O que há de fazer?

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Eu estava em um lugar escuro e parecia que havia água no chão, eu estava com o coelhinho de pelúcia em meus braços. De repente uma luz ascende em um canto do lugar, eu me viro para olhar e havia uma mesa com algo em cima, de longe estava meio embaçado, chego perto para olhar e era uma pessoa deitada um cima da mesa, chego mais perto ainda e vejo o rosto da Conny.

Minha respiração está acelerada e me levanto em um pulo. Estou suando frio. Quase que solto um grito até perceber que eu estou acordada. Eu tinha acabado de ter um pesadelo.

Olho para a minha frente e vejo Emma e sentada na ponta da minha cama olhando fixamente para mim com seus enormes olhos verdes.

- Você tá suando frio, Marci - Diz Emma inclinado levemente a cabeça para o lado.

- Acho que tive um pesadelo - Levo a minha mão a cabeça.

Ray estava arrumando as coisas em sua comoda e quando me ouve falar loho se atenta a conversa.

- É mesmo - Diz Emma me dando um abraço - Não há nada que um abraço não resolva.

A inocência da Emma me impressiona. Ela sempre tem razão quando se trata de sentimentos. Mas dessa vez não havia quase nada que pudesse acalmar minha mente.

- Obrigada, Emma - Minha voz saiu mais tristonha do que eu queria.

- De nada e bom dia - Ela diz isso dando um pulo da cama

Agarro o meu cobertor com um pouco de força e sinto machucar as minhas mãos.

- Bom dia, Marci - Diz Ray saindo do seu esconderijo entre as camas.

- Bom dia, Ray - Digo me sentando na cama. Ele se senta na sua também.

Emma saiu do quarto e levou todas as crianças consigo.

- Ray, ainda não consigo assimilar oque vi ontem.

- Pois deveria. Essa é a nossa realidade.

- Eu devo aceitar que somos criados para virar comida? Que todos antes da Conny tiveram o mesmo destino? E que se a gente continuar aqui vamos virar comida?- Meu tom de voz baixo porém enfático. Fazendo com que Ray ficasse um momento em silêncio.

- Eu sei que está indignada, mas não há muito o que fazer - Sua voz é fria. Parece que já havia faldo aquilo várias e várias vezes.

- Não há muito oque fazer. Mas há uma coisa a fazer. Fujir - Falo isso e logo me levanto da cama. Não quero ouvir oque ele tem a dizer sobre.

Desço até a cozinha e começo a ajudar na arrumação para o café da manhã. Depois de um tempo as crianças começam a ficar agitadas e a correr para a entrada da cozinha. Viro minha cabeça de relance e vejo a feição malefica da mama.

Estou assustada, mas continuo arrumando os pratos na mesa até que sinto uma mão no meu ombro e não posso conter um espasmos.

- Bom dia, Marci. Está quieta hoje.

- É que eu não vi a senhora chegando - Dou um abraço bem apertado nela - Desculpa.

- Tudo bem, queriada - Ela acaricia meus rosto - Agora vá se sentar para comermos.

Fiz o que mama mandou e fui para o meu lugar de sempre ao lado do Ray. Acho que a essa altura já deu para perceber que Ray é a minha pessoa favorita na casa. Faço tudo do lado dele, até mesmo dormir.

O café da manhã acaba e vamos fazer nossa rotina diária.

Hoje é dia de lavar roupa. Todos já estamos com nossos baldinhos lavando nossas roupas. Vejo Ray esfregando incessantemente uma bota.

- Já deve estar cheirosa né - Me agaicho do lado dele.

- Ainda da pra sentir um cheiro de gasolina no fundo. Tem que estar perfeita, se não a mama vai saber. - Ele continua esfregando.

Observo suas mãos, elas estão todas esfoladas, então quando ele para pra descansar as pucho para mim. Não sei quanto tempo ele esta ali, mas é bastante para estar neste estado.

- Chega, Ray. Olha as suas mãos. Não tem como a gente continuar assim. Quando chegar o tempo livre vamos conversar.

Me levanto e vou para o meu respectivo baldinho não quero ouvir o Ray protestar.

°°°

Oque será que eles vão conversar, hein

hihihi

Promessas Nunca se Cumprem - Ray x LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora