6- Mas eu ainda quero você

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REMUS LUPIN

  As coisas estão estavam indo bem. Eu havia me resolvido com o Sirius, e os marotos estavam unidos novamente. E toda essa áurea perfeita resultou no meu bom humor, e o meu bom humor resulta na minha vontade de estudar, o que significa que estou indo bem em todas as matérias de novo.

Hoje mais cedo estive estudando na parte de fora do castelo. Era bonito, e eu conseguia me concentrar melhor, pelo menos até o momento do treino de quadribol da Grifinória. Estava tudo bem no começo, mas os garotos começaram a reclamar do calor, e eu vi Sirius Black sem camisa.

Precisei voltar para dentro.

  Terminei a lição de herbologia, e acabei fazendo a de Sirius e a de James, justamente por saber que depois do treino iriam sair, e provavelmente pegariam algum tipo de castigo por não terem feito.

E finalmente terminei tudo o que tinha para fazer. Tomei um banho, e peguei um livro para ler.

  Estava sentado na minha cama, folheando meu livro favorito: Frankstein. Sobre um monstro que só quer ser aceito e amado, quando a porta foi aberta e Sirius e James entraram suados e sem camisa. Os dois. Evitei o máximo olhar para eles, até que James finalmente entrou no banheiro.

── Está fedendo a cachorro molhado, deveria ir tomar um banho também ── eu disse, e ele riu. Estava prestes a se sentar na minha cama, mas bastou um olhar meu para que mudasse de ideia.

Era difícil manter a calma sempre que via Black daquela forma, com seu cabelo preso e seu abdômen exposto. Tentei focar a atenção nas palavras do livro, mas as letras pareciam dançar.

── É você, Moony...── precisei olhar para ele e tentar entender do que estava falando.

── É, eu sei que me pareço muito com o Frankstein ── soltei um risinho, mas não parecia ser sobre isso que estava falando.

── É você por quem estou apaixonado ── confessou, me deixando paralisado. ── Não se assuste. Tudo bem se não sentir o mesmo, mas eu queria que você soubesse ──

Eu não sabia o que pensar, como agir, o que dizer.

── Pad...

── Sério, Remy. Não diz nada agora, por favor ── pediu, e eu assenti.

── O-ok ── eu estava nervoso, e era nítido.

── Eu vou tomar banho agora, os garotos do time e eu vamos até howgsmeade. Está bem? ── sequer consegui lhe dar um sermão por estar indo a howgsmeade, provavelmente escondido, no meio de semana.

── Se divirta ── foi o que eu consegui dizer antes dele ir para o banheiro.

Sério Remus, você é bem melhor do que isso.

E somente quando me encontrava sozinho no quarto, a ficha caiu. Sirius Black estava apaixonado por mim. O meu melhor amigo. O mesmo Sirius que eu quero que me olhe desde que entendi o que é gostar de alguém. Sirius me ama de forma romântica, e não apenas como seu melhor amigo, o que sinceramente era o bastante para eu viver em paz, mas isso com certeza era muito melhor.

Haviam muitos prós e contras, mas isso não estava me preocupando agora. O meu melhor amigo disse que estava apaixonado por mim, e eu disse pra ele se divertir com os seus amigos ao invés de dizer como me sinto. Eu sou tão patético, mas ainda quero você, Sirius. Porém, ele me pediu para não falar nada agora, mas qual será o agora dele? Agora nesse momento ou agora hoje? Ou será um agora daqui uns anos? Será que ele não quer me namorar? Será que ele pensa em me namorar?

Precisava me distrair, estava pensando demais. Meu coração estava acelerado, e eu não sabia se era pelo nervosismo.

Passei o resto da tarde pensando nisso, e quando a noite caiu, eu nem mesmo consegui comer nada quando estava no grande salão. Lily me perguntou se havia algo errado, mas eu não queria falar disso, e não sabia se Sirius queria que eu falasse disso com outra pessoa.

