Os meninos passaram o resto da tarde juntos, sobre a grama fofa da floresta.
Neteyam deitava-se sobre o peito de Aonung, e recebia um carinho suave nos seus cabelos recém lavados. Ele passava seu dedo indicador levemente sobre a extensão do corpo do parceiro, contornando suas curvas.
Com as pernas entrelaçadas, eles sentiam o calor um do outro naquela tarde tão agradável que os cobria. O momento parecia tão bom e mágico, que era muito melhor do que já haviam sonhado.
Eles conversavam amenidades durante o tempo. Riam, brincavam e se provocavam constantemente. Neteyam percebeu que o som da risada de Aonung soava como uma melodia tão linda, que escutaria para sempre.
— Nung, o que vai ser da gente agora? — Perguntava o menino ainda seguindo as curvas do peito do outro garoto com seus dedos. O futuro parecia incerto agora que eles se aproximaram tanto.
— Eu não sei, Ma'Teyam. Isso é novo pra mim. Eu nunca senti isso antes, não sei o que tá acontecendo ainda. Só sei que quero ficar com você. Não quero que você vá embora — suas palavras serenas soavam honestas.
— Eu também quero ficar com você. Não sabia que seu toque poderia ser tão... bom.
— Você tá caidinho por mim, hein? — Aonung brincou. O jeito que ele falava enquanto sorria era completamente encantador.
— Nem vem, eu tava tomando banho tranquilo. Foi você que me sugeriu esse lugar, me trouxe até aqui e veio atrás de mim — Neteyam entrava na brincadeira, se defendendo.
— E você se arrepende de ter aceitado?
— Não. Definitivamente não. Nunca.
O clima estava tão amistoso e envolvente, que os amantes nem perceberam o tempo passando. Logo a tarde chegava ao seu fim, dando início a um crepúsculo alaranjado e rosa. Quando notou a aproximação da noite, o Sully chamou a atenção do outro.
— Por Eywa! Já tá ficando noite! Eu prometi a minha mãe que voltaria cedo! — Teyam foi se levantando, mas antes de se afastar, foi puxado rapidamente para perto de Aonung, que o encaixou outro beijo — Eu nunca vou me acostumar com isso — disse, sorrindo sem jeito — e eu espero que você nunca pare.
Vestiram novamente suas roupas e foram até praia de mãos dadas. A trilha pela mata parecia mais curta, o caminho era tranquilo. Ao chegar na areia fofa, olharam para o céu acima de suas cabeças. Todas as cores do início do anoitecer se misturavam.
Sorriram juntos ao ver aquela maravilha que cobria o mundo.
Entraram na água morna do fim da tarde. Quando Aonung chamou pelo seu Ilu, fizeram bons minutos de carinho nela antes de subirem, e ao montarem, Neteyam abraçou ainda mais apertado o condutor, deitando sua cabeça nas costas do garoto e respirando fundo antes de submergir.
Todos esse toques sempre arrancavam um sorriso do rosto do garoto com os olhos azuis. Ele amava os arrepios que corriam por sua pele e o calor gostoso que aquilo o fazia sentir.
Assim como na ida, o percurso não demorou quase nada. Neteyam viajou por todo percurso de olhos fechados, focado em só sentir a pele em contato com a sua.
Em alguns instantes, Awa'atlu surgia com o seu recife brilhante e tendas de pano.
Aonung estacionou o animal gentilmente no píer dos ilus. Ambos queriam ficar passeando e observando o espetáculo brilhante noturno, mas pela hora, decidiram que era melhor voltar para casa e evitar mais problemas.
Se despediram com um beijo rápido e um abraço. Tudo era tão bom que a felicidade não cabia no peito, fazendo com que Aonung voltasse para sua tenda dando pulinhos saltitantes.
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Perdido no seu Azul│Aonung X Neteyam │
FanfictionA mudança repentina que levou os Sullys a saírem do seu lar mexeu com todos os membros da família. Repentinamente, eles estavam em um lugar distante, com pessoas estranhas de costumes diferentes, lutando para se adaptar e sobreviver. No meio de tud...