𝐈 𝐒𝐄𝐄 𝐘𝐎𝐔 | 𝐌𝐀𝐒𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐀𝐌𝐄𝐒

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A SENSAÇÃO DE PAZ, era isso que eu estava sentindo enquanto eu, Théo e a senhora Lilian estávamos comendo todos juntos. As conversas, piadas e todos os sorrisos que eles tiravam de mim naquele momento era uma sensação única. Algo que eu queria sentir para sempre.

── Já está ficando tarde eu preciso ir, estava tudo muito delicioso senhora Lilian! ─ falei enquanto me levantava da mesa.

── Apareça mais vezes querida, estamos sempre de porta e braços abertos para você! ─ a mais velha falou com um sorriso no rosto.

── Vou te acompanhar até em casa, Aurora ─ Théo falou se levantando passando a mão sobre o cabelo.

── Obrigada senhora Lilian, não se preocupe Théo! Fique, não é tão longe a minha casa ─ falei sorrindo, mas ao mesmo tempo implorando para eles pedirem para eu passar a noite ali, eu não queria ir para a casa.

── Promete que vai se cuidar e que vai ligar se acontecer algo? ─ o garoto perguntou com seus olhos claros vidrados nos meus.

── Eu prometo! ─ falei calmamente.

Dei um abraço em Théo e na senhora Lilian, Théo me acompanhou até a porta e me deu um beijo na testa. Sorri para o garoto que sorriu de volta, e comecei a seguir meu caminho. Não era longe mas quanto mais perto chegava mais meus passos diminuíam, minha mente começou a processar tudo o que eu iria escutar da minha tia quando eu chegasse em casa, isso se não acontecesse coisa pior.

Minhas mãos começaram a tremer, minha respiração foi ficando ofegante e meu peito começou a doer. Os gritos dela não saiam da minha cabeça e quando enxerguei minha casa de longe minha visão embaçou, por um momento eu achei que iria cair mas fui segurada por alguém.

── MEU DEUS ELA DESMAIOU? ─ uma voz masculina falou.

── EU NÃO SEI IRMÃO, ME DÁ A ÁGUA AI ─ uma outra voz masculina falou. Pude sentir água molhando meu rosto, o que fez eu acordar desesperadamente.

── Oi? Está tudo bem? ─ um garoto moreno de cabelos compridos me perguntou com um semblante preucupado.

── Eu acho que... Estou bem ─ falei ainda recuperando ar.

── Sua casa é muito longe daqui? ─ um outro garoto claro de cabelos ruivo perguntou me ajudando a levantar.

── É, quer dizer.. não! É logo ali ─ falei apontando.

── Certo nós vamos te acompanhar até lá ─o garoto ruivo falou.

── Vamos? ─ o moreno perguntou.

── Vamos! Aliás, eu sou Mason e esse é o Miguel ─ Mason falou sorrindo.

── É um prazer, sou a Aurora ─ falei gentilmente. ── Obrigada por ter me ajudado.

── Não precisa agradecer, Aurora ─ Miguel falou sorrindo. ── Confesso que quase entrei em desespero ─ o moreno riu.

Mason e Miguel perguntaram mais uma vez se eu estava bem, e assim como dito me acompanharam até em casa. Agradeci a Deus pela minha tia não estar na porta me esperando, me despedi dos meninos e entrei. Assim que entrei minha tia estava sentada no sofá com aquele maldito cigarro infestando a casa.

── Onde e com quem você estava? ─ ela perguntou seca.

── Fui levar as rosas para os meus pais e depois fui até a casa de Théo ─ falei indo em direção as escadas, mas ela me interrompeu.

── Espera aí! A próxima vez que você for para algum lugar sem a minha autorização, você não vai gostar do que vai acontecer quando chegar em casa ─ ela falou me olhando friamente.

── Théo é meu melhor amigo e é praticamente minha família, você conhece ele então não sei porque essa palhaçada agora ─ falei encarando a mesma.

── Eu dou as ordens Aurora, eu mando em você e você está sobre o meu teto! Você não tem escolha, e não me estresse porque não estou com muita paciência ultimamente.

── Eu não posso fazer nada se sua cachaça ou suas drogas acabaram! Não bote isso para cima de mim porque eu não tenho nada a ver com a sua merda de vício ─ falei e rapidamente a mulher se levantou, senti meu rosto arder e algo escorrer do meu nariz. Eu levei um soco.

── Sobe para o seu quarto. ─ ela ordenou, e sem dar mais nenhuma palavra eu subi.

Adentrei meu quarto indo diretamente para frente do espelho, o sangue escorria sobre meu rosto. Peguei um lenço e com cuidado limpei a área, meu olhos marejaram mas eu não iria mais me acabar de chorar por alguma atitude idiota da Margaret, não mais.

Pensamentos malucos começaram a rodear minha cabeça.