Há dez anos um sequestro que marcaram suas vidas, dez anos morando longe das pessoas que amavam. Os gêmeos Fallen e Félix estão de volta a cidade, mas, suas memórias de infância os deixaram em paz?
Quanto tempo demora para as cicatrizes pararem de q...
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Cada um de nós mantêm a própria verdade
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Félix está no teste de natação então ele não pode me dar carona de volta. Mas eu não tô nem aí, recuperei a minha moto e não podia estar mais feliz de sentir o vento no meu cabelo. Que saudades eu estava de correr, dessa adrenalina de estar em alta velocidade.
Para chegar em casa, precisamos passar por uma estrada cercada pelo bosque e aqui é pouquíssimo movimentado então posso acelerar a vontade. Pelo retrovisor vejo outro motoqueiro quase me alcançando, acelero e vejo que ele acelera também. Tava indo tudo bem até ele me passar e parar a moto no meio da rua na minha frente, freio a moto com tudo quase batendo nele.
— Qual o seu problema? - desço com raiva da moto e tiro o capacete indo para a frente dele. — Senti sua falta também, mi mare. - meu queixo cai e o motoqueiro tira o capacete mostrando seus cachos loiros e seus olhos verdes intensos. — Impazzito? Cosa stai facendo qui?¹ - recupero os sentidos e encaro o Matteo com descrença pura. — Mi mare, só inglês, por favor - ele sorri e toca no meu queixo. Bato em sua mão. — Faz tempo que eu não te vejo desse jeito. Tão bravinha. — Não sei porque eu to perdendo meu tempo com você. - bato em sua mão e volto pra minha moto, mas ele continua me seguindo.
Chego na frente de casa e desço da moto, pelo retrovisor vejo Matteo andando em minha direção.
— Não sabia que tinha se tornado um idiota surdo de vez. - prendo o capacete no guidão, não vou ficar muito tempo em casa mesmo. — Assim você fere meu pequeno e frágil coração mi mare - sorrio, a insistência dele continua me dando nos nervos. — Quando eu disse “acabou, não me procure mais”. - faço aspas no ar olhando em seu rosto. — Significa que terminamos em definitivo. É difícil pro seu pequeno cérebro entender? - ele se aproxima e eu não me mexo um milímetro sequer. — E antes de eu ter tido a porta fechada na minha cara, eu te avisei que só ia parar quando você me contasse a verdade. - ele fica bem perto de mim, eu sou alta e ele é mais alto que eu, então nossos narizes quase se tocam. — Não tem verdade, Matteo. - digo claramente e me aproximo mais, quase beijando ele. — Eu terminei com você e ponto.
O empurro e vou em direção a porta da minha casa.
— Só digo uma coisa, eu sei quando você mente.
Minha respiração acelera e eu entro em casa, assim que eu fecho a porta eu me encosto nela e cubro meu rosto com as mãos. Sinto meu rosto quente e meu coração acelerado, eu quase beijei ele, deslizei pela porta e espero ouvir o som de uma moto sendo ligada.
— Senhorita Fallen? Aconteceu algo? - me assusto com Mônica, mas antes de responder escuto uma moto e vou até a janela.
Quando olho para Matteo, ele está olhando a janela sorrindo. Merda!
Ele lança um beijo e coloca o capacete indo embora.
— Eu estou bem Mônica, nada aconteceu. - sorrio — O que tem para comer?
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Tiro o excesso de água do cabelo e me sento em frente ao espelho, meu rosto volta a ficar quente e eu bato a testa na mesa. Aquele idiota, porque ta aqui. Choraminguei por um tempinho até a porta abrir em um rompante.
— Fallen, você não vai acreditar em quem eu achei na rua. - sinto umas patinhas geladas na minha perna e vejo o Nux. Carrego o cachorro e ele fica abraçado comigo. — Eu sei, Matteo está aqui. - digo sem olhar para a porta, apenas fazendo carinho no filhote. — Eu sei que loiro e ruivo nella luce é similar, mas o olho castanho quebra a similaridade. - viro a cabeça tão rápido que quase quebrei o pescoço. — Non ci credo Sammy! - levanto da cadeira, mas lembro do peso em meus braços. Coloco o cachorro no chão e vou abraçar o ruivo.
Sammy devolve o abraço me apertando ainda mais, fui pega de surpresa, me afastei dele assim como me afastei do Matteo. Mas eu estou feliz e com medo ao reencontrar meu melhor amigo, não sinto medo de fazer merda igual quando vi o Matteo.
— Vim ver meus amigos, já que nenhum deles deu um mínimo de sinal de vida.
Félix e eu nos encaramos, mas não o retrucamos, peguei Nux no colo e saímos do quarto, ficamos conversando na sala até a noite chegar. Nossos pais finalmente deram o ar da graça na hora do jantar, ambos aparentemente exaustos.
Depois de um dia cheio, eu finalmente encontrei paz para começar um livro novo. Comprei um na Grécia e não consegui ler até agora. Não o encontro junto com os outros livros então pode estar no closet.
Olho em cada espaço, cadê, cadê, cadê esse livro?
Será que guardaram no escritório?
Saí do quarto e desci a escada, fui até o corredor no final da sala e entrei pela primeira porta que apareceu. Era o escritório do meu pai.
Os livros bem organizados e arrumados em suas classificações. Vai ser complicado encontrar o livro já que eu mandei alterar a capa, mas, por sorte, pedi que a capa fosse em um tecido creme. Então é só achar um livro com capa clara.
Passou um tempo e achei o livro no final da estante, escondido pela mesa do escritório. Pego o livro, mas o título de um dos documentos me chamou mais atenção do que a vontade de ler esse livro.
"Transferência de terreno de Mountain, PENNSYLVANIA”
“ Declaro que o entorno não urbanizado da cidade de Mountain será repassado para o nome de Manuel Strada DeLeon. Por meio deste documento também está autorizado a reurbanização, visando o bem estar da cidade”
O documento é simples e direto. Não fico chocada com o tamanho desse projeto, agora ficou claro a pressa de voltar para cá e o motivo para nos trazer para cá. Quer que nós vejamos o resultado do seu plano.
Volto para meu quarto e decidi não ler mais o livro, deito e fico pensando nas plantas do projeto e naquele documento até pegar no sono.
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Impazzito? Cosa stai facendo qui?¹ - Enlouqueceu? O que você está fazendo aqui?
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