Trinta e nove

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Barão narrando

Acordei sentindo o meu corpo dormente e dolorido, abri os olhos com dificuldade pra cacete, aos poucos a minha visão foi melhorando e eu encontrei o cabelo loiro na porta falando com o médico

Parecia tá estressada pra caramba

Quando eles viram que eu acordei os dois entraram no quarto, ela me olhou com uma cara de quem queria me matar então eu desviei o olhar pro doutor

— Bom dia Renan- ele fala vindo na minha direção- tá como?

Barão: fudido- ele dá risada e pega uma lanterna

— o senhor passou por duas cirurgias de risco ontem de tarde, é normal sentir algumas dores, inchaço no corpo, febre e falta de ar- ele estica os meus olhos com o dedo indicador e o dedão, se eu não tivesse cheio de dor já tinha mandado pra puta que pariu, sem o mínimo de cuidado com o paciente 

Assim que ele fez tudo o que tinha pra fazer o mesmo saiu deixando só eu e a loira no quarto, o rosto dela ja estava todo inchado e vermelho igual aos olhos, percebi que a mesma estava tremendo também e eu me senti malzão em deixar a mina assim

Claro que não tava nos meus planos levar tiro pra cacete e estar aqui, mas do mesmo jeito, é minha culpa dela estar assim

Barão: Dnadara- ela me olha sério e respirando fundo- não queria te deixar assim pô, vem aqui

Dandara: Não Renan, no momento quanto mais eu ficar longe de você é melhor- porra machucou pra caralho, senti até uma pontada no peito- você não tem nenhuma responsabilidade afetiva comigo, eu sempre sou a última a saber quando tu vai sair do morro e as vezes eu nem fico sabendo, me preocupo igual uma filha da puta com você, passo a madrugada no hospital esperando a sua cirurgia acabar pra que? você vai melhorar e vai voltar a fazer as mesmas coisas- ela coloca as mãos nas cinturas e começa a respirar fundo e a andar de um lado pro outro

Barão: não sabia que tu se sentia assim tu nunca falou sério sobre esse bagulho

Dandara: e precisa? é uma coisa simples que duas pessoas precisam ter quando ela tem um relacionamento, independentemente se é namoro ou não.....tem coisas que só de observar a gente percebe que dói no outro

Senti a minha garganta se fechando e o ar faltando, fazia um bom tempo que eu não sentia isso, desde quando eu conheci ela

Barão: eu não sei amar ninguém, Dandara, eu tô aprendendo contigo nunca precisei dar explicação pra ninguém....tu é a primeira mina que eu levei lá em casa, a única que sobe na garupa da minha moto, que eu faço questão de falar que é minha, até porquê é mesmo, tu é a minha loira pô, tá no meu nome já- pego ar e olho pra cima, o amor faz qualquer vagabundo chorar- tem como ter um pouco de paciência comigo?

Dandara narrando

já tinha resolvido tudo na minha cabeça, eu iria terminar o sei lá o que que eu tenho com ele, iria esperar a minha mãe acordar, a Lívia ficar bem e iria meter o pé daqui, tava tudo planejado, as minhas roupas já estavam todas nas mochilas e hoje mesmo eu voltaria pra minha casa, mesmo sozinha 

Fiquei paralisada só olhado pra ele, não tenho o que responder, nunca escutei isso de ninguém 

Vi a lágrima descer dos olhos dele e isso me fez querer desabar ali mesmo, andei até a maca parando do lado dele 

Dandara: promete que vai tentar melhorar?- ele mexe a cabeça confirmando e eu fungo o nariz- te odeio Renan

Ele dá um sorriso de canto e pega na minha mão, arrastei a poltrona pra mais perto da cama e fiquei um pouco ali com ele até o mesmo dormir, o efeito da anestesia vai deixar ele dormindo por um bom tempo

........

Terminei de ajudar a Lívia a comer e me sentei do lado dela

Dandara: sua mãe ajudou bastante, virou a noite com os meninos na boca- falo vendo a mesma revirar os olhos

Lívia: ai Dandara, tá falando dela pra que? ela só fez isso esperando alguma coisa em troca, ela queria o que?

Dandara: proteção aqui no morro- ela dá um sorriso sem ânimo pra mim

Lívia: existe uma vida mais fudida do que a minha?- escutamos algumas batidas na porta e eu olhei pra trás encontrando o Felipinho

Felipinho: fala loira

Dandara: tá fazendo o que aqui?- pergunto levantando uma das sobrancelhas

Felipinho: vim ver como a malucona tá- ele fala desviando o olhar pra Lívia, quero nem ver a merda que acabou de ser encomendada- tô indo já

Lívia: já?

Felipinho: patroa tá com a Yasmin lá na recepção, bom dia pra vocês- ele dá um sorriso e saí do quarto

Dandara: já te avisei uma vez Lívia.....- falo me virando pra mesma 

Lívia: o que cara? ele foi super legal comigo

Dandara: ele é super legal com geral, ainda mais com a ruiva que vive pra cima e pra baixo com ele- ela me olha e revira os olhos novamente- nem vem querendo ser amante não gatinha

Lívia: eu ser amante é errado, mas você estar transando com um traficante é super certo né Dandara?- fiquei quieta olhando pra mesma

Dandara: eu não vou te responder do jeito que você merece porquê tu tá fudida ai precisando de ajuda, então eu acho bom você entender que ninguém merece ser maltratado só porquê as coisas na sua vida não tá do jeito que você queria 

Lívia: cala a boca Dandara, a sua vida sempre foi perfeitinha, nunca teve que passar pelo o que eu passei- me levantei da cama dando as costas pra ela

Dandara: quando você se lembrar com quem tava conversando eu volto 

Minha cura {M}Onde histórias criam vida. Descubra agora