Depois do jantar, voltei para o dormitório e fiquei rolando na cama de um lado para o outro até eu conseguir dormir, mas estava inquieto, e preocupado, já era tarde e os garotos ainda não tinham chegado.

E como se os meus pensamentos se materializassem, ouvi murmurinhos e risadas, e logo a porta foi aberta de forma desastrosa por Sirius, que carregava um James bêbado em seus braços. Ele jogou Prongs em sua cama, e tirou os sapatos e óculos. Parecia estar sóbrio.

Sirius ia ficar na sua cama, então fechei meus olhos, e continuei a tentar dormir. Em menos de dois minutos senti um focinho gélido no meu braço. Era Padfoot. Abri os braços e abracei o cachorro preto, alisando seu pelo.

── Espero que não esteja como Padfoot para esconder que está bêbado ── disse baixinho, ouvindo ele fungar.

Afundei meu rosto em seu pelo, e fechei meus olhos. Aquela foi a primeira vez no dia que meu coração se acalmou, e toda tensão do meu corpo pareceu sumir. Venho estado estressado, mas Pad me acalma.

── Ei, garotão ── chamei, vendo ele levantar a cabeça. ── Poderia voltar a ser um humano por alguns minutos? ──

Não demorou até que eu tivesse com Sirius em meus braços, na sua forma humana.

── Está sóbrio, Pad? ── perguntei baixinho, e ele assentiu, olhando em meu rosto. ── Posso te dizer uma coisa? ──

── Sempre que quiser ── respondeu.

Estávamos próximos. Ele estava com sua mão em meu peito, e os seus olhos presos ao meu, eu conseguia ver mesmo que o quarto estivesse sendo iluminado por pouca luz.

Minha canhota alcançou seu rosto, e se deslizou até a curvatura do seu pescoço.

── Me sinto igual, Pad ── sussurrei. ── Também estou apaixonado por você ──

── Moony...tem certeza? ── perguntou receoso.

── Essa é uma das únicas certezas que eu tenho, Sirius ── respondi, sorrindo em seguida. ── Eu est- ── e os lábios perfeitamente desenhados de Sirius calaram minha boca.

Meus dedos se enroscaram nos seus fios de cabelo quando aprofundamos o ósculo. Esse era um daqueles beijos quentes, mas não do tipo que te deixa excitado, e sim quente pela paixão. Aquele beijo que faz você sentir como se tivesse feito a coisa mais certa da sua vida.

A mão de Padfoot estava agarrada ao meu braço, e seu corpo quase inteiro sobre o meu. Eu nunca havia sentido o que estou sentindo agora. Eu estava bem, me sentia seguro. Sirius fazia eu me sentir seguro.

Mas nem tudo que é bom dura para sempre. Nos faltou ar, e precisamos nos separar para respirar.

Continuamos próximos. Respirações se fundindo como se fossem uma somente, e eu podia não estar vendo, mas sabia que ele sorria.

── Posso te beijar de novo? ── ele sussurrou, e eu ri.

── Não pediu da primeira vez ── e novamente, seus lábios chegaram aos meus meus. ── Acho melhor irmos dormir ──

── Acabei de conseguir o que tanto desejei nos últimos seis anos. Acha mesmo que vou conseguir dormir? ── ele sorriu, e deixou um breve selar nos meus lábios novamente, antes de se aninhar em meu peito.

Alguns minutos depois ele estava dormindo.

Deixei um beijinho nos seus fios de cabelo negros, e fechei meus olhos, na intenção de dormir também.

Eu estava me sentindo bem. Pela primeira vez em anos eu estava completamente bem, e eu me sentia seguro também.

Quando estamos reunidos, os marotos, eu me sinto bem, mas não completamente. É como uma felicidade momentânea que dura apenas enquanto estou com eles, mas dessa vez parecia diferente, eu sentia que ia durar.

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