capítulo 6: doce, suave e tão branca [+16]

2.6K 178 28
                                    

MADRUGADA DE DOMINGO

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

MADRUGADA DE DOMINGO

Um embrulho sob a cama. É o que vejo quando saio do banheiro após o banho.

Na verdade, uma sacola bem decorada — que possivelmente custou alguns milhões. Sorri de imediato. Sabia exatamente os criadores daquela façanha. Antes de mais nada, abri o presente. E, sim, era um presente. Minha boca se abriu num "O" perfeito quando abri a caixinha de veludo e vi um colar com o símbolo do infinito. Lindo demais. Só que, ainda sim, o mais surpreendente era ter o directioner completando uma das voltas do mesmo.

Coloquei o mesmo e me olhei no espelho.

O colar era realmente lindo. Mesmo sendo simples, era perfeito. O mais simples sempre me encantou mais do que o mais complexo, com uma infinidade de zeros na etiqueta. Na verdade, o que me faz levar em consideração, é a tentativa da pessoa — ou, no caso, das pessoas — de tentar me agradar. O presente é bom, claro, mas o carinho por trás dele vale muito mais.

Quando eu tinha oito anos, eu adorava ganhar presentes. Nos meus aniversários, principalmente. Eu escolhia os presentes que iria ganhar de cada pessoa. Geralmente, minha vó Aimée ficava encarregada de me presentar com seus cookies e cheesecakes caseiros; meu avô Tim comprava e recrutava meus pais, Greta e eu para uma viagem de carro até Nova Iorque, unicamente para assistir um musical da Broadway.

Vô Tim sempre teve o dom da persuasão, e só por isso, usei o "comprava", porque definitivamente comprava meus pais com a sua lábia. Certa vez, numa das viagens, arrastou até vovó Aimée conosco. O carro de sete assentos — parecido com uma minivan, só que com dois lugares extras — só ficava com um lugar vago, que era automaticamente ocupado por Doc, meu fiel companheiro.

Tia Sara, mãe de Colin, me presenteava com qualquer tipo de gloss. Eu era apaixonada por glosses, e tinha até uma coleção deles, com embalagens com produtos ou não. Eu só ia colecionando. Eu saía de casa com um quilo de gloss na boca. Era ridículo. Ninguém, nem mesmo minha mãe, me dava um parecer de "filha, dá uma maneirada" ou "um pouquinho menos, da próxima vez". Nada. Nem um mísero "se liga".

Não era pouco ridículo; era muito, demais, até.

Meus pais compravam livros. Minha coleção atual conta com cento e quatro, e mal cabem na minha estante. Descobri isso aos sete quando acidentalmente, li O Pequeno Príncipe e, definitivamente, me apaixonei. Mais tarde, pedi a coleção de Uma Garota Nada Popular, sucedendo Harry Potter, as Crônicas de Nárnia, a trilogia A Seleção e O Acordo, até a minha leitura mais recente, AFTER, na plataforma Wattpad.

O livro, inclusive, tem os One Direction como personagens principais e, talvez, só talvez, tenha sido isso que me induziu a ler a história.

Uau, como sou facilmente persuadida.

Sempre dizem que, quando o seu gosto pela leitura se acentua, você recorre a escrita. Tudo que você absorve lendo, desconta escrevendo. E não um desconto ruim, um desconto mais no sentido de libertação. Pôr no papel emoções, sendo suas ou não, construir um caráter ou, até mesmo uma linha de raciocínio, é bom. Você pode ver os dois lados da história, porque, veja bem, sempre há dois lados. A sua verdade nunca é absoluta, felizmente.

WeekendOnde histórias criam vida. Descubra agora