Capítulo 11.

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Quinta feira, 21 de Abril.
Milão, Itália.
04:25AM

MEREDITH POV

Acordei com um telefone tocando, abri meus olhos e olhei para o lado de Addison, não era o dela e muito menos se mexeu para ver.

Me levantei, peguei o meu celular na cômoda em frente à cama e era meu pai, Thatcher. Só pode ser brincadeira.

Saí em passos longos para a sacada, fechei a porta de vidro e o atendi.

- Thatcher. - disse cordialmente. -

- Meredith, minha filha, que bom que atendeu. - sua voz animada me causou náuseas. - Está ocupada? Queria conversar com você.

- Você já está conversando, Thatcher. - suspirei. - Me adiante o assunto, tive um dia longo e quero dormir. O que quer à essa hora? - em New York deve ser quase 10:00pm. -

- Bom, você não me ligou mais, achei que tinha feito alguma coisa que a deixou chateada...

- Ah Thatcher você me ligou para isso? Veja bem, se eu não liguei foi por não querer conversar. As pessoas se cansam em algum momento e eu me cansei, não estou mais na idade de implorar cinco minutos da sua atenção à cada 15 dias. Se poupe e me poupe também.

- Meredith Grey, não fale assim com o seu pai. Sabe bem que eu sou ocupado, não tenho tempo para ficar pendurado o dia todo no telefone. Você já é crescida o suficiente para entender tudo isso, não precisa me tratar com hostilidade.

- Exatamente, Thatcher, sou crescida o suficiente para saber e entender que não preciso mais das suas desculpas, da suas migalhas de atenção... Não preciso de nada que venha de você, não mais. Eu precisei até certo ponto porque pensei que como você é um homem muito ocupado como diz ser, não tinha tempo realmente para mim. - respirei fundo sentindo meus olhos marejados. - Mas quando a gente cresce o suficiente, percebemos que todo mundo tem tempo se quiser. Você tem tempo para trabalhar, teve tempo para ter uma segunda mulher estando casado, teve tempo para ter outra filha e só não teve tempo para mim... Não por não tê-lo, mas por não querer.

- Está distorcendo a situação toda, como sempre faz. Você age como se eu não fosse um bom pai para você nesses anos todos, como se tudo que eu fiz por você não valesse de nada, Meredith e, não coloque Susan e Lexie no meio dessa conversa, elas não tem nada a ver com isso. - o ouvi suspirar. - Eu te liguei porque sua irmã quer muito se aproximar, ela é uma boa garota e não precisa ser tratada com indiferença. Vocês são irmãs, Meredith.

- Sua percepção de ser bom pai está distorcida e se você acha que me levar para tomar um sorvete, brincar no parque, ir à minha peça de Romeu e Julieta na escola foi ser um bom pai, lamento lhe informar Thatcher mas isso não passou da sua obrigação. Nada além disso. - me encostei na grade da sacada e passei a mão no cabelo. - Tenho certeza de que ela é uma boa pessoa, mas não vamos fazer isso. Não tenho tempo.

Pude ouvir ele soltar uma risada sem humor, usar as palavras das pessoas contra elas é minha maior habilidade. Coisa de policial.

- Conversei com sua mãe esses dias e ela me disse que tentaria fazer você mudar de ideia, pelo visto não deu certo. - revirei meus olhos. - Meredith, você pode me punir o quanto quiser, pode jogar tudo na minha cara e fazer com que o errado da história seja eu mas...

- Sem mas, Thatcher, você é o errado da história e não há nada que possa fazer ou dizer para mudar isso. - o cortei. - Manipular minha mãe para que a gente se acerte, tentar mudar a narrativa da história toda e tudo que você sempre faz para ser o certo, dessa vez não vai funcionar. Eu não quero mais que me ligue, a partir de hoje você tem apenas uma família.

Dangerous Passion - Meddison.Onde histórias criam vida. Descubra agora