Há dez anos um sequestro que marcaram suas vidas, dez anos morando longe das pessoas que amavam. Os gêmeos Fallen e Félix estão de volta a cidade, mas, suas memórias de infância os deixaram em paz?
Quanto tempo demora para as cicatrizes pararem de q...
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Got a secret, can you keep it?
– "Secret" Pretty Little Lies
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Estou sozinho agora, Fall e eu não temos uma aula juntos hoje. Sem amigos, sem irmã, sozinho dormindo na aula que eu mais sinto tédio, álgebra. Fiquei enrolando no estacionamento ao invés de ir atrás do treinador da equipe de natação para fazer minha inscrição, agora só vou conseguir no almoço. Se eu tiver sorte de encontrá-lo.
Sinto algo cutucar meu braço, levanto a cabeça devagar para ver quem está me incomodando, abro os olhos e dou de cara com o professor nem um pouco feliz.
— Fico contente em saber que já está bem adiantado no assunto senhor DeLeon. Afinal dormiu a aula toda.
Eu tô cansado, estressado, fala sério, equação polinomial não é difícil. Não entendo a cara de desespero dessa gente.
— Senhor Ficher, com toda a licença, esse assunto não é difícil e por isso acho entediante.
A cara do velho fica ainda mais enrugada, mas ele parece parar e pensar mais um pouco, já que faz uma expressão nada agradável e volta para atrás da sua mesa. E u to com muito sono pra ficar esperando o que ele vai fazer, deito a cabeça e só acordo quando o sinal soa.
Me levanto devagar, estou sozinho na sala e o corredor cheio de gente correndo de um lado para o outro.
Saio da sala e caminho até meu armário, guardo o tablet e tiro minha jaqueta, tá fazendo um calor horrível hoje e as salas nem frias estão, então é nula a necessidade de jaqueta por aqui hoje.
Desbloqueio o celular para ver minha grade de horários e vejo dezesseis ligações de vídeo perdidas todas de um número desconhecido, sinto meu corpo arrepiar todinho por ter uma ideia de quem seja.
— Que não seja aquela lunática. - travo o celular e vou para sala da próxima aula. — Que não seja aquela lunática. - algo bate em mim, ou melhor alguém. Olho para baixo e tem uma menina familiar cobrindo o nariz.
— Me desculpa, desculpa, desculpa. - se levanta tão rápido que me assusto. — Desculpa, eu não tava olhando para a frente.
— Ah. - lembrei quem é a garota. — Ash, Ash. Tinha Ash no seu nome.
— Ashley. — Isso, Ashley. Não tem problema, eu também não tava prestando atenção ao meu redor. — Ah, você é o garoto que me ajudou ontem. Félix, certo? - concordo com um aceno. — Quero agradecer de novo. Muito obrigada por ontem. — Sem problema, só fiz o que qualquer um faria. — Não sei se percebeu, mas ninguém estava disposto a me ajudar ontem, apenas você me ajudou.
