu quarto na casa do meu pai, eu não conseguia entender como ele estava tão tranquilo e eu uma pilha de nervos. Foi quando ouvi batidas na porta.

-Entra! - falei 

-Lorena, você precisa comer alguma coisa - meu pai disse entrando e se sentando ao meu lado na cama 

-Eu não consigo - falei - Não passa nada aqui na garganta. - Imagina se eu não marco nenhum gol, eu vou morrer de vergonha.

-Não pensa assim, Lorena! - ele disse segurando a minha mão 

-Eu deveria ter continuado do Figueirense, lá eu já estava acostumada e todos sabiam do meu potencial.

-Você queria jogar no Figueirense para sempre? Ele foi seu primeiro clube, nossa carreira é assim filha, a gente vai sempre ir pra lá e pra cá e as estreias serão comuns.

-Eu não to me sentindo bem, to com dor de barriga e eu já fui quatro vezes no banheiro - falei 

-Será que você também não está assim devido a falta da sua mãe? 

Eu pensei no assunto, também era isso, minha mãe nunca faltou em um jogo meu, ela sabia exatamente o que dizer e o que fazer, essa era a minha primeira vez sem ela.

-É, acho que tem um pouco a ver sim - suspirei

-Lorena, confia no pai! - ele disse pegando na minha mão - Sua mãe não vai estar no jogo, mas eu vou! Vou estar logo ali na arquibancada.

-Não é que  não confio em você, pai! Tu é o melhor do mundo pra mim, você é de seleção brasileira, chegou onde muitos não chegaram e outros nem vão chegar, mas... - suspirei - É o aconchego de mãe, sabe? 

-Eu não posso ocupar o lugar que a Eloisa tem para você nessa situação, o aconchego de mãe não tenho como proporcionar - ele suspirou - Mas o aconchego e incentivo de pai, eu tenho sim!

Ele me abraçou e eu retribuí o abraço, meu coração foi desacelerando.

-Você vai conseguir - ele começou a dizer - Você é muito boa, você é a peça chave que faltava para esse clube, você vai se sair muito bem, porque você é capaz! Lorena, para o bem e para o mal você me tem, eu sempre estarei aqui.

-Obrigada, pai! - falei o abraçando também, abraçando forte 

-Se eu treinar com você, vai se sentir melhor? - ele perguntou dando um beijo no topo da minha cabeça.

-Acho que sim - falei - Precisa tocar nos meus pontos fracos.

-Ao invés de tocarmos no seu ponto fraco, vamos aperfeiçoar os fortes.

Levantamos e fomos até o campo de futebol que tem na casa do meu pai, ele pegou uma bola,, sorriu e falou.

-Um conta um. 

-Tudo bem, vamos lá! - falei - Mas não é para pegar leve.

-Isso nem passou pela minha cabeça - ele disse sorrindo - Agora não é o papai que está aqui, é o Antony jogador.

-Ótimo! - falei 

Começamos a jogar e realmente, ele tava pegando pesado eu quase não tive chance contra ele, ele via o que eu estava errando e pontuava para que eu corrigisse, eu me esforcei ao máximo naquele treino, eu precisava alcança-lo, eu queria alcança-lo.

-Me ensina! - pedi 

-O que? - ele disse parando e me olhando 

-O drible que você fez agora a pouco. 

-O drible rodando? - ele perguntou se aproximando 

-É! - falei - Me ensina, quero aprender.

-Tudo bem! 

Ele me mostrou como fazia várias vezes, enquanto eu tentava copiar, ele me corrigia e me mostrava a maneira correta, eu aprendi, mas tentei aplicar e não consegui.

-Preciso aprender a fazer isso em situação real de jogo - falei 

-Isso você tem que treinar, precisa estudar seu adversário em campo para saber a melhor forma de usar essa carta que tem na manga, não é em qualquer hora, não é em momento aleatório. Seu problema Lô é que você só sai jogando confiando no que você sabe, mas você precisa observar seu adversário e notar o que ele não sabe e aí, você vai lá e tira vantagem disso.

-Tá, tudo bem! - falei - Vamos tentar novamente.

-Ok!

Voltamos a jogar e tentei aplicar várias vezes, toda vez que eu errava não desistia e continuava, até o momento que fiz o que meu pai me falou, estudei a maneira como ele se movia em campo, então usei algumas limitações dele contra ele mesmo e foi aí que tudo começou a se desenvolver, finalmente eu conseguia notar alguma evolução, jogamos por algumas horas, eu consegui colocar o drible em prática, eu coloquei na cabeça que iria usar com certeza. 
Ao final, meu pai sorriu e me abraçou.

-Foi ótimo, você me deu uma canseira - ele disse rindo 

-Obrigada por me ajudar! - sorri 

-Eu sempre vou ajudar você, pode ter certeza! - ele beijou o topo da minha cabeça

Fomos caminhando para casa e antes de eu entrar no meu quarto ele falou.

-Vou estar na torcida gritando feito um doido 

-Obrigada, pai! 

-Te amo, criança! 

-Também amo você!

Ele entrou no quarto dele e fechou a porta, sorri para mim mesma e então pensei, quem seria um melhor instrutor que meu pai? Vou começar a treinar com ele, sei que com ele irei longe.

Imagine - Filha de JogadorOnde histórias criam vida. Descubra agora