5- Então coloco uma máscara e vou te encontrar

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REMUS LUPIN

Estou com medo.

Estou com medo de Sirius pensar que eu estou estranho por sua causa, e pelo que aconteceu. Sirius se mostra como alguém forte para todas as outras as outras pessoas, mas eu sei o quanto ele é emotivo, e como as coisas são difíceis para ele. Dizer para Pad parar de ser assim, talvez tenha sido a coisa mais estúpida que já fiz em minha existência.

E se ele estivesse achando que não pode mais me contar as coisas? E se ele acha que estou farto de saber dos problemas com a sua família? Isso seria terrível porque ele só confia em mim quando se trata de sua família. Ele até fala com James e Peter, mas não conta tudo.

Estou me sentindo a pior pessoa, o pior bruxo, e o pior melhor amigo de toda existência da humanidade. Odeio ver Sirius triste, e cogitar que eu posso tê-lo deixado assim, faz eu me odiar. E se ele me odiar também? Eu não fui falar com ele, e isso me torna alguém ainda pior. Ele e James nem foram se encontrar comigo e com Wormtail. Algo deve estar errado.

E o que tinha sido aquilo na aula? Sirius poderia estar brincando com a minha cara. Por isso não falei com ele desde então, e os marotos não se encontram já vão fazer cinco dias. Tenho fugido o tempo inteiro, porque sou covarde.

  Estava com a cabeça cheia, mal conseguia pensar direito, e foi por isso que não vi um trio de garotos do último ano, e acabei esbarrando neles.

── Me desculpem ── Proferi de forma educada.

── Toma mais cuidado por onde anda, aberração ── um deles respondeu, e eu nem consegui me sentir mal com isso. ── Não vai querer ficar preso de novo ── aquilo havia me assustado.

Voltei a andar com os meus passos acelerados. Eu estava nervoso, com o meu coração batendo muito rápido.

Recordava-me bem do dia em que me deixaram trancado no banheiro dos monitores, e não seria um problema para mim se não fosse noite de lua cheia. Eu estava muito assustado, e com medo de machucar alguém que entrasse quando eu já tivesse transformado. Então os meus amigos me salvaram. James estava com a capa da invisibilidade, o que nos levou em segurança até a casa dos gritos.

Sou tão grato por tê-los comigo. Eles se arriscaram virando animagos apenas para ficarem ao meu lado nas noites difíceis.

   Passei com rapidez pela comunal, e segui para a ala dos dormitórios masculinos, adentrando aquele que ficava no final do primeiro corredor. Assim que fechei a porta atrás de mim, me escorei nela, com os olhos fechados e uma mão sob o meu peito.

── Tá tudo bem, Remy? ── voltei a abrir meus olhos, encontrando Sirius deitado em sua cama.

Não o respondi, apenas segui para o meu lado do dormitório, e coloquei as minhas coisas sobre a mesinha de estudos.

── O que está fazendo? ── perguntei sem olhá-lo, enquanto retirava minha capa.

── O dever da Professora Pomona Sprout ── apenas assenti a sua resposta. Havia feito aquele ainda na aula.

── E precisa do mapa do maroto pra isso? ── questionei, o olhando pelo seu reflexo no espelho. ── Eu ouvi você sussurrando "Malfeito feito" assim que eu entrei no quarto ──

E ele ficou em silêncio.

Normalmente nossas interações não tinham passado disso nesses últimos dias, e foi o tempo máximo que ficamos sem nos falar decentemente. E Sirius pareceu ler meus pensamentos.

── Escuta, Remy. Eu odeio quando estamos assim ── se sentou na cama, e eu me virei para ele. ── Por favor, me diz o que eu preciso fazer pra você me perdoar ──

Constelações | WOLFSTAROnde histórias criam vida. Descubra agora