▪︎ 04 ▪︎

27 5 5
                                    

O que os olhos veem, a mente ressente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O que os olhos veem, a mente ressente

______________________

   Me separei da Fall, olho os livros um por um na seção de suspense, mas não encontro o livro que eu quero, não percebo que enquanto ando, vou empurrando uma caixa até derrubar outra em um monte. O cara com uniforme imediatamente se agacha e começa a recolher os livros.

   — Nossa cara, me desculpa. - me agacho e pego alguns colocando na caixa, percebo que o cara simplesmente parou, então olho para ele e me levanto imediatamente. — Jasper? 

   Ele sorri, então seu olhar se fixa em algo atrás de mim, olho para o que seja e vejo minha irmã, parada, estática, sem saber o que fazer. 

   — Oi, Fallen.

   Minha irmã acorda e vem até nós, ficando do meu lado. 

   — Oi… Jasper. - o ambiente entre nós fica em completo silêncio, nenhum de nós se atreveu a dizer uma só palavra. 

   — Vocês querem ajuda com alguma coisa? - ele diz e volta a organizar os livros nas prateleiras. Digo que não, Fallen aproveita e sai primeiro, eu a sigo.

    A chuva continua e ficou ainda mais forte, Fall me entrega um guarda chuva, eu não imaginava o quão ruim pode ser ter essas sensações de desespero de volta. Confiar no Jasper não é uma opção. Protegidos, caminhamos devagar até o carro. O restante do caminho até em casa foi em um completo silêncio, olho o estado da Fall pelo canto do olho e suas mãos estão tremendo, pode ser pelo frio ou nervoso. Aperto o volante com força pelo pensamento que ela estaria nervosa por encontrar Jasper.

   Desço o carro até a garagem, saímos do carro e entramos em casa. Vou em direção a escada e Fall até a sala, estava no meio do corredor quando ouço ela me chamar. Ela está sentada no braço do sofá com um envelope nas mãos.

   — Como é bom sentir que alguém nos esperou. - diz claramente com sarcasmo, ela bate a carta na mão e abre. 

   — Diz o que tá escrito!
   — Vocês sabem que eu sou capaz de mover montanhas por vocês, faz tanto tempo desde as nossas últimas brincadeiras. E agora que estamos quase reunidos, vamos pensar com o que poderíamos brincar. - ela dobra o papel e o guarda no envelope. — Deveríamos ir à polícia.

   — Ficou louca? Se sem a polícia ele já está nos caçando, com a polícia ele pode machucar nossos avós. Ele os conhece, Fallen. - ela está vasculhando algo no envelope. — O que foi? 

   — Temos mais um presente. 

   Me entrega uma foto de nós dois pequenos, estávamos felizes, estávamos seguros com ele. O que não durou muito. 

   — Ele sabe o que quer e não vai parar. - devolvo a foto.
   — Sabe o que é engraçado, tivemos 10 anos, dez longos anos de paz. Pra esse desgraçado acabar com tudo. - ela segue em direção às escadas. — Foi um longo dia, melhor irmos descansar. 

   Em pouco tempo o som da porta se fechando com força soa bem alto. Me sento na poltrona apoiando meus braços nas pernas e minha cabeça nas mãos. Ouço um grito de criança então corro para janela, o grito fica cada vez mais alto, cubro meus ouvidos, mas o som continua mais alto. Meu coração bate cada vez mais rápido. Tropeço na poltrona e caio com força no chão. 

   Escuto meu nome ser chamado, faço ainda mais força para cobrir os ouvidos. Sinto alguém puxando meus braços, abro os olhos e vejo minha irmã.

   — Shi, shi, shi, calma sou eu 

  A empurro, os gritos continuam, Fallen continua tentando me acalmar. Acabo me jogando no sofá.

  — Por favor, faz os gritos pararem. - Fallen levanta meu tronco com dificuldade e me abraça. Ela começa a cantar a música que a vovó cantava para a gente conseguir dormir. 

   Ela fica cantando por um tempo, meu coração volta a bombear sangue normalmente e eu já não cubro meus ouvidos com força, ela canta até eu ouvir mais nada. 

   Acordo, a casa está completamente escura, tendo apenas a lareira iluminando a sala. Olho a mesinha e nela tem uma caneca e do meu lado o celular, pego o celular e são nove e meia. Há várias mensagens de um número desconhecido, coloco o de lado e me sento. 

   Pego a caneca e bebo o líquido dentro, fico encarando a lareira. Me levanto, arrumo a manta que me cobria no sofá e levo a caneca até a cozinha, volto para a sala e apago a lareira e guardo o celular no meu bolso.

   Bato na porta do quarto da Fall e abro a porta, ela está lendo um livro e quando me vê o fecha e tira os óculos. Falo primeiro.

   — Obrigada 

   — Ta mesmo bem? 

   Afirmo e fecho a porta, entro no meu quarto e tiro a roupa, ouço algo caindo no chão e lembro do meu celular. Peguei o chão e joguei na cama e sigo meu caminho para um banho. Tomo um banho bem gelado para acalmar os nervos, esse cara tinha que aparecer logo no meu primeiro dia? 

   Saio do banho menos tenso, coloco uma calça de moletom e balanço a cabeça para tirar a água restante. Penduro a toalha e me deito, pego meu celular e o número desconhecido me enviou cento e dezoito mensagens. Abro a conversa e a primeira mensagem é uma foto, a imagem processa e é revelado uma espécie de nude, deleto a imagem e corro para a última mensagem e mostra o rosto da garota. 

   Georgia.

   Sinto minha cabeça doer. No mesmo dia que um perseguidor psicopata aparece, uma maluca assediadora aparece também. Como essa doida conseguiu meu número? 

   Bloqueio o contato e desligo o celular, faço uma massagem nas têmporas. Não estou com sono, mas o que eu mais quero nesse momento é dormir, me levanto a abro a gaveta da minha mesa de estudos e pego o pote alaranjado quase vazio. Engulo um a seco e volto pra cama, preciso lembrar de comprar mais. Contando de um até vinte pego totalmente no sono.

__________

Me siga no Instagram @_nynks

Me siga no Instagram @_nynks

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
The Sound of ThunderOnde histórias criam vida. Descubra agora