Eu nasci em uma terra moribunda, uma terra cuja beleza foi destruída em nome do "progresso".
Desde pequeno eu vi o quão frio esse mundo é, então pra garantir a vida da única família que me restou, eu endureci, me tornei tão frio quanto o mundo em q...
Meus olhos se abrem enquanto eu gradualmente recuperava os meus sentidos. A primeira coisa que eu pude ver foi a folhagem luminosa de uma árvore. Ergui minha mão, inconscientemente tentando tocá-la. Ao olhar para meu braço, eu noto uma folha grande em volta do meu antebraço agindo como uma atadura.
Lentamente me lembro do que houve. Um Lobo-víbora havia me atacado e mordido aquele local. O sangramento seria um problema, mas parece que alguém já tratou meus ferimentos.
Ainda um pouco desnorteado, eu olho pra tudo ao meu redor. A luz alaranjada de uma fogueira chama a minha atenção, e junto a ela havia uma figura desconhecida.
Para o meu alívio não era um animal selvagem. Era uma mulher Na'vi.
Ela parecia distraída fazendo algo no fogo enquanto murmurava palavras na sua língua nativa, língua essa que eu ainda não entendia.
Eu estava prestes a me levantar, mas...
- Seus ferimentos são profundos. Se sair agora vai tropeçar no próximo Nantang e morrer - Disse a nativa com um sotaque evidente. Natang era como os nativos chamavam os Lobos-víbora.
- Você fala a minha língua? - Questiono confuso ao ouvi-la falar.
Ela não respondeu... acho que ela achou a minha pergunta idiota demais pra responder.
Com cautela, eu busco a minha faca, não para atacá-la, mas por me sentir mais seguro em saber que ela estava comigo. Infelizmente eu não a encontro.
- Suas coisas não resistiram ao ataque de Títerkup... apenas isso sobrou - Disse ela mostrando que estava com a minha faca em mãos.
Lembro que a minha besta havia ficado pra trás enquanto fugia daquela... coisa. E os Lobos-víbora estragaram a maior parte das minha roupas. Mas ao menos minha fiel faca ainda estava inteira.
A Na'vi se levanta e caminha até mim com uma pequena tijela de madeira. A substância nela era verde e desconhecida pra mim.
- Suas feridas - Disse ela se agachando perto de mim.
Mesmo com desconfiança, permito que ela continue o que estava fazendo. Se ela quisesse me matar era só me deixar no mesmo lugar que eu desmaiei.
Ela passa aquela coisa sobre minhas feridas enquanto sussurrava alguma coisa. Enquanto isso, eu olhava melhor para seu rosto, para seu corpo.
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Ignorando o fato dela ser muito bonita, eu logo percebi que a reconhecia de algum lugar...
- Você estava na foto... - Digo chamando a atenção dela.
- Na escola da doutora Grace. Você estava lá - Eu digo pegando a jaqueta que estava próxima de mim e revelando a fotografia que eu havia pego na escola da doutora Grace.
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