Meu lugar seguro - Ferreira

941 56 7
                                    

Personagem principal: Annelise Schimitz Ferreira - 17 anos
Pai: Aldemir dos Santos Ferreira (Grêmio) (é aquele esquema, imaginem mais velho)
Mãe: Dilia Muller Schimitz - Dona de um centro hipico

Eu estava no Centro Hipico da minha mãe, como a nossa recepcionista agora pela manhã não poderia comparecer devido uma consulta médica, eu estava substituindo ela, atendia alguns telefonemas, recepcionava alguns alunos, mas boa parte da minha manh...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu estava no Centro Hipico da minha mãe, como a nossa recepcionista agora pela manhã não poderia comparecer devido uma consulta médica, eu estava substituindo ela, atendia alguns telefonemas, recepcionava alguns alunos, mas boa parte da minha manhã estava no celular, porque as quartas é sempre parado. Minha mãe estava em uma reunião com alguns investidores e era para o meu pai estar treinando, por isso me surpreendi quando o ouvi.

-Como faço para me matricular? 

Olhei e vi meu pai sorrindo apoiado na mesa da recepção.

-Desculpe, estamos sem turmas abertas - brinquei

-Ah, mas logo hoje que eu estou com tempo? - ele disse fingindo tristeza

-Está fechado porque não queremos te matricular mesmo - falei ri 

Ele deu uma gargalhada e então falou

-Eu não esperava por essa - ele riu mais - Eu jurava que antes de eu sair de casa, você estava se arrumando para ir a escola.

-Faltei só um dia - ri - Não vai fazer mal e a mãe estava precisando de alguém para ajudar aqui na recepção hoje, a Larissa  teve um compromisso. E você? Não era para estar treinando? 

-Eu faltei só hoje, não vai fazer mal - ele disse rindo 

-Senta aí, que um café? - perguntei 

-Pode ser! Viu, cadê a sua mãe? 

-Ela tem algumas reuniões hoje com alguns investidores - falei pegando o café pra ele - Então infelizmente sua esposa não vai estar disponível hoje - brinquei

-Não tem problema, eu tenho a minha filha pra passar o dia e jogar conversa fora.

-Isso sempre será verdade - entreguei a caneca de café para ele e me sentei no outro lado da mesa - Pai, deixa eu te perguntar uma coisa? 

-Tudo o que você quiser - ele disse sorrindo 

-Quem escuta acha que você é meu puxa saco - ri de leve

-E eu sou o maior fã, o maior puxa-saco, o maior dos bobos por você! Agora vai, manda a pergunta!

-Pai, eu sei que não fui planejada, como foi quando você descobriu sobre mim? 

-Como é que eu vou explicar? - ele disse sorrindo e seus olhos ganharam um brilho maravilhoso - Foi deslumbrante, você virou como se fosse, sei lá, a minha camisa da sorte, você é minha música favorita tocando todos os dias o tempo todo pra mim, sabe quando a gente ta em um inverno muito rigoroso e tem aquela semana meio que uma primavera, que da aquele calor maravilhoso?  Quando eu soube que você estava chegando Annelise, foi como se eu tivesse marcado o gol da vitória aos 45 minutos do segundo tempo de uma copa do mundo em casa! - ele pensou, pensou... meu coração já estava acelerado de tanta emoção - A  verdade, é que nada disso ainda explica o que eu senti e o que eu sinto cada vez que eu te vejo! Eu não consigo teorizar, só consigo sentir!

-Tá bom - falei secando a lágrima do meu olho - Você conseguiu me emocionar!

Ele riu e ficou me olhando e disse

-É, eu dei certo na família! Você e a sua mãe são um presente que Deus me deu. Você me ensinou a ser uma pessoa melhor, me ensinou a cuidar dos outros, você me deu um objetivo porque eu sabia que eu deveria estar aqui por você! Quando você chegou eu entendi que não se tratava mais de mim. 

-Você é um fofo, pai! - falei - Para se não vou chorar mais e eu não gosto disso! 

-Tudo bem, tudo bem - ele disse levantando as mãos - Eu paro! Mas... Por que ta me perguntando isso? 

Esse era meu medo, essa pergunta. Respirei muito fundo antes de responder.

-Por que... Eu... Eu acho que too grávida.

Meu pai ficou um minuto inteiro em silêncio e me olhando em choque.

-Mas você não terminou o namoro? 

-É... Terminei! E isso complica mais as coisas - falei - Eu não sei o que fazer.

-Já fez o teste? - ele perguntou preocupado.

-Então... Não! Porque tenho medo que isso se torne real.

-Sua mãe sabe disso? - ele perguntou me olhando 

-Não! Você é a primeira pessoa pra quem eu conto - falei 

Ele apenas confirmou com a cabeça e ficou pensativo. Depois disso não demorou muito para que a Larissa chegasse.

-Bom, vamos sair com o pai? - ele disse assim que a Larissa assumiu seu lugar

-Pode ser! - falei - Larissa, avisa a minha mãe que eu saí com o meu pai? 

-Aviso, pode deixar! - ela disse sorrindo

Eu entrei no carro com ele, ele colocou uma bossa nova para tocar, cantarolando seguimos o caminho, ele parou em uma farmácia, saiu do carro, eu fiquei e voltou com 1 litro de suco de laranja e dois testes de gravidez. 

-Pai, não! - falei o olhando 

-Annelise, você precisa tirar isso a limpo e depois vemos o que vai acontecer. Qualquer seja o resultado, eu vou estar aqui do seu lado!

-Você não vai brigar comigo? - perguntei o olhando

-O que? - ele riu - Claro que não! O mundo já não costuma nos tratar com gentileza, então pelo menos você vai saber que com o seu pai você sempre tem um lugar seguro para estar!

-Valeu, pai! - falei e o abracei 

Seguimos para a nossa casa, e fui fazer o teste. Era cinco minutos para o resultado, enquanto eu esperava fiquei do lado de fora do banheiro conversando com meu pai em como seria a minha vida se tivesse gravida. Passado o tempo necessário, voltei no banheiro e trêmula eu peguei o teste, aquele azul e branco caríssimo da farmácia que promete resultado assertivo antes mesmo do atraso menstrual e lá estava um negativo escrito, suspirei de alívio e falei para o meu pai, ele também pareceu bastante aliviado. 
Naquela noite, jantamos todos juntos em casa, conversamos e rimos bastante, resolvi me despedir dos meus pais e ir dormir, quando eu já estava deitada, ouvi baterem na minha porta, falei que entrasse e meu pai entrou.

-Oi, pai!  - falei me sentando na cama - O que foi? 

-Só queria te dizer que eu fiquei feliz de ser o primeiro para quem contou 

-me senti segura em contar para você - falei 

-Filha, o mundo pode ser cruel com você lá fora e é por isso que eu sempre vou ser bom com você, o mundo já vai te bater nessa vida, por isso que quando você vier ao meu encontro você vai ter amor, porque eu entendo que se você tiver um lugar seguro e acolhedor aqui comigo, você vai ser confiante o suficiente para arrebentar no mundo a fora, porque você vai saber que sempre vai ter para onde voltar! 

-Te amo, pai! - falei o abraçando

-Eu te amo mais! - ele disse me abraçando de volta.


MAIS UM PEDIDO ENTREGUE COM SUCESSO

-

Imagine - Filha de JogadorOnde histórias criam vida. Descubra agora