Capítulo 38

530 62 1
                                    

Cecilly Collins 🏵️

Parte 2

Eu perdi a noção do tempo.
Deitada nesse chão frio, úmido e sujo. Não tenho ideia de quanto tempo já se passou. Foram minutos, horas, dias, meses...? Não sei!

Meu corpo inteiro dói como uma maldição, o suor frio escorre por meu rosto se misturando com o metálico do sangue seco, grudado sobre as feridas abertas. Minha barriga aperta em uma dor alucinante, me fazendo pensar que talvez eu tenha uma ou duas costelas quebradas.

Esse maldito, colocou uma câmera no centro da sala como um show de horror e então começou a bater. Como se isso fosse a coisa mais excitante da sua vida. Exibindo seja lá para quem.

Mas eu decidi por um curto período de tempo que não vou deixar esse homem fazer o que quiser comigo. Jogada aqui, eu tomei a decisão de que preciso lutar, por mim e por minha família. Mesmo que ele me mate, mas morrerei lutando.

Meu olhar vagou pela sala horripilante, procurando por qualquer coisa que minhas mãos possam alcançar e servir como uma arma. Mas não tem nada, além da cadeira e o tripé da câmera. Um dos dois vai ter que servir.

"Oh, merda!"-Gemi ao me sentar e a dor em minha barriga ficar ainda pior.

Respirei fundo, contando até dez comecei a me arrastar pelo chão. Envolvi meus dedos no cano fino do tripé e o puxei com força em minha direção, a câmera caiu no chão e rolou até o outro lado. O metal frio tocou minhas pernas machucadas e um assovio saiu dos meus lábios.

"Vamos lá, por favor!"-Supliquei tentando juntar às quatro partes da base.-"Vamos, vamos!"

No momento que forcei ainda mais os canos, a porta se abriu em um baque ensurdecedor. Meu corpo pulou para trás em resposta ao susto que levei. Minhas mãos tremeram e a bile subiu minha garganta.

"Sua vadia de merda, o que pensa que está fazendo?"-Jason gritou, vindo em minha direção.

Sua ação repentina encheu meu corpo de adrenalina, eu sabia que no momento em que ele colocasse suas mãos em mim eu estaria ainda mais machucada. E jurei á mim mesma que não iria sair dessa sem lutar antes.

"Vai se foder!"-Gritei para ele, no momento que seu corpo pairou sobre o meu eu agarrei o tripé com mais força.

Com um movimento preciso, enfiei a ponta de cima com força em sua barriga. Não chegou a perfurar, mas ele tropeçou para trás sem fôlego. Ainda cheia de adrenalina consegui me levantar, ignorando meu corpo gritando pela necessidade de parar e se recuperar. Mas não posso fazer isso agora.

"Sua vadia!"-Ele rugiu, seus olhos endemoniados se virou em minha direção.

Com um grito de dor, levantei o ferro no ar e acertei seu rosto com uma batida forte o suficiente para seu corpo ir de encontro a parede. O som do golpe preencheu a sala fria, fazendo até meus ossos estremecerem.

Olhei para a porta aberta e depois para ele, que já estava se recuperando e vindo em minha direção. No ato do desespero joguei o tripé contra ele e corri para a porta, atravessando ela até um corredor tão escuro quanto a noite.

Sem parar para esperar, comecei a correr mesmo sem conseguir encher nem um dedo em minha frente. A escuridão cegava meus olhos, mas tomada pelo pavor eu continuei sem me importar se teria um penhasco me esperando a cada passo.

Um soluço escapou dos meus lábios quando finalmente encontrei uma porta no fim do corredor, uma luz brilhava do lado de fora me dando esperanças para a liberdade. Ainda ignorando os sinais do meu corpo, de que é hora de parar, eu continuei correndo.

Crown of bloodOnde histórias criam vida. Descubra agora