Capítulo 22

883 75 40
                                    

Dean Moore 😈

Empurrei a porta e subi as escadas correndo, sem fôlego e com o coração quase saindo pela boca. Entrei no banheiro e parei no batente da porta.

Meus olhos arderam, de repente eu esqueci como fazia para respirar.

"Mãe"-Murmurei ainda paralisado.

Apertei meus punhos com força, vendo ela dentro da banheira coberta por água e os remédios caídos ao seu lado no chão. A caixinha rolou para o outro lado, sua pele está pálida e seu corpo desfalecido e nu.

Eu dei um passo á frente mas parei, uma mão repousou em meu ombro em um aperto forte. Travei meu maxilar com força sentindo a raiva borbulhar por minhas veias feito fogo.

"Você chegou bem na hora"-A voz veio atrás de mim.

"O que você fez com ela?"-Pergunto ainda paralisado onde estava.

"Eu não fiz nada. Ela fez essa bagunça sozinha"-O aperto se torna mais forte.

Fecho meus olhos com certa força e os abro novamente. Afastei sua mão com brutalidade e fui em direção á minha mãe, enfiei meus braços na água gelada e a levantei. A água escorreu por minha roupa me deixando completamente encharcado.

Seu corpo está tão frio e mole que por um instante acho que ela está morta, apesar da sua respiração fraca batendo contra meu pescoço.

"Deixe essa vadia aí"-Ele diz assim que me virei-"Ela pediu por isso"

Olhei para minha mãe que está desmaiada em meus braços, as marcas roxas violeta cobre todo seu rosto e braços, um corte desce dos seus lábios até seu queixo. Em sua barriga posso ver a marca de dedos e dentes, e o sangue seco grudado em suas coxas.

Meus maxilar se aperta com tanta força que estou surpreso por meus dentes não se quebrarem. Minha respiração fica totalmente artificial.

"Saia da minha frente"-Digo a ele. O mesmo não se move.

"Dean, eu mandei você deixar ela onde está"-Seu tom demonstrava que isso não era um tipo de pedido e sim uma ordem.

Mas eu não recuei, dei mais um passo em sua direção e a postura dele ficou rígida e firme-"Deixe ela onde está"

Suspirei fundo, olhei para minha mãe uma última vez e então a coloquei sobre o chão. Ela resmungou alguma coisa e seus olhos se abriram.

"Você está aqui querido"-Ela murmura segurando meu braço -"Você veio ver a mamãe? Eu sinto sua falta"

Fechei meus olhos e respirei tão fundo que meus pulmões arderam. Não respondi nada, me levantei outra vez e olhei para o filho da puta em minha frente.

"Fique comigo"-Ela puxa a barra da minha calça -"Não deixe a mamãe sozinha outra vez, por favor. Querido"

Eu fingi não está ouvindo ou sentindo seus puxões, encarei ele uma última vez e então passei por cima dela e sai do banheiro deixando um rastro de água para trás.

"Dean!"-Paro quando ele me chama, mas não me viro.

"Você ainda continua um bom garoto"-Sua voz me causa náuseas -"Você já fez o que seu pai mandou?"

Respiro fundo-"Não!"

"Faça logo ou então sua irmã receberá uma boa visita minha essa noite. A propósito, ela ainda prática balé? Sou doido para vê-la dançar"-Uma risadinha sai dos seus lábios-"Não tenho dúvidas de que ela é uma boa bailarina"

Cada músculo do meu corpo ficou tenso, eu senti o bile subir por minha garganta e o engoli outra vez.

Meus dedos se apertam em volta do corrimão, eu continuei descendo e não parei até estar fora da casa. Apoiei minhas mãos no carro e dei um soco contra o metal duro, um corte se abriu entre meus dedos o sangue escorreu por minha mão.

Crown of bloodOnde histórias criam vida. Descubra agora