Capítulo 2

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Eron Sánchez ☠️

Parei entre um corredor e outro enquanto olhava para o céu, a chuva estava mais densa do que antes. Era impossível atravessar sem chegar totalmente molhado do outro lado.

Mais eu também não queria ficar aqui, as aulas já terminaram e meu corpo implora por minha cama.

Decido tentar por outro saída, e assim eu atravesso o corredor e subo para o segundo andar. Passo pela torre norte e vou em sua direção.

Quando estava perto das escadas eu ouço um som, uma música suave começa a tocar como se fosse uma melodia dos anjos. O que chama minha atenção.

Não posso deixar de procurar da onde vem e então sigo na direção que o som soa.

Paro em frente a uma porta que está quase fechada, do lado de dentro a música se torna mais auditivel se misturando com o som da chuva.

Eu empurro a porta devagar e meus olhos vagam pela sala. Uma garota desliza sobre o chão em passos suaves de balé, seus olhos estão fechados e ela parece em outro mundo enquanto balança seus braços e rodopia.

Eu cruzo os braços observando ela flutuar feito uma flor de outono.

Lia não percebe minha presença, ela está conectada demais com a música e a dança para notar que tem alguém lhe olhando. De alguma forma eu quero sair e ir embora, ficar olhando para uma Moore com certeza não é um dos meus passatempos preferidos.

Mais não consigo. Estou preso no chão como se tivesse cola em meus sapatos. Como se sua dança estivesse me hipnotizando até a alma, se é que eu tenho uma.

A música para e então ela descansa, um suspiro sai dos seus lábios e seus olhos se abrem. Tão negros quanto a noite, eles caem sobre os meus

Ela da um passo atrás recuando no mesmo instante, como se visse o próprio diabo.

"O que você quer?"-Ela pergunta na defensiva.

"Nada!"Respondendo me encostando no batente da porta.-"Um homem não pode mais ver uma mulher dançando?"

"Você não é qualquer homem"-Sua voz sai trêmula.

"Nisso você tem toda razão, bailarina"-Dei um sorrisinho.

"Me deixe. Vá embora, por favor"-Ela dá mais um passo atrás, como se estivesse prestes a correr.

"Não parece que você tem para onde fugir"-Afirmo a ela, afinal eu estou bloqueando a única porta.

Ela corre até sua mochila e tira seu celular, chego á ela mais rápido do que a mesma prevê. Puxo o celular da sua mão e ela bate contra o espelho.

"Vai chamar quem, uh?"-A encarei. Tão perto que posso sentir seu cheiro me invadir

Porra, quem é que cheira à essência de chocolate?

"Me devolve!"-Ela tenta manter sua voz firme, mais isso é uma falha obviamente.

"Me responde, bailarina. Quem você ia chamar?"-Balanço o telefone em sua frente -"O se papai? Uh, é verdade, você não pode chamar ele porque ele está na cadeira não é?Depois que tentou matar todo mundo da escola"

"Por favor! Me deixe"-Ela pede outra vez

"Eu gosto disso, de ouvir você implorar"-Sorri de canto -"Você faz isso tão bem"

"O que você quer de mim?"-Ela me encara-"Eu não fiz nada pra você"

"O que eu quero é muito simples. Que você, o seu irmão e seu maldito pai desapareçam da terra e levem consigo seu sangue de merda"-Minha mão de envolve em sua mandíbula forçando ela a me olhar -"Vocês não deveriam nem ter o direito de pisar nessa escola. Porque uma fruta não cai muito longe do pé, não é?"

Crown of bloodOnde histórias criam vida. Descubra agora