Minha cura {M}

trinta e três

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Ps: pode conter gatilhos pra algumas pessoas

Dandara narrando

Ver ela toda machucada e sozinha naquele quarto me deixou em pedaços, eu não consegui ter outra reação a não ser chorar

Foi como se uma parte minha tivesse no mesmo estado que ela, jacaré pegou ela no maior cuidado do mundo e levamos a mesma pro UPA, assim que chegamos lá o pessoal já foi atendendo a mesma

Fiquei um tempo ali com o jacaré até o Renan chegar, foi como se eu encontrasse um lugar seguro, que nada disso tivesse acontecido, mas quando eu abri os olhos eu percebia que tudo aquilo tinha acontecido sim, e que a minha mãe está entre a morte e a vida lá dentro

Quando as meninas chegaram elas me levaram pra comer, mas não consegui, tava sentindo tudo revirar dentro de mim

Dandara: cadê a Lívia?- pergunto olhando pra todas- ela não quis vir?

Alésia: como assim? Ela não tava com você?- ela pergunta tomando o suco e me olhando

Na hora uma parte do meu sonho veio na minha cabeça, a cena dela levando o tiro na cabeça e caindo, senti o meu peito apertar e eu me levantei

Yasmin: o que foi Dandara?

Dandara: cadê os meninos?

Mayara: estão lá fora- antes dela terminar de falar eu saí andando, sai da lanchonete que fica praticamente do lado do UPA e andei um pouco

Vi de longe os dois fumando lá fora e fui indo até eles

Renan me olha franzindo o cenho e jogando o cigarro no chão, apagando o mesmo

Dandara: cadê a Lívia?- pergunto chegando perto e já segurando o choro, ele pensou um pouco me fazendo ficar agoniada- não me enrola Renan

Jacaré: um dos caras levaram ela- ele fala e solta a fumaça, Renan olha com cara de puto pra ele- qual foi? ela já tá pergunta pô

Barão: a gente vai ir atrás da malucona jaé?- ele fala vindo me abraçar, tem como esse dia ficar pior?

.......

Renan me deixou na casa dele junto com a Alésia e o mesmo subiu pra boca, sei que ele também tá pensando em muita coisa, só pela quantidade de cigarros que ele fumou hoje deu pra ter uma base

tomei um banho gelado torcendo pra acordar e não ter acontecido nada dessas coisas horríveis, escutei de longe o meu celular tocando e logo em seguida a voz da Alésia atendendo, me enrolei na toalha e fui saindo do banheiro

fui andando até o quarto do Renan e ela ainda estava no meu celular

Alésia: oi tio....já ficou sabendo?.....ah sim, não sabia que ela tinha amigas por aqui.....pode sim, estamos esperando o senhor- ela esperou um pouco e desligou a ligação- era o seu pai, Marina contou o que aconteceu aqui

franzi o cenho olhando pra mesma e indo na direção do guarda roupa

Dandara: Marina mal passa perto do morro, como assim ela já sabe?

Alésia: também não tô entendendo- deixei pra pensar nisso mais tarde, peguei uma camisa preta lisa dele e a minha saia verde mesmo, tô muito cansada mentalmente pra pensar em qualquer coisa

mandei mensagem pra ele passar na farmacia e me comprar um remédio, é o único que me faz dormir, tô sentindo o meu corpo pedindo descanso e eu também tô louca pra dormir

Lívia narrando

Minha boca ainda tinha o gosto de sangue quando um moreno saiu de cima de mim, senti a minha intimidade arder e as lágrimas desceram, não passou nem horas e eu já estou torcendo pra eles me matarem

Que inferno de vida

O cara me deu um sorriso e levantou as calças, ele bateu tanto no meu rosto que tô sentindo ele quente, o meu corpo começou a tremer, mas não de prazer, e sim de raiva, nojo, ansiedade.....eu espero que alguém venha me tirar daqui o mais rápido possível

Fechei os olhos e escutei os passos dele se afastando e logo em seguida fechando abrindo e fechando a porta

Fiquei só um tempo ali, quieta sentindo o meu corpo doer

Não era assim que eu imaginava a minha primeira vez, esse homem aos poucos está tirando tudo de mim, espero que a minha vida esteja na lista dele

E falando no demônio

Medeiro: gostou da visitinha?- continuo quieta e com os olhos fechados- sua mãe ia pra outro estado.... infelizmente o carro dela capotou- sinto o tom de diversão na voz do mesmo e abro os olhos

Lívia: por que você tá fazendo isso?

Medeiro: eu não fiz nada gatinha, vocês fizeram- ele fala chegando mais perto e se abaixando na minha frente- sua mãe era uma vagabunda, tava até com namorado acredita? E você..... passando informações pro lado errado

Lívia: informações medeiro? O que eu sei da sua vida de merda? Que você foi corno? Ou que o seu pau é tão pequeno que a minha mãe teve que ir procurar outro?- ele segurou o meu rosto apertando o mesmo- nojento, eu não sei nada de você

Falo com um pouco de dificuldade

Medeiro: tu vai ter que me provar isso

Lívia: não tenho que provar nada pra você seu lixo- ele solta o meu rosto fazendo eu bater a cabeça no chão

Medeiro: você que sabe bonitinha, enquanto isso os meus amigos vão adorar vir te ver- ele se levanta e vai andando até a porta- bom divertimento

Homem nojento do caralho, minha mãe tá viva, ela não seria tão burra de ficar andando de um lado pro outro com o medeiro puto com ela

Me arrastei até um colchão deixando um pingos de sangue não chão

Me encoli no cantinho e abracei as minhas pernas

Lívia: danda, me tira daqui- falo baixo e colocando a minha cabeça entre as pernas

Escutei um barulho de salto do outro lado da porta logo em seguida uma voz conhecida, tentei identificar quem era mas ninguém veio na minha cabeça