Beatrice.

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FLASHBACK ON

26 de Agosto de 2006.
New York.

O que é a vida?

Há quem diga que não é nada.
Há outros que juram ser tudo.

A vida pode ser um compilado de tudo e de nada com a incerteza de que um dia se torne algo.

Somos uma espécie em desenvolvimento pleno em tantos sentidos que, ao mesmo tempo, perdemos o sentido de tudo.

Nossas mentes vivem presas à realidades paralelas para que somente assim possamos ter ao menos um pouco de sanidade. Sofremos com a ansiedade do futuro e cada vez menos com a do presente.

Somos seres incapazes de discernir o que sentimos e por isso mentimos constantemente, não apenas para o resto mas também para nós.

A vida é cheia de vírgulas, pontos, espaços e nós. contando a história de cada ser que se propõe a viver essa longa estrada sem fim de dúvidas, sentimentos complexos demais para o entendimento de perspectivas pequenas e vazias.

Somos o que podemos ser dentro do nosso próprio abismo de incertezas, dentro das percepções alheias à nossa própria. somos fragmentos de algo que ao menos sabemos o que significa.

Um compilado entre o tudo e o nada...

Mas para Beatrice, a vida passou a existir quando ela chegou. Toda quietinha, com um choro manhoso, olhos grandes lindos e o cabelo bem ralo em um tom vermelho vivo.

A vida passou a ter sentido quando dia após dia ela sentiu o que é o amor de mãe, deixou de ser esse compilado de tudo e nada para ser apenas um compilado dela. Da sua Addison.

Mesmo que os anos se passem, ela se lembra de cada sorriso que ela deu, cada vez que chorou, cada vez em que a olhou com seus lindos brilhantes olhos verdes. Se lembra de cada passo dela como se o tempo não tivesse passado tão depressa e ela ainda coubesse em seus braços.

Addison fez com que Beatrice passasse a querer um mundo melhor por ela, para que quando crescesse as pessoas e suas atitudes fossem melhores para com as outras.

Ela a fez querer ser a melhor pessoa para servir de espelho, para que ela se tornasse uma mulher íntegra, com bom coração, senso de justiça, mesmo que essa seja subjetiva.

Sempre quis o melhor para ela mesmo que em um momento tenha se perdido em suas próprias utopias e não ter feito, de fato, o melhor.

Nunca cogitou que ter um filho fosse salvar seu casamento, até porque não se salva algo que as partes não desejam abertamente e fazem por onde. Mas ela pensou que quando Robert olhasse para Addison, seu coração, assim como o da esposa, se encheria de amor e isso, esse sentimento, pudesse fazer com que sua convivência fosse mais amena para a criação de Addison.

E ela não poderia estar mais errada.

Ela o viu, dia após dia, se frustrar com o fato de que suas próprias expectativas não foram supridas e não deveriam ser, não por ela e tampouco por um bebê. Mas ele agiu como se devessem ter suprido isso.

Por egoísmo, por orgulho e mesquinhez, Beatrice permaneceu para provar algo que ao menos sabia o que era. E foi assim que ela o viu destruir, aos poucos, o seu bem mais precioso.

Dangerous Passion - Meddison.Onde histórias criam vida. Descubra agora