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Alguém em quem confiar 

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Alguém em quem confiar 

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Tiro a máscara gelada do rosto, passei a noite em claro pensando no que pode acontecer quando verem meu novo visual, arrumei os fios cortados para entregá-los para doar. Falta meia hora para o meu alarme, levanto da cama e vou para o chuveiro. E tomo um banho mais longo que consigo. 

Secar meu cabelo nunca foi tão rápido, amarro ele e vou para o closet vesti uma roupa. 

Guardo os fios na bolsa com muito cuidado, vou levar na mão o tablet e o celular. 

Desço as escadas com cuidado, só a luz do fogo da chaminé ilumina essa parte da casa. Tiro a chave da moto da bolsa, perto de abrir a porta, uma voz me chama. 

— Fallen? Querida, o que faz acordada a essa hora? - viro devagar e olho para a minha mãe, ela se aproxima do interruptor mas, eu a respondo distraindo-a. 

— Eu acordei mais cedo e queria tomar café fora, então eu já estava de saída. Até mais tarde mãe. - giro a maçaneta e quase consigo sair se ela não tivesse agarrado e me puxando pelo pulso. 

— Fallen, não tem nada aberto a essa hora. O que foi filha? - ela toca em meu rosto. — seu rabo de cavalo está muito solto, deixa eu prender. 

— Não mãe, não precisa - não sou rápida o suficiente para impedir ela, o cabelo solta tão rápido que nem deu tempo de piscar.

— Fallen? O que é isso? O que você fez? - me encolho quando ela grita. Ela me puxa mais para perto. Em seus olhos mostra o estranhamento, como se não conhecesse a sua filha. 

Ela me puxou escada acima e só parou quando chegou no espelho no fim do corredor dos quartos. Ela se colocou atrás de mim e levantou meu rosto com a mão debaixo do meu queixo para eu ver o meu reflexo. 

— Me diz Fallen, o que você fez? 

— Mãe, por favor… - ela grita meu nome de novo, ela puxa meu cabelo e empurrou meu rosto para mais perto do espelho.  

— Fala, o que você fez? - ela me olhou pelo reflexo, esperando a resposta. 

— Mãe, isso dói. - toco em sua mão, tentando fazê-la me soltar. 

— Para de falar besteira e me responde. O que você fez? - ela puxa com mais força e eu solto um gemido fino de dor. 

As portas são abertas com força, sinto um alívio na minha cabeça e sou apoiada por alguém. Meu pai tenta acalmar a minha mãe, mas ela está imovel me encarando. Félix cobre meus olhos para que eu não a veja, e finalmente minhas lágrimas saem. Quando a porta é fechada, Lex abaixa a mão, e posso ver a Mônica parada, estática, com as mãos cobrindo a boca. 

The Sound of ThunderOnde histórias criam vida. Descubra agora