Capítulo dois

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E lá estava eu fingindo escutar todas as baboseiras ditas pelo tal general Quaritch. Eu já tinha escutado aquilo no exército, é típico colocarem medo e muitas regras, pra deixarem todos amedrontados e dentro das linhas.

Agradeço mentalmente quando ele acabou seu discurso e segui junto de Jake e Beth para o laboratório. Ouvi alguém se aproximar rapidamente chamando por Jake e eu reconhecia aquela voz.

--- Jake? Você é o Jake né? O irmão do Tommy. Nossa você é igual a ele! Desculpe, eu sou o Norm, Norm Spellman. Fiz treinamento Avatar com ele. --- ambos se cumprimentam.

--- Oi pra você também Norm. --- Zombo sorrindo para ele, que assim que me vê me abraça.

--- Ann, é bom ver você. Oi Beth. --- se distanciou e acenou para minha irmã.

Entramos na sala do laboratório, cumprimento os outros cientistas que estavam na sala e me distraio observando um experimento de solo que estava sendo feito.

Vejo que Jake, Norm e um homem que ainda não conheço estavam observando os avatares. Um corpo em específico chama mais a minha atenção, me aproximo e presumo que seja o meu.

Minha avatar tinha os cabelos soltos, do mesmo tom que os meus naturais, ela tinha traços muito bonitos e que consigo assemelhar com os meus de origem indígena.

Olho para o lado e observo Jake e Norm vindo em minha direção.

--- Caramba, eles cresceram. --- ele comenta surpreso.

--- É, eles amadureceram no vôo pra cá. Os simuladores sensoriais parecem estar funcionando bem. --- Digo me aproximando do corpo.

--- É eles tem uma ótima estrutura muscular, vai levar um tempo pra decatar todos, mas podem dar uma volta amanhã. A propósito eu sou o Max. --- Falou o homem estendendo a mão para mim.

--- Prazer, Anya. --- Retribuo e aperto sua mão.

--- Aquele é o seu Jake. --- diz Max apontando para o lado.

Jake move sua cadeira para o outro lado da encubadora de seu avatar, admirando o corpo do mesmo com um sorriso sem dentes.

--- Parece com ele. --- Diz o mesmo.

--- Não. Parece com você, é seu avatar agora Jake. --- fala Norm e eu aceno com a cabeça concordando.

Passando alguns minutos, estávamos analisando algumas amostras no microscópio enquanto Jake, fazia seus registros em vídeo.

--- Isso aqui tá certo? --- Ele se virou com as sobrancelhas franzidas nós encarando. --- Eu falo o que eu quero pro vídeo diário?

--- É, precisamos pegar o hábito de documentar tudo, o que vemos, o que sentimos. É tudo científico. --- Falou Norm.

--- E boa ciência é boa observação. --- Disse Max.

--- E também vai nos ajudar a não pirar pelos próximos seis anos. --- complementei arqueando as sobrancelhas e sorrindo.

--- Então, esse sou eu. Virei um cientista. --- Disse voltando sua atenção pra câmera, enquanto continuávamos nossa análise no microscópio.

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Andávamos em direção a sala de conexão com os avatares, íamos conhecer a Dra. Grace Augustine, ela era espetacular e uma grande inspiração pra mim.

--- Quem foi que pegou o meu cigarro? --- Escuto uma voz feminina. --- Gente? O que tem de errado aqui?

--- Grace Augustine é uma lenda! É a chefe do Programa Avatar, é especialista. Escreveu um livro sobre a botânica de Pandora. --- falava Norm impressionado, explicando um pouco para Jake.

--- Isso porque ela gosta mais plantas do que de gente. --- Respondeu Max rindo. --- Olha ela aí, a Cinderela tá de volta ao baile. Grace quero te apresentar ao Norm Spellman, Jake Sully e Anya Clarke.

--- Norm, Anya ouvi falar bem de vocês. Como vai o seu Na'vi? --- falou ela enquanto soltava a fumaça do cigarro.

--- *Que a Grande mãe sorria quando nos encontrarmos.* --- Disse Norm em Na'vi.

--- *Nada mau. Está só um pouco formal.* --- Respondeu Grace também em Na'vi.

--- *Tenho estudado os últimos cinco anos, mas inda há muito o que aprender.*

--- *E você Anya?* --- Ela olhou para mim colocando as mãos atrás de suas costas.

--- *Eu vejo você doutora. Tenho estudado desde que decidi vir para Pandora, mas assim como Norm, ainda preciso melhorar bastante.* --- Respondi.

--- Uhum, Grace esse é o Jake Sully. --- Falou Max, após Grace ter ignorado totalmente sua presença.

--- É um prazer senhora. --- falou Jake entendendo a mão.

--- Eu sei quem é você. Eu não preciso de você, cadê seu irmão? O PhD que treinou por três anos antes de vir pra cá. --- Disse ela dando as costas.

--- Ele está morto. Eu sei que isso é um incoveniente pra todos. --- respondeu sério.

--- Qual a sua experiência em laboratório?

Pelo pouco tempo que conheço Jake, posso adivinhar que sua resposta a pergunta não vai deixar Grace nem um pouco contente.

--- Dissequei um sapo na escola uma vez.

Fecho os olhos e suspiro levando a mão até a testa. Grace o encara indignada e ri nasalado.

--- Tá vendo Max? Viu? Eles tão cuspindo na gente sem nem ter a decência de mentir e chamar de chuva! Vou falar com o Selfridge. --- Falou furiosa.

--- O que? Não, não Grace, essa definitivamente não é uma boa ideia. --- Max tentou impedir, mas ela já estava indo em direção a saída

--- Não cara, isso é muita estupidez! Essa mania de cooperativismo tá me cansando, ele não pode se meter no meu despertamento.

Max suspirou e se virou para encarar nós três, comprimiu os lábios e voltou a caminhar em nossa direção.

--- Estejam aqui amanhã às 08:00h em ponto! E Jake? Tenta causar uma boa impressão. --- Deu alguns tapinhas no ombro de Jake e voltou para suas tarefas.

Caminhamos em direção aos nossos quartos enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias. Norm nós desejou boa noite e entrou no seu alojamento, em seguida parei em frente a porta que continha a numeração que estava escrita no cartão que eu havia recebido.

--- Boa noite Jake. Tenta não dizer mais nenhuma bobagem pra Grace. --- falei zombando.

--- Você sabe que isso é praticamente impossível Clarke. Boa noite. --- disse enquanto se afastava.

Ri nasalado e entrei no quarto. Era incrível o quanto Jake e Tommy eram tão diferentes e tão parecidos ao mesmo tempo, foi fácil desenvolver uma boa amizade com ambos os irmãos.

Beth já estava deitada em uma das camas, dormindo serenamente. Me aproximo dela e beijo sua testa, vou para o pequeno banheiro e tomo um banho, afinal faziam quase seis anos que eu não tomava um. Saio de lá e coloco um short de dormir e uma regata, me deitando na cama e em seguida apagando.

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