Capítulo 13.

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Sábado, 23 de Abril
Florença, Itália.
07:10AM

ADDISON POV.

Acordei com a claridade batendo em meu rosto, esfreguei os olhos com as mãos abrindo e me acostumando aos poucos com a luz. Senti um peso na minha cintura, era Meredith, dormindo na mesma posição em que apagou nos primeiros 20 minutos de filme, preferi não mexer nela e ela pelo visto também decidiu não se mexer.

Com cuidado retirei seu braço de cima, me sentei na cama, me espreguicei e fui agilizar as coisas para partirmos. Ao abrir a porta do quarto, senti um cheiro ótimo de café invadir minhas narinas mas antes de ir até a cozinha precisava fazer minha higiene matinal.

Entrei no banheiro, prendi meu cabelo em um coque frouxo e fiz o que precisava fazer. Recolhi minhas coisas colocando na minha maleta de itens pessoais e fui guardar em minha mala.

Nosso voo sairia às 10:30AM, tinha tempo para deixar Meredith dormir. Coloquei um short de malha e fui para a cozinha, apenas nonna estava ali.

- Bom dia, nonna. - disse entrando na cozinha e me aproximando dela. - O cheiro do seu café está ótimo.

- Bom dia, minha faísca. - ela se virou para mim sorrindo. - Levantei mais cedo para dar tempo de irem com o estômago cheio.

- Não precisava se incomodar com isso, nonna. - sorri para ela. - Quer ajuda em algo?

- Passei anos sem poder fazer suas vontades, não irei desperdiçar esse último momento até que volte de novo para cá. - deu de ombros. - Não, está tudo encaminhado. Estou esperando o pão assar e essa geleia de framboesa apurar.

- Está certo... - puxei um banco e me sentei de frente para a bancada. - Onde está o nonno?

- Ainda está dormindo, ele acorda um pouquinho mais tarde por conta dos remédios para controlar a pressão, a idade está cada vez mais presente. - explicou pegando o bule com água quente do fogo e colocando aos poucos no coador para passar o café. - E a senhorita Meredith? Está dormindo?

- A idade chega para todos... - suspirei. - Sim, eu normalmente acordo muito cedo e me acostumei, não vi necessidade para acordá-la por agora.

- Ela é uma moça muito gentil e bonita. - comentou me lançando um olhar sugestivo. - Como anda sua vida? Não seguiu mesmo com seu objetivo de ser professora?

- É, ela é sim. - apoiei meus cotovelos na bancada e fiquei a olhando. - Minha vida é pacata, digamos assim. Está meio agitada agora com essa história da investigação, mas não há nada de interessante... - fiz uma pausa. - Eu me formei em letras, mas desisti de lecionar no primeiro dia do meu estágio como professora, segui com o curso normalmente mas depois expandi meus horizontes, além do mais, eu teria que cuidar da empresa de qualquer forma. 

- Ser professor é uma missão e tanto, mas se você não seguiu com isso era porque não tinha que ser. Não estava escrito no seu destino, minha faísca. - ela deu um sorrisinho. - Expandiu seus horizontes para onde?

- Acredita mesmo em destino, nonna? - Ela assentiu. - Bom, eu cursei administração depois de terminar a faculdade de letras e assim que me formei tudo aconteceu, eu assumi tudo e estou nisso até hoje, esse ano completam 6 anos. 

- E como está lidando com essa situação? Como está a convivência com... Você sabe, ele. - ela perguntou me olhando rapidamente e depois indo colocar o bule juntamente ao coador na pia. -

- É uma situação complicada, nonna. Eu estou tentando me manter alheia até onde consigo. - minto. - A convivência desde que nasci até agora nunca mudou e nunca mudará, somos completos estranhos.

Dangerous Passion - Meddison.Onde histórias criam vida. Descubra agora