Ao meu amor

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Domingo, 6 de outubro de 2019

Anakin pegou no sono muito tempo depois. Minutos muito longos, recheados de uma única frase: "Eu te amo".

Mas quando Padmé acordou, ela descobriu que o tempo tinha o poder de se estender preguiçosamente ou de correr velozmente quando seu corpo era envolvido pelo de Anakin Skywalker. A respiração dele fazia cócegas singelas em sua testa, enquanto seu peito subia e descia profundamente, envolvido no dela. Os braços dele ainda estavam ao redor de sua cintura e, Padmé pensou somente no quão deveriam estar cansados depois de tantas horas abaixo de seu corpo. Mas Anakin parecia tão calmo dormindo, como se não se importasse. Ela fechou os olhos novamente, pensando estar imaginando coisas.

Padmé Amidala pensou que nunca mais pudesse adormecer sobre o abraço de Skywalker. E veja só como ela acordou esta manhã?! Esse pensamento fez com que fechasse os olhos novamente e respirasse um pouquinho mais fundo, somente o suficiente para que Anakin abrisse um olho só, espiando-a.

— Não adianta fingir que está dormindo, eu já te peguei. — sussurrou Skywalker.

A voz dele, algumas oitavas mais baixas, grave e rouca de sono, fazia com que Padmé revirasse os olhos.

— Bom dia, Skywalker — sussurrou ela, virando-se para olhá-lo.

Os olhos de oceano estavam brilhando, como em um dia de sol escaldante. O turquesa lavava o azul royal. Padmé gostava de se ver refletida neles, como uma espécie de espelho do futuro.

— Bom dia, Amidala — sussurrou Anakin.

Eles ficaram alguns minutos somente contemplando um ao outro, o momento e o fato dos corpos ainda estarem tão atrelados que parecia muito difícil se mover. Talvez o fato das roupas ainda estarem no chão, da cama estar uma confusão, de ambos os corpos estarem marcados pela noite passada e de como aquele amor parecia enfeitiça-los.

Porque é assim que o amor deve ser. 

A boca de Anakin cometeu o primeiro atrevimento, ao selar-se a de Padmé. A mão dele ganhou seu rosto, segurando-o com delicadeza. A dimensão do amor tomava formas cada vez mais belas quando ambas as epidermes estavam em contato. Toda aquela guerra agora parecia uma sucessão de batalhas perdidas para o amor. Mas não era novidade, afinal, eu os avisei: uma batalha contra mim é uma guerra perdida.

Quando Skywalker desgrudou os lábios de Padmé, deixando-os ainda mais inchados e vermelhos, os olhos ainda sonolentos e a expressão de derretimento estava perfeitamente pintada, ele sussurrou:

— Eu te amo, Padmé Amidala.

Ela sorriu, como quem se desmancha facilmente. As palavras, quando proferidas por ele, pareciam ganhar poderes. 

— Eu sei, Skywalker.

Ele sorriu tão estupidamente...

— Argh, guardar isso é tão...— Anakin virou-se dramaticamente para o outro lado da cama, soltando por alguns segundos Padmé.

— Sufocante — ela completou, aproximando-se dele.

Como dois polos magnéticos, eram naturalmente atraídos de volta.

A luz do dia brilhava por trás das cortinas fechadas. Mas Padmé queria ficar naquela cama, fingindo que o tempo era apenas uma construção humana estúpida e que ninguém de fato ligava para aquilo. Enquanto estivesse sobre o conforto dos braços de Anakin, sobre seu peito, sendo agraciada pelos seus beijos, todo o resto podia esperar... Depois de dezesseis anos em uma noite escura, em um crepúsculo sem fim, ela estava assistindo o sol nascer ao lado de Anakin.

OPERAÇÃO CUPIDO! - AnidalaOnde histórias criam vida. Descubra agora